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RENATA DA SILVEIRA RODRIGUES PAIVA
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CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE MONÓCITOS: COMPARAÇÃO DA FENOTIPAGEM ENTRE ADULTOS E CRIANÇAS SADIAS E EM CRIANÇAS PORTADORAS DE DERMATITE ATÓPICA
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Fecha: 15-dic-2016
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Hora: 09:00
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Os monocitos/macrofagos representam componente fundamental da resposta imune. Com base na expressao do co-receptor de LPS CD14 e na expressao do CD16, receptor FCγIII, os monocitos/macrofagos sao classificados em 3 subtipos: M1, ou monocitos classicos, que sao CD14+CD16-; Mi, ou monocitos intermediarios, que sao CD14hiD16+; e monocitos M2, nao-classicos, ou CD14lowCD16+. Nosso grupo realizou analise comparativa entre os subtipos monocitarios atraves do estudo da frequencia e da media de intensidade de fluorescencia (MFI) de moleculas de superficie (HLA-DR, CCR5, CD80, CD86, PD1L) e producao de citocinas (IL6, TNFα, IL10) em adultos e criancas utilizando a citometria de fluxo. A pesquisa foi executada em duas etapas. Primeiro comparamos os subtipos de monocitos entre adultos e criancas saudaveis e em seguida, entre criancas sadias e criancas portadoras de dermatite atopica (DA). A DA e uma doenca inflamatoria cutanea cronica, de etiologia multifatorial. O papel dos monocitos/macrofagos na ativacao, manutencao e modulacao do processo inflamatorio foi objeto da nossa investigacao. Os resultados desse estudo mostraram que: (1) a frequencia relativa dos subtipos de monocitos foi similar em adultos, criancas saudaveis e criancas portadoras de DA, com predominio de monocitos classicos; (2) monocitos M1, Mi e M2 de criancas atopicas apresentaram maior MFI de HLA-DR que os mesmos subtipos em criancas sadias e essas demonstraram maior MFI que adultos sadios; (3) adultos, criancas saudaveis e criancas doentes apresentaram maior expressao e MFI de CCR5 em Mi e M2 que em M1; (4) a expressao e MFI do CD80 foi maior em monocitos Mi e M2 tanto em criancas como em adultos saudaveis e a MFI de CD86 foi mais expressiva em Mi desses dois grupos. Ja a MFI das moleculas de CD80 e CD86 em M1 de criancas portadoras de DA foi maior que em criancas saudaveis; (5) a expressao de PD1L nos subtipos de monocitos foi semelhante em adultos e criancas, entretanto, houve maior MFI dessa molecula em M1 de criancas que em adultos saudaveis. Alem disso, criancas atopicas apresentaram maior MFI desta molecula em M1 que criancas saudaveis; (6) Mi e M2 de adultos e criancas saudaveis apresentaram maior atividade inflamatoria que M1 ao se avaliar a expressao e MFI de IL-6 e TNF-α, ao contrario do que se observou em criancas com DA, que apresentaram maior frequencia e MFI de IL-6 e TNF-α em M1 e Mi que as criancas saudaveis; (7) Mi e M2 demonstraram maior producao de IL10 que M1 em adultos e criancas saudaveis. Nossos resultados mostraram, portanto que a frequencia relativa de monocitos e constante nos tres grupos populacionais estudados, mas a frequencia e MFI de moleculas de superficie e citocinas apresentam particularidades significativas. Em resumo, criancas atopicas apresentam maior capacidade de apresentacao antigenica que criancas saudaveis e essas, que adultos saudaveis. Os subtipos de monocitos mais envolvidos na resposta inflamatoria em adultos e criancas sadias sao monocitos Mi e M2, enquanto monocitos M1 de criancas atopicas sao mais inflamatorios quando comparados ao mesmo subtipo em criancas saudaveis. Essas descobertas revelam alteracoes na resposta imunologica de criancas portadoras de dermatite atopica de extrema importancia para a compreensao da fisiopatologia da doenca.
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ATALIA FERREIRA DE LIMA
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Participação da glia hipotalâmica na modulação das respostas neuroendócrinas, comportamentais e cardio-respiratórias induzidas pela Angiotensina II no ventrículo lateral de ratos não anestesiados.
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Fecha: 05-dic-2016
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Hora: 08:20
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A Angiotensina II (ANGII) intracerebroventricular (icv) induz respostas neuroendocrinas, comportamentais e cardiovasculares. Sabendo que receptores AT1 e AT2 para ANG-II estao localizados em neuronios e celulas da glia dos orgaos circumventriculares, nossa hipotese e que as respostas neuroendocrinas, comportamentais e cardiorespiratorias induzidas pela ANG-II central sao mediadas, em parte, pela glia hipotalamica. O objetivo do presente estudo foi avaliar a participacao da glia hipotalamica na liberacao de Vasopressina (AVP) e Ocitocina (OT) plasmaticas, ingestao de agua e salina hipertonica (1,5%) e nas respostas cardiorespiratorias induzidas pela microinjecao de ANG-II no ventriculo lateral (VL) de ratos nao anestesiados. Utilizamos ratos Wistar [(260-280g) Ceua/Cbiotec nº133/2015]. Realizamos microinjecoes de Fluorocitrato [FCt (50 ou 100mM)], um inibidor da atividade da glia, de ANG II (0,05M ou 0,1M) ou de salina esteril (0,9%/500nl) no VL de ratos nao anestesiados. O plasma foi coletado para analise da concentracao AVP e OT plasmaticas, pela tecnica de radioimunoensaio. A analise da ingestao de agua e salina (1,5%) foi feita apos a adaptacao dos animais a gaiola metabolica. Em outro grupo de animais, a arteria femoral foi cateterizada para os registros da pressao arterial (PA, mmHg) e frequencia cardiaca (FC, bpm) basais. Para o registro da frequencia respiratoria (cpm) os animais foram colocados em uma camera pletismografica. Os resultados mostraram que a ANG II no VL promoveu um aumento na concentracao de AVP [2,3 ± 0,4 vs. 1,3 ± 0,1 pg / ml, p=0,039 (n=6)] e OT plasmaticas [3,7 ± 0,8 vs. 1,4 ± 0,2 pg / ml, p=0,025 (n=6)] comparada ao controle salina (0,9%). O FCt microinjetado no VL promoveu uma aumento na liberacao de OT plasmatica (2,6 ± 0,4 vs. 1,4 ± 0,2 pg / ml, p=0,024 (n=6)], mas nao alterou a concentracao plasmatica de AVP (0,99 ± 0,1 vs. 1,3 ± 0,1 pg/ ml, p=0,78 (n=6)]. A previa microinjecao de FCt atenuou a resposta a ANG II de aumento na concentracao de AVP (1,30 ± 0,16 vs 2,3 ± 0,4 pg / ml, p=0,05 (n=6)], mas nao de OT plasmatica (2,9 ± 0,4 vs. 3,9 ± 0,8 pg / ml, p=0,31 (n=5-6)]. A ANG II no VL promoveu aumento na ingestao cumulativa de agua (5,3 ± 1,6 vs. 1,2 ± 0,4 ml / 4 hrs, p=0,02 (n=4-6)] e de salina (1.5% NaCl) [16 ± 1 vs. 2,5 ± 0,7 ml / 4 hrs, p=0,0001 (n=5-6)]. O FCt nao promoveu alteracoes na ingestao cumulativa de agua [1,3 ± 0,3 vs. 1,2 ± 0,4 ml / 4 hrs,p=0,79 (n=5-6)], mas reduziu a ingestao cumulativa de salina (1.5% NaCl)[0,8 ± 0,3 vs. 2,5 ± 0,7ml / 4 hrs, p=0,04 (n=6)]. A previa microinjecao de FCt inibiu a resposta de apetite ao sodio [2,7 ± 0,3 vs. 16 ± 1 ml / 4 hrs, p=0,0001 (n=5-7)], mas nao alterou a ingestao de agua induzida pela ANG II no VL [8 ± 2,4 vs. 5,3 ± 1,6 ml / 4 hrs, p=0,44 (n=4-7)]. A ANG II no VL promoveu um aumento na PAM basal dos ratos [137,8 ± 4,9 vs. 115,1 ± 3,6 mmHg, p=0,002 (n=7)]. A resposta pressora promovida pela ANG II foi significativamente reduzida pela previa microinjecao do FCt no VL apos 5 minutos [Δ12,6 ± 2,1 vs. Δ22,6 ± 1,9 mmHg, p=0,004 (n=7)]. Nao foram observadas alteracoes promovidas pela ANG II [311,7 ± 37,9 vs. 352,4 ± 15 bpm, p=0,106 (n=7)] ou FCt [310,4 ± 16,7 vs. 341,3 ± 14 bpm, p=0,182 (n=7)] na FC basal (bpm) dos animais. A microinjecao de ANG II nao promoveu alteracao significativas na frequencia respiratoria basal {FR [109,6 ± 5,9 vs. 105,9 ± 4,6 cpm, p=0,63 (n=6)]}, no volume corrente {VT [8,6 ± 0,7 vs. 7,8 ± 0,7 mL.Kg-1, p=0,43 (n=6)]} ou no volume expirado no primeiro minuto {VE [950,7 ± 98,2 vs. 873,5 ± 86,7 mL.Kg-1.min-1, p=0,57 (n=6)]}. A microinjecao de FCt promoveu uma diminuicao significativa na frequencia respiratoria basal {FR [80,5 ± 3,8 vs. 102,2 ± 5,8 cpm, p=0,002 (n=6)]}, sem alteracoes significativas no VT [9,7 ± 0,6 vs. 7,8 ± 0,7 mL.Kg-1, p=0,66 (n=6)] e no VE basais [827,2 ± 57,3 vs. 873,5 ± 86,7 mL.Kg-1.min-1, p=0,66 (n=6)].
Nossos resultados sugerem que as celulas da glia hipotalamicas: a) participam da modulacao tonica da liberacao de OT plasmatica e da ingestao de sodio; b) modulam a resposta angiotensinergica central para a liberacao de vasopressina plasmatica, inducao da ingestao de sodio e de resposta pressora. c) alem disso, participam da modulacao da frequencia respiratoria basal em ratos nao anestesiados.
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CLENIA DE OLIVEIRA CAVALCANTI
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AVALIAÇÃO PRÉ-CLÍNICA DO EFEITO DO CITRATO DE SILDENAFIL SOBRE O CONTROLE CENTRAL DA PRESSÃO ARTERIAL NA HIPERTENSÃO
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Fecha: 24-oct-2016
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Hora: 09:00
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A hipertensao arterial sistemica (HAS) esta relacionada a diversos eventos cardiovasculares e desponta como uma das principais causas de obito atualmente. Na fisiopatologia da HAS ocorrem disfuncoes no sistema nervoso autonomo que resultam em prejuizo aos mecanismos neuronais de controle central da pressao, em especial ao barorreflexo. Parte deste dano e mediada pelo aumento do estresse oxidativo. Abordagens terapeuticas que reduzam o estresse oxidativo podem se mostrar eficazes no combate a esta doenca. O sildenafil e uma droga que atua inibindo a acao da fosfodiesterase 5 (PDE5) e tem sido observado que promove uma diminuicao do estresse oxidativo. A inibicao da PDE5 se mostrou eficiente na melhora da funcao vascular e reducao da pressao arterial em modelos experimentais. Contudo, seus efeitos sobre o controle barorreflexo da pressao arterial na vigencia de hipertensao resistente ainda nao foram estudados. O estudo atual teve como objetivo avaliar se o tratamento com sildenafil e capaz de influenciar o controle barorreflexo da pressao arterial. Foram utilizados ratos Wistar, submetidos a cirurgia sham ou indutora de hipertensao renovascular (2R1C). Apos 5 semanas, os animais receberam veiculo (agua) ou citrato de sildenafil (45mg/Kg/dia) durante 7 dias, perfazendo 4 grupos: sham + veiculo, sham + sildenafil, 2R1C + veiculo, 2R1C + sildenafil. Ao fim do tratamento os animais foram canulados para medidas hemodinamicas. Foram avaliados: pressao arterial media, frequencia cardiaca, barorreflexo espontaneo e induzido, tonus autonomico cardiaco e estresse oxidativo sistemico. (CEUA-UFPB protocolo n. 042/2015). O tratamento com sildenafil foi eficiente em reduzir a pressao arterial nos animais 2R1C (139 ± 5 vs.175 ± 6 mmHg, p < 0,01), sem efeitos significativos nos animais normotensos (121 ± 7 vs.118± 3 mmHg). Os animais 2R1C apresentaram reducao do ganho do barorreflexo induzido (-1,93±0,12) e espontaneo (-1,90±0,22), quando comparados aos sham (-3,63±0,31; -3,95 ± 0,46). Estes parametros foram normalizados nos animais hipertensos pelo tratamento com sildenafil (-3,18±0,23; -3,51 ± 0,29). Os bloqueios com atropina e propranolol revelaram alteracoes no balanco autonomico cardiaco na vigencia de hipertensao, normalizadas, pelo tratamento, o tonus simpatico (-24,5 ± 3 bpm, p <0,01) e o tonus vagal (110 ± 9 bpm, p <0,01). O sildenafil tambem foi capaz de reduzir o estresse oxidativo sistemico nos ratos 2R1C, quando comparado com os animais 2R1C + salina (1,04±0,07 vs. 1,67±0,08). O tratamento com sildenafil melhorou o controle barorreflexo da pressao arterial, por meio da correcao do desbalanco autonomico e reducao do estresse oxidativo.
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ALYNNE CARVALHO GALVÃO
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A INIBIÇÃO CENTRAL DO TNF-α REDUZ A PRESSÃO ARTERIAL VIA INIBIÇÃO DO TÔNUS SIMPÁTICO EM RATOS COM HIPERTENSÃO RENOVASCULAR.
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Fecha: 20-jun-2016
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Hora: 14:00
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Ao longo dos anos, evidencias sugerem uma relacao entre a angiotensina II e
citocinas pro-inflamatorias, como o TNF-α, na patogenese de doencas
cardiovasculares, tais como a hipertensao arterial. Recentemente, o foco de
novos estudos tem sido compreender os mecanismos centrais envolvidos na
manutencao de eventos que desencadeiam o aumento da atividade simpatica
durante a hipertensao. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da inibicao
central do TNF-α sobre a pressao arterial, o tonus simpatico, a sensibilidade do
barorreflexo e o estresse oxidativo no RVLM de ratos com hipertensao
renovascular (2R1C). Um clipe de prata (diametro interno = 0,2mm) foi
implantado na arteria renal direita para inducao da hipertensao (por seis
semanas). Os animais foram divididos em tres grupos, Sham, 2R1C e
2R1C+PTX. Este ultimo grupo recebeu infusao central (no ventriculo lateral) de
pentoxifilina (30 nmol/uL/h), um inibidor do TNF-α, por minibombas osmoticas
durante 14 dias, quatro semanas apos a implantacao do clipe de prata.
Cateteres foram implantados na aorta abdominal e veia cava caudal de animais
de todos os grupos para o registro dos parametros cardiovasculares e
administracao de drogas, respectivamente. Fenilefrina (8 μg/kg, i.v.) e
nitroprussiato de sodio (25 μg/kg, i.v.) foram administrados para avaliacao da
sensibilidade do barorreflexo, o qual tambem foi avaliado por meio do metodo
de sequencias para barorreflexo espontaneo (Cardioseries v.2.4). Uma
avaliacao indireta da modulacao autonomica da resistencia vascular foi
realizada com analise espectral do componente simpatico de baixa frequencia
(LF) da pressao arterial sistolica (PAS) (CardioSeries v.2.4), enquanto o tonus
simpatico vascular foi avaliado mediante o bloqueio ganglionar por
hexametonio (30 mg/kg, i.v). A medida do acumulo de superoxido no RVLM
dos animais foi feita pela tecnica do diidroetidio (DHE), e expressa pela
fluorescencia relativa (unidades arbitrarias). O grupo 2R1C apresentou
aumento na pressao arterial media (PAM) em comparacao ao grupo Sham (171
± 11 vs. 113 ± 5 mmHg; n= 8; p < 0.05). Os animais hipertensos apresentaram
diminuicao na sensibilidade do barorreflexo em relacao aos animais
normotensos na analise pelo metodo de Oxford (-1,30 ± 0,10 vs. -2,59 ± 0,17
bpm.mmHg−1
; n = 8; p < 0.05) e pelo metodo de sequencias (0.58 ± 0,08 vs.
1.48 ± 0,04 ms/mmHg; n = 8; p<0.05). Quanto a avaliacao da atividade
vasomotora simpatica por analise espectral, os animais 2R1C apresentaram
aumento do componente LF em relacao ao grupo Sham (9,16 ± 0,52 vs. 3,32 ±
0,38 mmHg2
; n = 8; p<0.05). O aumento tambem foi observado em animais
2R1C comparados aos normotensos em relacao a variacao da PAM apos
bloqueio com hexametonio (-60 ± 5 vs. -33 ± 2 ΔmmHg; n = 8; p < 0.05) e ao
acumulo de superoxido no RVLM (18 ± 2 vs. 4 ± 1; n = 8; p < 0.05). Quando
comparado ao grupo 2R1C que nao recebeu infusao de pentoxifilina (n=8), a
inibicao central do TNF-α por 14 dias em animais com hipertensao
renovascular (n=6) reduziu a pressao arterial media (171 ± 11 vs. 131 ± 2
mmHg; p <0.05) e o acumulo de superoxido no RVLM (18 ± 2 vs. 8 ± 1; p <
0.05). Alem disso, animais do grupo 2R1C+PTX apresentaram melhora na
sensibilidade do barorreflexo e reducao do tonus simpatico quando comparado
ao grupo 2R1C (-34 ± 3 vs. -60 ± 5 ΔmmHg, n=8; p< 0.05). Adicionalmente, a
analise espectral do LF (PAS) mostrou que a inibicao central do TNF-α reduziu
esse componente no grupo 2R1C+PTX em relacao ao grupo 2R1C (4,90 ± 0,66
vs. 9.16 ± 0,52 mmHg2
; p < 0.05). Baseado em nossos resultados, sugerimos o
envolvimento do TNF-α na manutencao da atividade vasomotora simpatica e
no estresse oxidativo na regiao do RVLM no modelo de hipertensao
renovascular (2R1C).
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