-
CECÍLIA BURLE DE AGUIAR
-
Avaliação da variabilidade da frequência cardíaca em pacientes após COVID19 em Unidade de Saúde da Família de João Pessoa - Paraíba
-
Orientador : CAMILLE DE MOURA BALARINI
-
Data: 04/10/2024
-
Hora: 08:30
-
Mostrar Resumo
-
O estudo investigou os impactos da infecção por SARS-CoV-2 na regulação
autonômica cardiovascular de pacientes recuperados, analisando parâmetros de variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e pressão arterial em diferentes estágios de recuperação. A pesquisa foi conduzida em uma Unidade de Saúde da Família em João Pessoa,
Paraíba, incluindo pacientes que haviam apresentado desde formas leves até graves da
doença, com acompanhamento de até 180 dias após a infecção. Utilizou-se a manobra de
Valsalva para avaliar a função autonômica, comparando-se os resultados com um grupo
controle saudável. Os resultados indicaram que os pacientes pós-COVID-19 apresentaram uma alteração significativa nos parâmetros de VFC, como diminuição do SDNN e
RMSSD, sugerindo um desbalanço autonômico caracterizado pela predominância simpática e redução do tônus parassimpático. A resposta anormal à manobra de Valsalva, com
aumento do pNN50 e ausência de queda esperada da pressão arterial, reforça a presença
de disfunção autonômica prolongada nesses indivíduos. Os achados destacam a necessidade de monitoramento contínuo dos pacientes pós-COVID-19 para identificar precocemente alterações na regulação autonômica e prevenir complicações futuras. A avaliação
da VFC mostrou-se uma ferramenta eficiente para detectar e acompanhar a disautonomia
em pacientes após a infecção, contribuindo para o manejo clínico e uma melhor compreensão das sequelas autonômicas da doença.
|
-
NOÊMIA NIELLY AMARAL NOGUEIRA
-
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS IMUNOMODULADORES DAS MOLÉCULAS BD-8, BD-15 E DIGOXINA EM MODELOS DE INFECÇÃO COM Mycobacterium smegmatis
-
Orientador : SANDRA RODRIGUES MASCARENHAS
-
Data: 18/09/2024
-
Hora: 09:00
-
Mostrar Resumo
-
Os esteroides cardiotônicos são compostos orgânicos que têm a propriedade de inibir a
Na+ /K+ -ATPase. Foi descrito na literatura que a ouabaína e a digoxina são moléculas
endógenas capazes de interferir em diversos aspectos da resposta imunológica.
Recentemente novos esteróides cardiotônicos foram sintetizados a partir da digoxina:
BD-8 (8-benzilideno digoxina) e BD-15 (15-benzilideno digoxina). No entanto, pouco
se sabe sobre o efeito destes compostos em processos inflamatórios e infecciosos. Nesse
contexto, o objetivo deste trabalho é avaliar os efeitos das moléculas BD-8, BD-15 e
digoxina em modelos de infecção por Mycobacterium smegmatis utilizando linhagem
de macrófagos murinos RAW 264.7. Inicialmente, foram realizados ensaios in vitro por
concentração inibitória mínima (MIC). Para o estudo da viabilidade celular, foi utilizado
o método de colorimétrico de MTT, com diferentes concentrações (10 μM, 5 μM, 1
μM, 0.1 μM e 0.01μM), nos tempos de 24, 48 e 72 horas. Para a avaliação do efeito
terapêutico, realizou-se a contagem de unidades formadoras de colônias (CFU) em
ensaios de placa, onde as células RAW foram infectadas com Mycobacterium
smegmatis e tratadas com os esteroides. Para a dosagem de citocinas, foi utilizado o
método de ELISA. Avaliada a MIC, observou-se que as moléculas não inibiram o
crescimento bacteriano em concentrações acima de 200 μg/mL. Nos resultados de
viabilidade, a BD-8 não apresentou atividade citotóxica em 24 horas, porém apresentou
citotoxicidade em 10μM e 5μM em 48hrs, e 10μM, 5μM e 1μM em 72 horas. A BD-15
não apresentou atividade citotóxica em nenhuma concentração e tempos testados e foi o
esteroide sintético escolhido para a continuidade dos experimentos. A digoxina não
apresentou atividade citotóxica no tempo de 24 horas, entretanto apresentou
citotoxicidade 10μM e 5μM em 48hrs, e 10μM e 1μM em 72 horas. Com relação à
contagem de CFU, a BD-15 e a digoxina reduziram o número de CFUs por poço em
10μM em 24hrs comparado com o controle. A produção de IL-6 aumentou 50% com o
tratamento da BD-15 e 19% com o tratamento da digoxina, comparado com controle infectado. A IL-1β, aumentou 13% com o tratamento da BD-15 e 1% com o tratamento
da digoxina, comparado ao controle infectado. Na produção de TNF-α, houve aumento
de 104% com o tratamento da BD-15 e aumento de 84% com o tratamento da digoxina,
todas em comparação com o controle infectado. Dessa forma, este trabalho contribui
para uma melhor compreensão do papel dos esteroides cardiotônicos em modelo de
infecção com micobactérias.
|
-
EMMILY FERREIRA DE FARIAS CARDOSO
-
Avaliação da função vascular em modelo murinho de aterosclerose tratado com Lifepro, uma
formulação nutracêutica composta por cepas de limosilactobacillus fermentum e polifenóis
-
Orientador : CAMILLE DE MOURA BALARINI
-
Data: 28/08/2024
-
Hora: 13:30
-
Mostrar Resumo
-
A aterosclerose compreende uma das principais doenças cardiovasculares,
estas por sua vez possuem grande incidência e mortalidade no mundo. A
hipercolesterolemia tem sido o principal fator aterogênico em humanos, sendo reforçada
pela alimentação desregulada. Os probióticos em associação com compostos fenólicos
têm se mostrado eficazes na redução de lipidemia em animais. A Universidade Federal
da Paraíba desenvolveu uma nova formulação nutracêutica por meio de junção do
probiótico Limosilactobacillus fermentum e os compostos fenólicos quercetina e
resveratrol. A presente pesquisa visou investigar os efeitos vasculares do nutracêutico
em camundongos ateroscleróticos nocaute para a apolipoproteína E (apoE-/-) submetidos
a dieta aterogênica. Foram analisados três grupos: animais controle sem modificação
genética (wild type, WT); animais apoE-/- que receberam veículo e animais apoE-/- que
receberam o nutracêutico durante oito semanas. Ao final, os animais foram eutanasiados
a fim de avaliar padrões bioquímicos, estresse oxidativo, marcadores inflamatórios e
reatividade vascular na artéria aorta. A administração do nutracêutico possuiu efeito
hipocolesterolemiante, reduzindo o colesterol de animais apoE-/-tratados (494,11
mg/dL) quando comparado com animais apoE-/- veículo (950,277 mg/dL) e grupo
controle saudável (78,3 mg/dL). Houve também efeito hipoglicemiante no grupo tratado
(231 mg/dL) em relação ao grupo apoE-/- salina (294,9 mg/dL), mas não ao grupo
controle saudável (212,7 mg/dL). A concentração sérica de triglicerídeos não foi afetada
pelo tratamento. Os animais apoE-/-tiveram seu peso aumentado ao final do experimento (apoE-/- veículo: 29,94 g; apoE-/-tratado: 26,19g; controle saudável:
28,04g) porém o grupo controle saudável possuiu a maior taxa de consumo de ração
entre os três grupos (WT: 277,41g; apoE-/- veículo: 166g; apoE-/-tratado: 180g) Em
relação a reatividade vascular, o grupo apoE-/- veículo apresentou aumento na
vasoconstrição frente a fenilefrina (Rmáx: 104,52±10,6) em relação ao grupo controle
saudável (Rmáx: 76,15±4,1) e prejuízo no relaxamento dependente de endotélio (apoE-/-veículo - Rmáx: 63,73±9,6 e WT - (Rmáx: 101,71±6,2) destacando portanto a disfunção
endotelial neste grupo comparando com o grupo controle saudável. O nutracêutico
melhorou a disfunção endotelial reduzindo o comportamento vasoconstritor (apoE-/-tratado - Rmáx: 54,93±3,6) e aumentando o percentil de relaxamento frente a acetilcolina (apoE-/-tratado - Rmáx: 118,5±12,90). Assim, sugerimos que o tratamento com a formulação nutracêutica foi eficaz na melhora vascular e redução do acúmulo de colesterol e glicose séricos nesse modelo. Os próximos experimentos visam investigar estresse oxidativo no soro e em órgãos, bem como avaliar citocinas pró inflamatórias.
|
-
EMILLE RAULINO DE BARROS
-
Impacto das variações de temperatura na fisiologia do mosquito Aedes aegypti.
-
Orientador : FABIOLA DA CRUZ NUNES
-
Data: 28/08/2024
-
Hora: 09:00
-
Mostrar Resumo
-
RESUMO: O mosquito Aedes aegypti é o principal vetor de arboviroses como dengue, chikungunya
e zika. Sabe-se que as variáveis climáticas interferem na dinâmica do vetor, podendo contribuir para
o seu aumento populacional, e consequentemente no aumento da transmissão de doenças. O presente
estudo teve como objetivo analisar a influência da temperaturas no tempo de desenvolvimento de
mosquitos Aedes aegypti. Foram utilizados ovos de Ae. aegypti da cepa Lapavet-SD, obtidos da
colônia do Laboratório de Biotecnologia Aplicada a Parasitas e Vetores do CBiotec-UFPB, a qual é
mantida em estufa BOD, sob condições de temperatura controlada de 28 ± 2°C, umidade relativa do
ar de 75 ± 5% e fotoperíodo de 12 horas de claro e escuro. Para os testes, foram utilizados 180 ovos,
os quais foram subdivididos em seis grupos, sendo dois submetidos a temperatura de 20 ± 2°C, dois
submetidos a temperatura de 28 ± 2°C e os demais a 36 ± 2°C. O tempo de desenvolvimento desde
a fase de ovo até a morte do último mosquito foi determinado por meio da análise de sobrevida pelo
método de Log-rank (Mantel Cox) e a produção de óxido nítrico (NO) por hemócitos pelo método
de Griess. A análise estatística foi realizada com o auxílio do programa GraphPrism 8.0.1 e
considerou-se P < 0,05 para diferenças significativas. Como resultados, foi possível verificar uma
diferença significativa entre as curvas de desenvolvimento na sobrevida dos mosquitos Aedes
aegypti. Na temperatura 28° (grupo controle), o tempo médio de duração da fase larval foi de 7 dias,
enquanto em 20° foi de 11 dias e em 36°, a fase larval durou 3 dias. Além disso, verificou-se que o
tempo médio de duração da fase de pupa foi de 3 dias no grupo controle (28°), enquanto no grupo
criado a 20° foi de 7 dias e na temperatura 36°, 11 dias. A duração da fase adulta, em mosquito
expostos a temperatura de 28°C foi de 27 dias. Já os mosquitos criados sob a temperatura de 20°C,
viveram 152 dias, enquanto na temperatura de 36°C sobreviveram 19 dias. Além disso, a temperatura
mais baixa que a faixa ideal para o desenvolvimento da espécie, não afetou a produção de NO por
hemócitos. Esses resultados contribuem para o entendimento acerca da relação entre a temperatura e
o desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, para assim prever possíveis mudanças nos padrões
de distribuição deste em relação as mudanças climáticas.
|
-
JOÃO PAULO CARVALHO DE LIMA
-
ESTUDO DOS EFEITOS DE CHALCONAS NO DESENVOLVIMENTO E NO SISTEMA IMUNE DE MOSQUITOS AEDES AEGYPTI L. (DIPTERA: CULICIDAE)
-
Data: 23/08/2024
-
Hora: 10:00
-
Mostrar Resumo
-
Responsável por transmitir diversas arboviroses, como dengue, zika e
chikungunya, o mosquito Aedes aegypti vem sofrendo um processo de expansão
populacional, em parte devido à ineficiência dos métodos de controle utilizados.
Compostos sintéticos têm sido estudados pelo meio científico, devido a sua vasta
aplicabilidade biológica. Nesse sentido, a busca de novas moléculas sintéticas com
atividade inseticida é de grande valia. Sendo assim, os objetivos deste estudo são avaliar
o efeito de chalconas (CH) no desenvolvimento e no sistema imune em Ae. aegypti, sua
atividade in sílico, e toxicidade em Artemia salina (AS). Como metodologia, para avaliar
a atividade inseticida em Ae. aegypti, foram utilizadas concentrações entre 2,5 a 1000
ppm, e a mortalidade (Mt) avaliada em 24 e 48h. Utilizou-se da microscopia eletrônica
de varredura (MEV) para análise morfológica dos ovos frente exposição às CH. Para a
análise imunológica das larvas (L3), foram avaliadas as concentrações do íon nitrito
(NO2-) e perfil de hemócitos totais no pool de hemolinfa. Os grupos controle foram
expostos a água desclorada, Tween® 80 e 20 a (2%). Os experimentos foram feitos em
triplicata. Para a análise estatística utilizou-se: ANOVA, pós teste de Tukey e p<0.05
(GraphPad Prism 8.0). Como resultados, as CH demonstraram estabilidade
conformacional, menor energia de ligação (CHN: -126.547 kcal/mol-1), (CHH: -128.536
kcal/mol-1) quando comparada aos ligantes co-cristalizados. Na atividade larvicida, houve
maior Mt no período de 48h, reduzindo a CL50: 10,04 ppm (24h) e 6,84 ppm (48h) para
CHH; CHF: 42,01 ppm (24h) e 8,46 ppm (48h); BCH: 195,6 ppm (24h) e 161,8 ppm
(48h); e CHN 595,6 ppm (24h) e 553,4 ppm (48h). Nos ensaios pupicida e adulticida, a
BCH e CHN apresentaram maior Mt em 24h, CL50 = 562,1 e 893,7 ppm e Mt com 550 e
1000 ppm, respectivamente. No ensaio de eclodibilidade, houve diminuição da eclosão
em 97,4%. Na análise por MEV, a CHH e CHF ocasionaram danos visíveis ao exocórion
dos ovos. Nos ensaios de toxicidade, houve menor Mt frente a BCH: 4,9±0,6% e CHN:
4,0±0,6% (24h). A atividade imunológica mediada pelas CH demonstrou um aumento
quantitativo dos hemócitos, CHH: 9,6±1,3% (24h) e 10,7±8,8% (48h); CHF: 10,91±1,3%
(24h) e 13,7±7,8% (48h); CHN: 10,7±1,5% (24h) e 11,1±7,8% (48h), uma diminuição
pela BCH: 22,3±1,3% (24h) e 16,4±1,8% (48h), e um aumento do NO2- em todas as CH
(24h: 18,9±0,6% e 48h: 20,9±0,6%). Os resultados destacam as CH como moléculas com
significativa atividade inseticida e imunomoduladora, aliadas à baixa toxicidade e
eficácia comprovada em estudos in silico. Estas propriedades mostram-se promissoras
para o desenvolvimento de novos agentes inseticidas com potencial impacto na saúde
pública.
|
-
LAYANE DA SILVA LIMA
-
EFEITO VASORRELAXANTE E MECANISMO DE AÇÃO DO 4-METILBENZOATO DE 4-NITROOXIBUTILA SOBRE A FUNÇÃO VASCULAR DE RATOS NORMOTENSOS
-
Data: 11/06/2024
-
Hora: 14:00
-
Mostrar Resumo
-
Os nitratos orgânicos são utilizados no tratamento de doenças
cardiovasculares por serem doadores de óxido nítrico. Diante disso, este trabalho teve
como objetivo investigar o mecanismo de ação de um novo nitrato orgânico, o 4-
metilbenzoato de 4-nitrooxibutila (NIB7) sobre a função vascular da artéria mesentérica
superior de ratos. Teve como protocolo a abordagem ex vivo, onde os anéis de artéria
mesentérica foram isolados em uma solução nutridora Tyrode aerada com mistura
carbogênica, utilizando o equipamento banho de órgãos compacto. Depois da
estabilização de uma hora, foi verificada viabilidade dos anéis e realizado teste de
endotélio. Quando os anéis foram submetidos a contração com fenilefrina (FEN), o
NIB7 apresentou atividade vasorrelaxante independente do endotélio funcional (pD2=
6,328 ± 0,11 n=10; Emáx= 107,6 ± 3,07 n=10). O relaxamento foi atenuado quando
utilizado outro agente contraturante, o KCl 60 mM (pD2 = 5,0 ± 0,09 n=7, *p< 0,05).
Na presença do L-NAME, inibidor não seletivo da NOS, não houve diferença no efeito
vasorrelaxante. Ao incubar os anéis com um sequestrador de NO (HDX), o
vasorrelaxamento foi atenuado (pD2 = 5,11 ± 0,08 n=7, *p < 0,05). Ao inibir a guanilil
ciclase solúvel (GCs) com ODQ, o efeito também foi atenuado (pD2= 3,819 ± 0,10 n=7;
Emáx= 75,83 ± 7,50 n=7, *p< 0,05). Ao utilizar o KCl 20mM, modulador do efluxo de
potássio e TEA 3mM, bloqueador inespecífico de canais de potássio, a potência foi
atenuada (pD2 = 5,525 ± 0,05 n=7 e 5,320 ± 0,05 n=7, respectivamente, *p<0.05). Ao
investigar os canais específicos para potássio, utilizando 4-AP 1 mM (para canais
operados por voltagem), TEA 1 mM (canais sensíveis ao cálcio), BaCl2 (canais
retificadores de entrada), GLIB (canal dependente de ATP), foi visto que nenhum
subtipo demonstrou influência significativa no relaxamento induzido pelo composto
quando avaliado isoladamente. Quando os anéis foram pré-expostas a uma alta concetração de NIB7 (100μM) para avaliar o desenvolvimento de tolerância vascular,
foi observado a atenuação da potência (pD2= 5,095 ± 0,10 n=6, *p< 0,05). Com isso, foi
visto que o NIB7 é um doador de NO, cujo efeito independe do endotélio. Sugere o
envolvimento da via NO-GCs-PKG, com participação dos canais de potássio, apesar de
não ter canal específico. Por fim, o composto parece induzir tolerância ao
vasorrelaxamento na abordagem experimental ex vivo. Contudo, mais estudos são
necessários para esclarecer melhor esse efeito.
|
-
CLARA RITTMEYER RUIZ
-
Efeitos do novo nitrato orgânico 4-clorobenzoato de 4-nitrooxibutila sobre a função vascular da artéria mesentérica superior de ratos normotensos.
-
Data: 26/04/2024
-
Hora: 14:00
-
Mostrar Resumo
-
A função vascular normal depende do equilíbrio entre a produção endotelial de
vasodilatadores e constritores e a disfunção é caracterizada pela redução da produção de
vasodilatadores como o óxido nítrico (NO). Os nitratos orgânicos são fármacos
doadores de NO e potentes vasodilatadores. Dessa forma, este trabalho tem por objetivo
investigar o mecanismo de ação de um novo nitrato orgânico o 4-clorobenzoato de 4-
nitrooxibutila (4ClBN), sobre a função vascular da artéria mesentérica superior de ratos
wistar (Rattus norvegicus) normotensos. Os protocolos experimentais ex vivo foram
realizados utilizando o equipamento banho de órgãos compacto (76-00xx series, Panlab,
S.L. Havard Apparatus Spain). Anéis de artéria mesentérica cranial foram isolados
utilizado a solução nutridora Tyrode aerada com mistura carbogênia numa temperatura
de 37°C. Após uma estabilização de uma hora foi verificada viabilidade dos anéis e
realizado teste de endotélio. Em seguida foi feita a pré-contração com fenilefrina (FEN)
e realizada uma curva concentração-resposta utilizando o 4ClBN para avaliação do
efeito vasorrelaxante. O 4ClBN foi capaz de evocar uma resposta vasorrelaxante na
ausência do endotélio funcional (E-) em anéis pré-contraídos com FEN
(Emáx=114,7±4,2; pD2=6,64 ±0,08). O vasorrelaxamento foi atenuado em anéis pré-
contraídos com KCl 60 mM (pD2=5,18±0,03; *p<0.05 vs FEN). Ao incubar anéis com
endotélio funcional (E+) com L-NAME (100 μM) a potência (pD2) foi atenuada (5,52 ±
0.02 ; *p<0.05 vs FEN), e o Emáx (109,0 ± 0,95) permaneceu igual ao anéis E+. Na
presença de um sequestrador de NO - HDX (100 μM) o vasorrelaxamento foi atenuado
(Emáx=74,05±6,22 e pD2=4,08±0,06; *p<0.05 vs FEN). Ao bloquear a guanilil ciclase
solúvel (GCs) com ODQ (10 μM) o vasorrelaxamento também foi atenuado
(Emáx=96,84±10,86 e pD2=3,69±0,06; *p<0.05 vs FEN). Ao incubar os anés com KCl
20 mM e TEA 3 mM a potência foi atenuada (5,35±0,05 e 5,03±0,04, respectivamente
*p<0.05 vs FEN). Ao investigar os subtipos de canais de potássio envolvidos no
vasorrelaxamento induzido pelo 4ClBN, observou-se a atenuação da potência ao
realizar protocolos experimentais bloqueando canais do tipo Kir (5,79±0,08; *p<0.05 vs
FEN), Kv(5,06±0,04; *p<0.05 vs FEN), Bkca (5,06±0,12; *p<0.05 vs FEN) e Katp
(6,30±0,07; *p<0.05 vs FEN). Por fim, foi realizado o ensaio de tolerância
farmacológica ex vivo e observou-se atenuação da potência (5,19±0,07; *p<0.05 vs
FEN) do 4ClBN em anéis pré-expostos ao composto. Assim, sugerimos que a resposta
vasorrelaxante induzida por 4ClBN não depende da presença do endotélio, é efetivada
pelo mecanismo de doação do NO e ativação da via NO/GCs e tem participação de
canais de potássio do tipo Kir, Kv, BKca e Katp. Apesar disso, a molecula induziu
tolerância farmacológica ex vivo.
|
-
JULIANA TELES DE ANDRADE
-
Efeitos do consumo de Konjac Glucomanano (Konjac Massa MF®) sobre o perfil glicêmico e lipídico de camundongos experimentalmente diabéticos
-
Orientador : JOSIANE DE CAMPOS CRUZ
-
Data: 29/02/2024
-
Hora: 14:00
-
Mostrar Resumo
-
O diabetes mellitus tipo 1 (DMT1) é uma condição metabólica frequentemente iniciada
na infância, caracterizada pela ativação imunológica contra as células beta pancreáticas.
Experimentalmente, induz-se uma condição semelhante em animais através da
administração de estreptozotocina (STZ), levando à disfunção destas células e à
interrupção da secreção de insulina. A consequente hiperglicemia resulta da dependência
dos transportadores de glicose (GLUT) pela insulina para sua expressão e funcionamento
efetivo. Terapias que potencializem os níveis e a sensibilidade à insulina são essenciais
para indivíduos com DMT1. Neste contexto, a dieta, incluindo fibras alimentares, se
mostra como uma intervenção não farmacológica promissora para o controle glicêmico,
devido à capacidade desses compostos de serem fermentados pela microbiota intestinal,
resultando em metabólitos com benefícios fisiológicos. O konjac glucomanano (KGM),
extraído da planta Amorphophallus konjac, destaca-se por suas propriedades
hipoglicemiantes, mediadas pela produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC)
durante a fermentação pelas bactérias intestinais. Portanto, o objetivo deste estudo foi
avaliar os efeitos do KGM comercial, na forma de Konjac Massa MF®, sobre o perfil
glicêmico e lipídico de camundongos diabéticos induzidos por STZ. Utilizamos
camundongos machos C57BL/6J, submetidos à indução de DMT1 com STZ e tratados
durante 4 semanas com Konjac Massa MF® administrado intragastricamente (120
mg/kg/dia). Avaliamos a glicemia, o ganho de peso, e o consumo de água e ração durante
o tratamento. Realizamos testes de tolerância à glicose (IPGTT) e insulina (IPITT),
seguidos pela coleta de plasma para análises bioquímicas e preservação de tecidos em
formol 10% para análises histológicas. Os resultados indicaram uma diminuição
significativa na glicemia de jejum nos camundongos diabéticos tratados a partir da
terceira semana de tratamento, comparados aos diabéticos não tratados. No entanto, não
houve diferença significativa na tolerância à glicose entre os grupos diabéticos com e sem
tratamento. Notavelmente, o grupo tratado exibiu melhor sensibilidade à insulina. Além
disso, o tratamento resultou na diminuição dos níveis séricos de alanina aminotransferase
(ALT), sugerindo um possível efeito hepatoprotetor do KGM. Concluímos que o Konjac
Massa MF® é um potencial agente terapêutico para melhoria da sensibilidade à insulina
e função hepática em modelos de DMT1, sem efeitos colaterais adversos. A continuidade
da pesquisa é crucial para desvendar os mecanismos protetores do KGM e determinar sua
aplicabilidade em protocolos clínicos para o manejo de DMT1 e suas complicações
associadas.
|
-
JULIANA TELES DE ANDRADE
-
EFEITOS DO CONSUMO DE KONJAC GLUCOMANANO (KONJAC MASSA MF®) SOBRE O PERFIL GLICÊMICO E LIPÍDICO DE CAMUNDONGOS COM DIABETES TIPO 1
-
Orientador : JOSIANE DE CAMPOS CRUZ
-
Data: 29/02/2024
-
Hora: 14:00
-
Mostrar Resumo
-
O diabetes mellitus tipo 1 (DMT1) é uma condição metabólica frequentemente iniciada
na infância, caracterizada pela ativação imunológica contra as células beta pancreáticas.
Experimentalmente, induz-se uma condição semelhante em animais através da
administração de estreptozotocina (STZ), levando à disfunção destas células e à
interrupção da secreção de insulina. A consequente hiperglicemia resulta da dependência
dos transportadores de glicose (GLUT) pela insulina para sua expressão e funcionamento
efetivo. Terapias que potencializem os níveis e a sensibilidade à insulina são essenciais
para indivíduos com DMT1. Neste contexto, a dieta, incluindo fibras alimentares, se
mostra como uma intervenção não farmacológica promissora para o controle glicêmico,
devido à capacidade desses compostos de serem fermentados pela microbiota intestinal,
resultando em metabólitos com benefícios fisiológicos. O konjac glucomanano (KGM),
extraído da planta Amorphophallus konjac, destaca-se por suas propriedades
hipoglicemiantes, mediadas pela produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC)
durante a fermentação pelas bactérias intestinais. Portanto, o objetivo deste estudo foi
avaliar os efeitos do KGM comercial, na forma de Konjac Massa MF®, sobre o perfil
glicêmico e lipídico de camundongos diabéticos induzidos por STZ. Utilizamos
camundongos machos C57BL/6J, submetidos à indução de DMT1 com STZ e tratados
durante 4 semanas com Konjac Massa MF® administrado intragastricamente (120
mg/kg/dia). Avaliamos a glicemia, o ganho de peso, e o consumo de água e ração durante
o tratamento. Realizamos testes de tolerância à glicose (IPGTT) e insulina (IPITT),
seguidos pela coleta de plasma para análises bioquímicas e preservação de tecidos em
formol 10% para análises histológicas. Os resultados indicaram uma diminuição
significativa na glicemia de jejum nos camundongos diabéticos tratados a partir da
terceira semana de tratamento, comparados aos diabéticos não tratados. No entanto, não
houve diferença significativa na tolerância à glicose entre os grupos diabéticos com e sem
tratamento. Notavelmente, o grupo tratado exibiu melhor sensibilidade à insulina. Além
disso, o tratamento resultou na diminuição dos níveis séricos de alanina aminotransferase
(ALT), sugerindo um possível efeito hepatoprotetor do KGM. Concluímos que o Konjac
Massa MF® é um potencial agente terapêutico para melhoria da sensibilidade à insulina
e função hepática em modelos de DMT1, sem efeitos colaterais adversos. A continuidade
da pesquisa é crucial para desvendar os mecanismos protetores do KGM e determinar sua
aplicabilidade em protocolos clínicos para o manejo de DMT1 e suas complicações
associadas.
|
-
DEYSE CRISTINA MADRUGA CARVALHO
-
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIVIRAL DA OUABAÍNA CONTRA O ZIKA VÍRUS EM MODELOS IN VITRO, IN VIVO E IN SILICO
-
Data: 29/02/2024
-
Hora: 13:30
-
Mostrar Resumo
-
A ouabaína, um esteroide cardiotônico conhecido como inibidor da Na+/K+-
ATPase, vem sendo descrita como uma substância imunomoduladora pelo nosso grupo.
Além disso, a atividade antiviral da ouabaína tem sido relatada em vários estudos. O Zika
vírus (ZIKV) é um arbovírus emergente associado a distúrbios neurológicos. Atualmente,
não existem vacinas ou antivirais disponíveis para tratar a doença causada pelo ZIKV.
Assim, esse trabalho teve como objetivo avaliar a atividade anti-ZIKV da ouabaína in
vitro, in sílico e in vivo. Inicialmente, as células Vero foram utilizadas para determinar as
concentrações não tóxicas da ouabaína e em seguida, a atividade antiviral foi avaliada
nesse tipo celular. A ouabaína apresentou efeito inibitório dose-dependente contra o
ZIKV, principalmente quando adicionada pós-infecção. A redução do vírus infeccioso foi
acompanhada por uma diminuição nos níveis de RNA do ZIKV, sugerindo que o meca-
nismo de inibição do vírus pela ouabaína ocorreu na etapa de replicação. Em seguida,
para avaliar a atividade da ouabaína em uma abordagem mais clínica em relação a infec-
ção pelo ZIKV, foi utilizado um modelo in vitro de células-tronco progenitoras neurais
humanas (NS/PCs) e um modelo animal da Síndrome Congênita do Zika vírus (SCZ).
Nas NS/PCs, a ouabaína reduziu a infecção pelo ZIKV nesse tipo celular e bloqueou o
comprometimento da neurogênese desencadeada pelo vírus. Adicionalmente, no modelo
animal da SCZ, a ouabaína foi capaz de proteger o feto da microcefalia desencadeada
pela infecção. Isso pode estar relacionado à capacidade da ouabaína em inibir o vírus em
células progenitoras da micróglia presentes no saco vitelino. Além da atividade antiviral,
a ouabaína foi capaz de reduzir a citocina pró-inflamatória IL-1β na placenta, demons-
trando seu potencial anti-inflamatório também nesse modelo. Por fim, foi realizado do-
cking molecular seguido de simulações de dinâmica molecular para avaliar a interação
entre a ouabaína e os principais alvos de drogas do ZIKV (NS3 Helicase, NS5 Mtase e
NS5 RdRp). Nossos dados in sílico demonstraram estabilidade conformacional e energia
livre de ligação favorável da ouabaína nos sítios de ligação das proteínas NS5-RdRp e
NS3-helicase, sugerindo inibição da atividade dessas proteínas virais por esse esteroide.
Juntos, esses dados demonstram a ação antiviral da ouabaína na infecção pelo ZIKV,
sugerindo essa substância como um potencial composto para o tratamento da infecção
causada por esse vírus. Dessa forma, esse estudo contribui para evidenciar a eficácia dos esteroides cardiotônicos como agentes antivirais promissores, além de gerar mais enten-
dimento sobre as funções biológicas da ouabaína.
|
-
CLENIA DE OLIVEIRA CAVALCANTI
-
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA DO NITRITO DE SÓDIO E DO 2-NITRATO-1,3-DIBUTOXIPROPANO (NDBP) NA ATEROSCLEROSE EXPERIMENTAL.
-
Data: 26/01/2024
-
Hora: 08:30
-
Mostrar Resumo
-
As doenças isquêmicas cardíacas e os acidentes vasculares cerebrais estão entre as
principais causas de óbitos no mundo e mantém estreita relação com a aterosclerose, uma
doença inflamatória crônica do sistema vascular caracterizada por intensa atividade
imunológica inata e adaptativa. No processo aterogênico observa-se uma redução na
biodisponibilidade de óxido nítrico (NO) e aumento de espécies reativas de oxigênio
(ROS). Nesse sentido, uma compreensão aprimorada de novas alternativas terapêuticas
para melhorar a biodisponibilidade do NO são necessárias, o que inclui estudo sobre
novas classes de medicamentos doadores de NO e a via nitrato-nitrito-NO. O objetivo do
estudo foi avaliar a atividade anti-inflamatória do nitrito de sódio (NaNO2) e do 2-nitrato-
1,3-dibutoxipropano (NDBP) em modelo de inflamação aguda e na aterosclerose
experimental. Inflamação aguda: camundongos C57BL/6 (controles) e ApoE-/- foram
tratados com NaNO2 (dose 0,1mmoL/kg) ou NDBP (dose 40mg/kg) por três dias. Uma
hora após o último dia de tratamento, os animais foram estimulados com zimosan
(2mg/mL) de modo a induzir inflamação no peritônio. Após 4 horas, o fluido peritoneal
foi coletado e utilizado para contagem de células totais e diferenciais por microscopia
óptica e para quantificação de citocinas (IL-6, IL-10, TNF-α e MCP-1) por Elisa.
Inflamação crônica: os camundongos ApoE-/- ao atingirem 8 semanas de idade receberam
dieta aterogênica Western por 12 semanas e seus controles receberam dieta padrão para
roedores. Durante as 3 últimas semanas receberam por gavagem NaNO2
(0,1mmoL/kg/dia), NDBP (40mg/kg) ou salina. Ao final do tratamento, foi realizada a
coleta de sangue para análise do perfil lipídico, peroxidação lipídica, nitrito plasmático e
citocinas (IL-6, IL-10, TNF-α e MCP-1) e as aortas foram removidas e processadas para
avaliação histológica da deposição de placa aterosclerótica (coloração com Oil Red),
produção de ROS (marcação com dihidroetídeo - DHE) e de NO (marcação com
diaminofluoresceína - DAF). Os dados foram expressos como média ± erro padrão da
média e as comparações estatísticas foram feitas por ANOVA, seguida do post hoc de
Tuckey, considerando-se p<0,05. No modelo de peritonite, o zimosan, como esperado,
induziu aumento da migração celular e dos níveis das citocinas pró-inflamatórias no peritônio. O tratamento com NaNO2 foi capaz de reduzir o número total de células para a
cavidade peritoneal, pela redução na migração de polimorfonucleares em camundongos
C57BL/6 e nos camundongos Apoe-/- reduziu os níveis plasmáticos das citocinas IL-10,
TNF-α e MCP-1. Já o NDBP aumentou a migração celular em ambas linhagens. No
modelo de aterosclerose experimenal o tratamento com NaNO2 reduziu a deposição de
placa aterosclerótica, os níveis plasmáticos de MCP-1, o estresse oxidativo sistêmico e in
situ na aorta, independente de alterações nos níveis de NO, nitrito plasmático e perfil
lipídico. O NDBP diferiu do NaNO2 apenas nos níveis de MCP-1, aumentando essa
citocina no plasma. Esses resultados sugerem que o NaNO2 tem efeito anti-inflamatório
em modelo de inflamação aguda e crônica, sendo capaz de reduzir a deposição de placa
aterosclerótica por mecanismos envolvendo a redução do estresse oxidativo e MCP-1. E
que o NDBP apresenta um efeito dual, com ação pro-inflamatória em modelo de
peritonite e ação antiaterogênica.
|