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IZAYANA PEREIRA FEITOSA
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DIREITOS HUMANOS E TOMADA DE PERSPECTIVA SOCIAL: VERIFICAÇÃO DE UM MODELO TEÓRICO
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Data: 17/12/2013
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Hora: 15:00
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Desde a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a temática dos direitos passou a integrar um campo fértil de debates e pesquisas. Alguns estudos empíricos sinalizaram que as concepções acerca dos direitos humanos dependem do avanço do processo de tomada de perspectiva do outro, contudo, tais estudos não se detiveram a verificar sistematicamente a existência desta relação. Diante desta lacuna, esta tese objetivou verificar como evolui a concepção acerca dos DH durante o desenvolvimento humano e se esta concepção está relacionada ao processo de tomada de perspectiva. Os enfoques teóricos adotados foram a perspectiva psicossociológica de Doise sobre os Direitos Humanos e as teorias de Piaget e de Robert Selman sobre a tomada de perspectiva. Para alcançar este objetivo, foram propostos seis estudos. O primeiro estudo se prestou a construir os itens da Escala de compreensão acerca dos direitos humanos- ECDH de acordo com quatro níveis hierárquicos de concepções acerca dos DH. O segundo estudo teve como objetivo a validação psicométrica da ECDH e a análise das variáveis sócio-demográficas sobre os fatores da escala e contou com a participação de 300 estudantes, divididos em 3 grupos de idade: GI= 8anos, GII=12 anos e GIII= 16 anos, distribuídos, igualmente quanto ao sexo e ao tipo de escola. O Instrumento utilizado foi a ECDH, uma escala tipo Likert de 5 pontos, em que os estudantes assinalaram se compreenderam cada item proposto bem como o grau de concordância em relação aos mesmos. No SPSS (versão 21), foram computadas estatísticas descritivas, análise fatorial e índices de consistência interna (Alfa de Cronbach). Considerando o teste de esfericidade de Bartlett, os critérios de Kaiser e Cattell e a Análise Paralela, observou-se que a ECDH apresentou uma organização fatorial composta três dimensões: Princípios orientadores da humanidade, Princípios reguladores da sociedade e Direitos básicos concretos que revelaram tanto a relação item-fator quanto indicadores de consistência interna aceitáveis pela literatura estatística. Foram encontradas diferenças nas pontuações dos escores médios da idade e da inserção escolar sobre os níveis de compreensão dos DH. No terceiro estudo, realizou-se a análise fatorial confirmatória da ECDH, mediante nova coleta de dados da qual
participaram 240 estudantes com características sócio-demográficas semelhantes aos do estudo anterior. No programa AMOS GRAFICS, realizou-se uma análise fatorial confirmatória; adotando-se o estimador ML (Maximum Likelihood) e comparando aos modelos estruturais alternativos (um fator, dois fatores e três fatores, este último, o modelo esperado) que confirmou a existência dos três fatores da ECDH os quais estiveram inter-relacionados positivamente. O quarto estudo teve o objetivo de elaborar itens referentes aos estágios de tomada de
perspectiva social para a Escala de Tomada de Perspectiva Social ETPS. Participaram 149 estudantes com idades variando entre 5 e 26 anos (Média= 12, 10 anos e DP= 6, 17%), sendo 67,3% de instituições públicas e 32,7% de instituições privadas. Utilizou-se o Dilema de Olga e o dilema dos Sem-terra. As respostas dadas aos dilemas foram categorizadas conforme os níveis de tomada de perspectiva social propostos por Selman. A análise das freqüências de respostas dadas ao dilema de Olga revelou diferenças significativas em relação à variável idade; não foram encontradas diferenças quanto às variáveis tipo de escola e gênero. Já a análise das freqüências de respostas dadas ao dilema dos sem terra revelou diferenças significativas quanto à idade e o tipo de escola. Com
base nestas análises, foi possível elaborar os itens relativos a todos os estágios de tomada de perspectiva social que compuseram o instrumento. Do quinto estudo, participaram os mesmos estudantes do estudo 3 e o instrumento utilizado foi a ETPS - escala tipo Likert de 5 pontos, em que os estudantes assinalaram se compreenderam cada item proposto, bem como, o grau de concordância em relação cada um deles. Os dados coletados com a ETPS referentes ao Dilema de Olga e Dilema dos Sem-terra foram submetidos a uma AFE seguindo os mesmos critérios adotados na análise da ECDH, contudo, a estrutura fatorial mostrou-se confusa e pouco interpretável. Assim, optou-se realizar uma medida por teoria, partindo-se da perspectiva teórica de Selman para avaliar a qualidade estrutural da escala em questão. No que tange ao Dilema de Olga, a AFC revelou indicadores que tanto confirmaram a teoria de Selman sobre os estágios de tomada de perspectiva social quanto a garantia de uma escala capaz de mensurar esses estágios. Contudo, os resultados das análises realizadas com o Dilema dos Sem-terra revelaram indicadores da análise fatorial confirmatória aquém daqueles considerados aceitáveis pela literatura pertinente. Foram encontradas diferenças nas pontuações dos escores médios da idade e da inserção escolar sobre
os níveis de tomada de perspectiva. Por fim, no sexto estudo, efetuou-se a verificação do modelo teórico pretendido (associação dos estágios de tomada de perspectiva com os níveis de concepções acerca dos DH). No programa AMOS 21.0, gerou-se o modelo teórico hipotetizado que foi satisfatoriamente corroborado. Os dados foram discutidos à luz da literatura pertinente e de estudos empíricos.
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SUSIMAUREM NAVARRO ROQUE
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RESILIÊNCIA E APOIO SOCIAL EM IDOSOS: UMA INTERFACE COM A QUALIDADE DE VIDA
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Data: 11/12/2013
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Hora: 14:00
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Os idosos são a parcela da população brasileira que mais cresce, sendo de suma importância conhecer as capacidades físicas, funcionais e sociais que fazem parte do seu cotidiano. A resiliência refere-se à capacidade de se acomodar e reequilibrar-se constantemente em situações adversas. Esta capacidade leva as pessoas a não perderem seu funcionamento psicossocial inicial. O apoio social tem sido evidenciado como fator de proteção à medida que as relações que se desenvolvem ao logo da vida podem influenciar na superação das
adversidades através de mecanismos de controle emocional efetivo e cognitivo. A qualidade de vida para o idoso significa estar satisfeito com a vida atual e ter expectativas positivas em relação ao futuro. Neste contexto, investigamos a relação entre resiliência, apoio social e qualidade de vida em uma amostra de idosos de Cuiabá. O enfoque metodológico utilizado neste estudo caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa com delineamento transversal. A amostra é composta por 270 idosos do IFMT, de Centros de Convivência para Idosos e do Restaurante Popular. Foram utilizadas as escalas de Resiliência para idosos (RSA I; Nadaf, 2013), Suporte Social SSQ6 (Sarason, Sarason, Shearin e Pierce, 1987), Hospitalar de ansiedade e depressão (HADS, Zigmond &Snaith,1983) e Qualidade de vida WHOQOL-bref (Fleck et al.2002). No estudo foi confirmada a relação entre resiliência e as variáveis idade e gênero. Os resultados mostraram que os mais idosos (mais de 75 anos) (M=161,30 e DP= 24,13) e as mulheres (M=157,01 e DP=26,90) apresentaram maiores escores em resiliência, confirmando a hipótese I e II. Foi observada correlação positiva e significativa entre resiliência e apoio social subjetivo (r = .20, p<.001), resiliência e qualidade de vida (r = .23, p<.05) e entre apoio social e qualidade de vida (r = .12, p<.05) na amostra estudada, confirmando as hipóteses IIIa, IVa e Va. Também foi observado que os idosos com maior apoio social apresentaram maiores escores em qualidade de vida (M=97,19 e DP=8,18) e os idosos com maior resiliência apresentaram maiores escores em apoio social (p<.001) e qualidade de vida (p<.001), confirmando as hipóteses IIIb, IVb e Vb. Diante destes resultados, pensamos que as perdas consequentes do envelhecimento podem ser compensadas através dos fatores protetores como a resiliência e o apoio social, promovendo melhores condições para que os idosos tenham melhor qualidade de vida.
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ARMINDO DE ARRUDA CAMPOS NETO
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NÍVEIS DE EXPOSIÇÃO A VAPORES ORGÂNICOS E CONSEQUÊNCIAS PSICOFÍSICAS, NEUROCOGNITIVAS E FISIOLÓGICAS EM UMA AMOSTRA DE FRENTISTAS BRASILEIROS
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Data: 06/12/2013
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Hora: 14:00
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O objetivo deste estudo foi determinar os níveis de exposição aos vapores da gasolina e do etanol e verificar as consequências psicofísicas, neurocognitivas e fisiológicas em uma amostra de frentistas brasileiros. Para avaliar o nível de exposição ambiental foram realizados monitoramentos passivos e ativos de vapor com cromatografia gasosa e sensoriamento microclimático. A avaliação psicofísica foi realizada com os testes cromáticos de Lanthony D15-d e o Cambridge Color Teste 2,0; com a Função de Sensibilidade ao Contraste utilizando grades senoidais verticais e o Metropsis nas frequências 0,2; 0,5; 1,0; 2,0; 5,0; 10,0 e 16,0 cpg e com o rastreamento ocular utilizando um eyetracker 250 Hz. Todos os testes de visão, exceto o D15-d, foram realizados monocularmente com o olho dominante. A avaliação neurocognitiva ocorreu com os testes Trail Making A, B e com a Figura Complexa de Rey. A avaliação fisiológica, após utilização de parâmetros de exclusão, foi realizada pela análise de sangue de 16 frentistas verificando funções hepatotóxicas pelos marcadores Alanina Aminotransferase (ALT), Aspartato Aminotransferase (AST), Bilirrubina Direta (BD), Bilirrubina Total (BT) e Gamaglutamiltraspeptidase (GGT). Utilizou-se ainda o questionário de sintomas Psicológicos e Neurofisiológicos (PNF) além de um questionário sóciodemográfico e os testes de Ishihara e o E de Rasquin na triagem. Essa etapa selecionou 38 frentistas do sexo masculino (Grupo Exposto), com idade média de 32,66 anos (DP = 1,30), grau de escolaridade média igual a 9,68 anos de estudo (DP = 0,34) e 38 voluntários (Grupo Controle) também do sexo masculino, sem histórico de exposição a solventes, considerados saudáveis pelos parâmetros de exclusão, com idade média de 31,00 anos (DP = 1,54) e grau de escolaridade médio de 9,84 anos de estudo (DP = 0,34). Não existiu diferença significativa entre a idade (p = 0,224) e o grau de escolaridade (p = 0,52) dos grupos que apresentaram ainda acuidade visual de 20/20 ou corrigida. Pelo teste de Mann-Whitney foram encontradas diferenças significativas entre os escores para: o Índice de Confusão de Cores do teste D15-d (p < 0,01, prevalecendo perdas no eixo tritan 75%), as Áreas das elipses (protan, deutan e tritan, ambos p < 0,05), as frequências 5 cpg, 10 cpg e 16 cpg (ambos p < 0,01), o teste Trail Making A (p < 0,01) e B (p < 0,05), a cópia e a memória da Figura complexa de Rey (ambas p < 0,01) e o número de sacadas e tempo de percurso do labirinto no eyetracker (ambos p < 0,01). A avaliação biológica demonstrou principalmente alterações nos valores da BD (100 % dos frentistas) e BT (62,5 %). Dois frentistas tiveram alterações combinadas de enzimas hepáticas e bilirrubinas. A correlação de Spearman demonstrou a influência do tempo de serviço no acréscimo das áreas protan (ρ = 0,46; p < 0,01) e deutan (ρ = 0,64; p < 0,01), além de correlações com a frequência de 5 cpg (ρ = 0,36; p < 0,05) e com os testes Trail Making A (ρ = 0,40; p < 0,05) e B (ρ = 0,37; p < 0,05). O peso apresentou a tendência de atenuar os déficits nos testes de visão, correlacionando negativamente com a área deutan (ρ = - 0,45; p < 0,01) e positivamente com a sensibilidade ao contraste na frequência 0,20 cpg (ρ = 0,37; p < 0,05). Existiram ainda correlações entre a BD e o tempo para realizar a prova no eyetracker (ρ = 0,58; p < 0,05) e entre o GGT e as queixas de instabilidade psiconeurovegetativa (ρ = 0,57; p < 0,05). Os testes Kruskal Wallis, e Mann- Whitney como post hoc com correção Bonferroni, demonstraram que a partir de 8 anos de exposição existem consequências para a visão de cores (Protan e Deutan) e para processos neurocognitivos relacionados a atenção (Trail Making A). O questionário PNF apontou que 52,60 % dos frentistas possuem sintomas de agressões neuropsicológicas. Além disso, existiram convergências entre as queixas de falta de memória e concentração, com menores pontuações da memória na Figura Complexa de Rey (ρ = - 0,34; p < 0,05). Este estudo confirma e avança nas descobertas de consequências na visão de cores e sensibilidade ao contraste, aponta uma possível etiologia ocupacional nas alterações hepatotóxicas, apresenta as deficiências neurocognitivas nos frentistas brasileiros e conclui que essas deficiências e as da visão de cores estão correlacionadas a uma exposição crônica (significativa aos 8 anos de serviço) com um nível de exposição a gasolina e ao álcool etílico abaixo do Limite de Tolerância brasileiro, mas a um nível de intervenção para o vapor de gasolina (168,00 ppm > 150 ppm) conforme as Normas de Saúde e Segurança do Trabalho brasileiras.
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CHARLENE NAYANA NUNES A GOUVEIA
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AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA E EFETIVIDADE DO PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL A PARTIR DA PERSPECTIVA DOS USUÁRIOS E AGENTES
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Data: 18/11/2013
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Hora: 14:00
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A avaliação é uma das etapas de uma política pública que permite identificar ações ineficientes e ineficazes e, com isso, planejar, desenhar e implementar alternativas de ação que impliquem resultados e impactos desejados. O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) surgiu em 1996, com o objetivo retirar as crianças de 7 a 15 anos do trabalho, ou prevenir tal situação, e colocá-las na escola. A tese defendida é de que o PETI é uma política pública que se apresenta efetiva, exercendo impacto positivo na vida do seu público-alvo, e eficaz na prevenção do trabalho precoce e situações de vulnerabilidade, porém é ineficaz no que tange a erradicação do trabalho infantil. O objetivo geral é avaliar eficácia e efetividade do PETI no Estado da Paraíba, a partir da perspectiva dos usuários (crianças, adolescentes e famílias) e agentes envolvidos no programa (orientadores sociais, facilitadores de oficinas e técnicos de referência). Pretende-se ainda desenvolver um instrumento de pesquisa válido e preciso para este propósito. Para atender aos objetivos desta tese, procederam-se três estudos. De modo geral, foram selecionados 1.012 participantes de vários municípios paraibanos. No Estudo I, foram entrevistadas 20 crianças e adolescentes usuários do programa, 20 representantes das famílias e 8 agentes. As respostas foram submetidas a Análise de Conteúdo de Bardin. A partir das dimensões encontradas, foram elaborados os modelos teóricos e os itens que compõem cada instrumento. Após uma análise de juízes e uma validação semântica, foram realizados os ajustes necessários e os instrumentos passaram para a validação de construto. No Estudo II, participaram 395 crianças e adolescentes, 201 famílias e 118 agentes. A validade de construto dos instrumentos foi verificada por meio de uma Análise Fatorial Comum (AFC) através da técnica Componentes Principais (PC), com rotação varimax. A melhor solução encontrada para os educandos confirmou o modelo teórico com quatro dimensões, contudo o modelo teórico das famílias não foi corroborado, tendo-se adotado a solução estatística com cinco dimensões. Os agentes não apresentaram solução estatística satisfatória, tendo-se mantido o modelo teórico. A precisão das medidas foi verificada através do alfa de Cronbach, tendo-se obtido índices satisfatórios para educandos (0,831) e famílias (0,775), mas não para os agentes (0,561). A partir destas análises, os itens foram escolhidos e ajustados, e seguiram para o estudo III a fim de proceder a sua testagem final. Do Estudo III, participaram 80 crianças ou adolescentes, 45 famílias e 27 agentes. Foram gerados índices médios para cada um dos fatores dos instrumentos. Considerando a escala de respostas de 6 pontos, em todos os fatores Envolvimento com o Trabalho, Enfrentamento ao Trabalho Precoce, Impactos do PETI, Avaliação, Satisfação com Condições de Trabalho, Avaliação Geral do PETI os participantes obtiveram índices entre satisfatório (3,6) e alto (6). A tese proposta foi confirmada, tendo-se concluído que o PETI é eficaz na prevenção do trabalho precoce e nas situações de vulnerabilidade, porém não erradica estas situações. Além disso, apresenta indicadores de efetividade, provocando mudanças positivas na vida dos usuários.
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NADIR DE FATIMA BORGES BITTENCOURT
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Significado da formação e inserção no mundo do trabalho para os jovens do PROEJA
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Data: 05/11/2013
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Hora: 14:00
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Esta tese tem como objetivo geral analisar o significado da formação e inserção no mundo do
trabalho para os jovens do PROEJA/IFMT/Cuiabá. Como embasamento teórico, tomamos a
Psicologia Histórico-Cultural de Vygotsky. Adotou-se a abordagem qualitativa, com uso de
documentos referentes à temática e entrevistas semiestruturadas. A amostra foi por
conveniência, seguindo o critério de saturação de Minayo. Participaram dez jovens do
PROEJA/IFMT/Cuiabá, seis ingressantes e quatro egressos. Para análise dos dados, optou-se
pelas práticas discursivas de Spink, através dos Mapas de Associação de Ideias e dos
repertórios interpretativos. Os sentidos emergidos a partir dos dados é que o trabalho perpassa
a vida desses jovens desde a adolescência, e o principal motivo pelo qual retornam à escola é
retomar os estudos e obter qualificação profissional. Os dados mostram que, para os
participantes da pesquisa, o PROEJA tem grande alcance social, como a recuperação da
escolaridade, a inserção no mundo do trabalho, promovendo melhorias das condições de vida
e efetivação da cidadania. Também foram apontadas falhas na operacionalização do
programa, como professores não capacitados para nele atuarem, falta de infraestrutura,
projeto pedagógico não adequado e discriminação contra essa modalidade de ensino.
Analisando suas vivências, constatou-se que a passagem pelo PROEJA lhes trouxe nova
visão de si mesmos e do mundo. Esses jovens voltam à escola impregnados de subjetividades
adquiridas com experiências de vida e de trabalho, mas a interação com outros indivíduos
lhes proporcionou uma tomada de consciência, permitindo-lhes compreendem a realidade
exterior e a si próprios.
Esta tese tem como objetivo geral analisar o significado da formação e inserção no mundo do trabalho para os jovens do PROEJA/IFMT/Cuiabá. Como embasamento teórico, tomamos a Psicologia Histórico-Cultural de Vygotsky. Adotou-se a abordagem qualitativa, com uso de documentos referentes à temática e entrevistas semiestruturadas. A amostra foi por conveniência, seguindo o critério de saturação de Minayo. Participaram dez jovens do PROEJA/IFMT/Cuiabá, seis ingressantes e quatro egressos. Para análise dos dados, optou-se pelas práticas discursivas de Spink, através dos Mapas de Associação de Ideias e dos repertórios interpretativos. Os sentidos emergidos a partir dos dados é que o trabalho perpassa a vida desses jovens desde a adolescência, e o principal motivo pelo qual retornam à escola é retomar os estudos e obter qualificação profissional. Os dados mostram que, para os participantes da pesquisa, o PROEJA tem grande alcance social, como a recuperação da escolaridade, a inserção no mundo do trabalho, promovendo melhorias das condições de vida e efetivação da cidadania. Também foram apontadas falhas na operacionalização do programa, como professores não capacitados para nele atuarem, falta de infraestrutura, projeto pedagógico não adequado e discriminação contra essa modalidade de ensino. Analisando suas vivências, constatou-se que a passagem pelo PROEJA lhes trouxe nova visão de si mesmos e do mundo. Esses jovens voltam à escola impregnados de subjetividades adquiridas com experiências de vida e de trabalho, mas a interação com outros indivíduos lhes proporcionou uma tomada de consciência, permitindo-lhes compreendem a realidade exterior e a si próprios.
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ALINE ARRUDA DA FONSECA
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Vulnerabilidade à Aids: um estudo das crenças de adultos Jovens em contexto universitário.
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Data: 30/09/2013
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Hora: 09:00
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A vulnerabilidade é entendida como a possibilidade de as pessoas adoecerem devido a condições diversas que são influenciadas pelo contexto em que elas estão inseridas. Considerando este quadro, esta tese tomou como ponto de partida o interesse em saber como os jovens se comportam frente à possibilidade de contrair o Vírus da Imunodeficiência Humana HIV, buscando-se analisar o comportamento de pessoas com melhores condições de acesso a informações, por estarem inseridas no ensino superior, arena de conhecimento e trocas de informações científicas. Neste sentido, esta tese teve como objetivo analisar as crenças e práticas preventivas de adultos jovens em contexto universitário acerca da Aids enquanto fatores que podem predispor à vulnerabilidade. Para atingir o objetivo proposto, decidiu-se realizar dois estudos empíricos. O Estudo 1 teve como objetivo conhecer as propriedades psicométricas da Escala de crenças em relação ao uso do preservativo e da Escala de crenças sobre a Aids e as delimitações operacionais das variáveis de interesse e categorias analíticas do estudo, considerando respostas de adultos jovens de seis instituições de ensino superior do Estado da Paraíba, sendo quatro públicas e duas privadas. O instrumento utilizado foi um questionário estruturado, autoaplicável, organizado em três módulos que contemplaram as características sociodemográficas, crenças acerca da Aids e do uso do preservativo. Fizeram parte da amostra 500 estudantes universitários com idade de 20 a 29 anos (M=22,4; DP=2,37), sendo 63% do sexo feminino. Os resultados evidenciaram adequações psicométricas das escalas, coerente com a proposta do Estudo1. O Estudo 2 objetivou: Descrever as Práticas Sexuais e Preventivas dos participantes; Identificar as diferenças entre os sexos em relação às práticas preventivas, crenças acerca da Aids e do uso de preservativo e percepção de vulnerabilidade; Examinar a influência das crenças acerca da Aids e crenças acerca do uso de preservativo na prática preventiva (uso de preservativo) e percepção de vulnerabilidade; Examinar a relação de variáveis sociais (informações, status socioeconômico e religiosidade) e psicológica (percepção de risco) na prática preventiva; Analisar as explicações dos participantes acerca da vulnerabilidade dos jovens ao HIV/Aids. Utilizou-se um questionário estruturado, dividido em cinco módulos referentes às práticas sexuais e preventivas, vulnerabilidade, acesso às informações e explicações atribuídas ao comportamento de vulnerabilidade à Aids. O
perfil da amostra foi o mesmo utilizado no Estudo 1. Os dados evidenciaram crenças negativas sobre o uso do preservativo. Sobre a possibilidade de se contaminarem 20%
responderam afirmativamente. A partir destas crenças, foi questionado sobre o acesso à
informação acerca da Aids, assim, 83% afirmaram receber informações, contudo referiram a transmissão da Aids através de utensílios domésticos (29%), mostrando que
muitos ainda têm duvidas em relação a Aids (61%). Foi verificado que quanto maior a
percepção de vulnerabilidade, as crenças positivas sobre o preservativo e a possibilidade
de acesso ao insumo, maior a prática preventiva. A religiosidade foi analisada de forma
negativa, prejudicando o uso de preservativo. As explicações dadas pelos estudantes sobre os jovens não fazerem uso de métodos preventivos ao HIV/Aids esteve associada à ideia de invulnerabilidade e imaturidade por parte destes jovens. Isso inclui as crenças em relacionamentos considerados saudáveis. Conclui-se que é necessário que haja mais
informação sobre prevenção ao HIV/Aids, incorporada nas práticas do dia a dia, nas dinâmicas relacionais, e que a partir do acesso à informação haja maior prevenção, buscando uma modificação nos cenários das interações sociais.
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ANTONIO CEZAR DA COSTA SANTOS
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O ENSINO NO PROEJA COMO ESTRATÉGIA DE CIDADANIA E INCLUSÃO PROFISSIONAL
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Data: 16/09/2013
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Hora: 14:00
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Esta tese versa sobre o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com
a Educação na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), campus Cuiabá,
nos cursos de Eletrotécnica, Edificações, Refrigeração e Ar Condicionado. O objetivo
geral desta tese foi analisar o ensino do PROEJA/IFMT/Cuiabá como estratégia de
resgate da cidadania e inclusão profissional para os alunos. Participaram da pesquisa 58
docentes e 116 discentes. O método foi não experimental e quantitativo com questões
fechadas e adotou-se a escalas Likert de cinco condições. Constatou-se que 40% dos
alunos têm entre 30 e 40 anos, 52,5% parou de estudar entre 16 e 19 anos, estavam
empregados na época do exame (M, 3,36), houve uma evasão de 76 % dos alunos, os
alunos responderam que as aulas não eram em laboratórios (M, 4,34), consideram-se
aptos a desempenhar a profissão (M, 3,38). O currículo integrado a ser praticado com o
PROEJA não foi construído, os docentes tiveram dificuldades na construção dos
conhecimentos com estes alunos (M, 4,26). A flexibilidade no percurso do curso não foi
implementada. A maioria dos professores conhece os objetivos da política pública
educacional profissionalizante PROEJA (M, 2,33) e apenas 4,8 % dos docentes têm
especialização em PROEJA. Professores e alunos não tiveram o suporte
psicopedagógico. Os alunos buscam cidadania e inclusão profissional e o IFMT/Cuiabá
tem dificuldades de oferecer infraestrutura e estratégias pedagógicas para os alunos do
PROEJA alcançarem suas expectativas.
Esta tese versa sobre o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), campus Cuiabá, nos cursos de Eletrotécnica, Edificações, Refrigeração e Ar Condicionado. O objetivo geral desta tese foi analisar o ensino do PROEJA/IFMT/Cuiabá como estratégia de resgate da cidadania e inclusão profissional para os alunos. Participaram da pesquisa 58 docentes e 116 discentes. O método foi não experimental e quantitativo com questões fechadas e adotou-se a escalas Likert de cinco condições. Constatou-se que 40% dos alunos têm entre 30 e 40 anos, 52,5% parou de estudar entre 16 e 19 anos, estavam empregados na época do exame (M, 3,36), houve uma evasão de 76 % dos alunos, os alunos responderam que as aulas não eram em laboratórios (M, 4,34), consideram-se aptos a desempenhar a profissão (M, 3,38). O currículo integrado a ser praticado com o PROEJA não foi construído, os docentes tiveram dificuldades na construção dos conhecimentos com estes alunos (M, 4,26). A flexibilidade no percurso do curso não foi implementada. A maioria dos professores conhece os objetivos da política pública educacional profissionalizante PROEJA (M, 2,33) e apenas 4,8 % dos docentes têm especialização em PROEJA. Professores e alunos não tiveram o suporte psicopedagógico. Os alunos buscam cidadania e inclusão profissional e o IFMT/Cuiabá tem dificuldades de oferecer infraestrutura e estratégias pedagógicas para os alunos do PROEJA alcançarem suas expectativas.
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ANDREA XAVIER DE ALBUQUERQUE DE SOUZA
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PATERNIDADE E MATERNIDADE NA ADOLESCÊNCIA: PRODUÇÃO DE SABERES E SENTIDOS COMPARTILHADOS POR ADOLESCENTES
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Data: 10/09/2013
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Hora: 09:00
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O objetivo da pesquisa foi de apreender as representações sociais elaboradas por pais e mães adolescentes sobre a paternidade e a maternidade na adolescência. Por reconhecer a importância da inserção do pai adolescente no processo da paternidade, a presente pesquisa incluiu em seu escopo o adolescente do sexo masculino. Este estudo foi subsidiado pela Teoria das Representações Sociais. Contou com a participação de 80 adolescentes distribuídos equitativamente em relação ao sexo, provenientes de classe social baixa, com idades entre 14 e 19 anos (M = 16,71; DP = 1,20), que vivenciam a experiência de ter apenas um filho. Para a coleta dos dados, utilizou se uma abordagem de multimétodos, com diferentes instrumentos: questionário sobre características biossociodemográficas e
práticas contraceptivas, cujas respostas foram tabuladas no Predictive Analytics SoftWare (PASW), versão 18, e analisadas por meio de estatística descritiva; Teste de Associação Livre de Palavras, processados no software Tri Deux Mots para Análise Fatorial de Correspondência (AFC) e; Entrevista Semiestruturada, que foi submetida ao software Alceste para análise das classificações hierárquicas descendente e ascendente. Os resultados da AFC evidenciaram que as representações dos adolescentes em relação ao sexo aprendizado, uma experiência que gera demandas a partir da necessidade de ajudar, e
que provoca a perda da liberdade. As adolescentes mães apontaram algumas atribuições em que o pai é associado negativamente àquele que não aceita o filho, parece irresponsável, e deve assumir a criança e ajudar a criá la, o que foi objetivado na expressão tem que participar. A maternidade na adolescência, segundo os participantes do sexo masculino, foi objetivada na prática da amamentação, considerada por eles como uma característica simbólica desta vivência; também foi associada ao aspecto afetivo dar amor e ao compromisso de cuidar do filho. Por seu tempo, as mães objetivaram a experiência da maternidade com uma conotação positiva, associada a algo bom, que
representa amor, um sonho, uma coisa de Deus. Apesar disso, reconhecem que exige responsabilidade diante do papel de cuidar do filho. A análise das entrevistas evidenciou um dendrograma estruturado por quatro classes temáticas cujos conteúdos representacionais maternidade na adolescência, incluindo se nesta classe temática a dificuldade de inserção paterna e o compromisso materno; aos conhecimentos sobre contracepção, seus meios de veiculação e práticas preventivas; aos projetos futuros planejados antes e depois de serem
pais/mães; e, por último, conteúdos associados aos afetos mobilizados frente à gravidez e ao julgamento do outro. Espera se que o conhecimento produzido nesta pesquisa amplie as discussões e as reflexões em torno do objeto estudado, com informações relativas às crenças, às atitudes, ás imagens, aos significados e opiniões dos adolescentes. Neste aspecto, confia se que os achados desta tese possam lançar luz sobre o saber elaborado pelos adolescentes, sobretudo na perspectiva paterna, com vistas a inseri los em políticas públicas de saúde e de educação sexual que os engajem neste processo, desconstruindo a ideia de invisibilidade social comumente associada à figura paterna na vivência afetiva de
ter/cuidar de um filho na adolescência.
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IANY CAVALCANTI DA SILVA BARROS
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ESTRESSE OCUPACIONAL E QUALIDADE DE VIDA NO CONTEXTO HOSPITALAR: UM ESTUDO PSICOSSOCIOLÓGICO
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Data: 09/09/2013
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Hora: 14:00
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Este estudo objetivou investigar a relação do estresse ocupacional na qualidade de vida dos profissionais das áreas administrativa e saúde no contexto hospitalar. Para alcançar tal objetivo, foi necessário realizar dois estudos. O primeiro com o objetivo de apreender as representações sociais (RS) acerca do estresse ocupacional e da qualidade de vida, elaborada por estes profissionais. Tratou-se de uma pesquisa de campo, exploratória de caráter multimétodo, com 70 profissionais atuantes em três hospitais público e privado da cidade de João Pessoa, PB, que foram submetidos a um questionário sociodemográfico, a técnica de associação livre de palavras e entrevistas semi-estruturada. Para processamento dos dados, utilizaram-se os softwares PASW (versão 18), o Tri-Deux-Mots (versão 2.0) e Alceste. A maioria (50%) tinha idade acima de 39 anos; (64,6%) eram do sexo feminino; (57%) enquadram-se no tempo de serviço de 1 a 5 anos. Os resultados advindos do tri-deux-mots mostraram um aproveitamento de 68,2% na formação do plano fatorial de correspondência. A partir dos quatros estímulos indutores (i) estresse ocupacional, (ii) qualidade de vida, (iii) prática profissional e (iv) eu mesmo, constituíram-se os campos semânticos: (F1) representado pelos profissionais, e o (F2) pelo sexo, evidenciaram objetivações em torno do estresse
ocupacional associado à briga, mau humor e fadiga; a qualidade de vida nos elementos ter salário, bem-estar e ser responsável; a prática profissional em conhecimento, amor e crescimento e eu mesmo em feliz, mãe dedicada e amigo. Os resultados das entrevistas semi-estruturada advindos do Alceste demonstraram um aprofeitamento de (63%) do corpus, originando quatro classes: (i) procedimento e prática de trabalho (12%); (ii) relações conflituosas (37%); (iii) dimensões da qualidade de vida (36%); (iv) fatores estressores (15%). A partir dos resultados do estudo 1, pode-se inferir que existe consensos e dissensos nas representações sociais dos dois grupos. O segundo estudo, teve como objetivo avaliar o nível de estresse ocupacional e a qualidade de vida dos profissionais que atuavam nesses mesmos contextos. Participaram deste estudo 240 profissionais, com idade variando de 17 a 74 anos (m = 34,8; dp = 10,16); a maioria (64,6%) do sexo feminino, (62,9%) da religião católica, (72,3%) atuam entre 1 a 10
anos. Os resultados advindos das análises estatísticas mostraram que os participantes possuem um nível de estresse moderado, salientando-se que o efeito desse construto influenciou negativamente na qualidade de vida. Concluí-se que esses achados confirmam que a relação do estresse ocupacional na qualidade de vida influencia nas ações humanas, e no seu fazer laboral, denotando efeitos orgânicos, psicológicos e comportamentais vulnerabilidade, impactando na saúde do profissional no ambiente organizacional.
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IANY CAVALCANTI DA SILVA BARROS
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ESTRESSE OCUPACIONAL E QUALIDADE DE VIDA NO CONTEXTO HOSPITALAR: UM ESTUDO PSICOSSOCIOLÓGICO
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Data: 09/09/2013
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Hora: 14:00
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Este estudo objetivou investigar a relação do estresse ocupacional na qualidade de vida dos profissionais das áreas administrativa e saúde no contexto hospitalar. Para alcançar tal objetivo, foi necessário realizar dois estudos. O primeiro com o objetivo de apreender as representações sociais (RS) acerca do estresse ocupacional e da qualidade de vida, elaborada por estes profissionais. Tratou-se de uma pesquisa de campo, exploratória de caráter multimétodo, com 70 profissionais atuantes em três hospitais público e privado da cidade de João Pessoa, PB, que foram submetidos a um questionário sociodemográfico, a técnica de associação livre de palavras e entrevistas semi-estruturada. Para processamento dos dados, utilizaram-se os softwares PASW (versão 18), o Tri-Deux-Mots (versão 2.0) e Alceste. A maioria (50%) tinha idade acima de 39 anos; (64,6%) eram do sexo feminino; (57%) enquadram-se no tempo de serviço de 1 a 5 anos. Os resultados advindos do tri-deux-mots mostraram um aproveitamento de 68,2% na formação do plano fatorial de correspondência. A partir dos quatros estímulos indutores (i) estresse ocupacional, (ii) qualidade de vida, (iii) prática profissional e (iv) eu mesmo, constituíram-se os campos semânticos: (F1) representado pelos profissionais, e o (F2) pelo sexo, evidenciaram objetivações em torno do estresse
ocupacional associado à briga, mau humor e fadiga; a qualidade de vida nos elementos ter salário, bem-estar e ser responsável; a prática profissional em conhecimento, amor e crescimento e eu mesmo em feliz, mãe dedicada e amigo. Os resultados das entrevistas semi-estruturada advindos do Alceste demonstraram um aprofeitamento de (63%) do corpus, originando quatro classes: (i) procedimento e prática de trabalho (12%); (ii) relações conflituosas (37%); (iii) dimensões da qualidade de vida (36%); (iv) fatores estressores (15%). A partir dos resultados do estudo 1, pode-se inferir que existe consensos e dissensos nas representações sociais dos dois grupos. O segundo estudo, teve como objetivo avaliar o nível de estresse ocupacional e a qualidade de vida dos profissionais que atuavam nesses mesmos contextos. Participaram deste estudo 240 profissionais, com idade variando de 17 a 74 anos (m = 34,8; dp = 10,16); a maioria (64,6%) do sexo feminino, (62,9%) da religião católica, (72,3%) atuam entre 1 a 10
anos. Os resultados advindos das análises estatísticas mostraram que os participantes possuem um nível de estresse moderado, salientando-se que o efeito desse construto influenciou negativamente na qualidade de vida. Concluí-se que esses achados confirmam que a relação do estresse ocupacional na qualidade de vida influencia nas ações humanas, e no seu fazer laboral, denotando efeitos orgânicos, psicológicos e comportamentais vulnerabilidade, impactando na saúde do profissional no ambiente organizacional.
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ROSEANE CHRISTHINA DA NOVA SA
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CORPO MASTECTOMIZADO E REPRESENTAÇÕES: REDE DE SIGNIFICAÇÕES QUE CONDUZEM A AÇÃO
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Data: 09/09/2013
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Hora: 09:00
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Esta tese objetivou apreender as representações sociais do corpo mastectomizado
elaboradas por mulheres que se submeteram à mastectomia em decorrência do câncer de mama. Com base na Teoria das representações sociais preconizou que retirada da mama, um órgão impregnado de simbolismo sociocultural, convoca os atores sociais a reeditarem a figura do corpo feminino. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, procedeu-se com um estudo descritivo e exploratório. Neste estudo, 23 mulheres entre 30 e 59 anos (M= 49 anos; DP= 5,8) foram escolhidas por conveniência, de forma intencional e não probabilística. Os instrumentos utilizados para a coleta dos dados foram o Questionário Biosociodemográfico, a Técnica do Desenho-estória com Tema e a Técnica da Entrevista Semiestruturada. A análise dos dados seguiu a especificidade do questionário e de cada técnica, por isso utilizou-se o SPSS para
análise descritiva, a análise de conteúdo temática e o Alceste para análise lexical. Após a descrição dos resultados, observou-se que as participantes apresentaram uma média de seis anos de mastectomia (DP= 3,7). Quanto ao uso de prótese mamária 14 disseram que usam a prótese móvel feita de alpiste ou silicone. E com relação à satisfação com a imagem corporal 13 participantes disseram estar satisfeitas. O material gráfico-verbal apreendido através do Desenho-estória com Tema Depois após passar pela análise criteriosa de três juízes foi agrupado em três categorias empíricas (estigmatização, estratégias de ajustamento social e rede de suporte) e 12 subcategorias simbólicas. A Classificação Hierárquica Descendente dos dados processados pelo Alceste foi
organizada em dois subcorpora representados por eixos temáticos. O eixo temático rede de suporte e limitações funcionais aglutinou as classes temáticas 1 (espiritualidade como suporte de proteção) e 3 (limitações funcionais). Já o eixo temático estigma e ajustamento social aglutinou as classes temáticas 2 (representação negativa do corpo no pós mastectomia) e 4 (prótese como elemento de retificação). Com base na análise dos resultados infere-se que as representações sociais objetivadas a partir dos grafismos e narrativas desvelam o corpo mastectomizado como um correspondente simbólico indissociável do sujeito da representação, do objeto representacional e da experiência existencial gerada pela descoberta do nódulo que ratifica o diagnóstico do câncer de mama e pelas sequelas oriundas não só da mastectomia, mas do tratamento que envolve
também a quimioterapia e a radioterapia. O corpo mastectomizado ao emergir como ícone de estigma social objetiva-se, também, a partir da experiência intersubjetiva da fé associada a práticas altruístas, e do uso externo da prótese mamária e da cirurgia plástica reparadora. Na fala das participantes o uso da prótese móvel e a realização da cirurgia reconstrutora da(s) mama(s) configuraram-se como possibilidades de ajustamento social e retificação da pertença grupal e da imagem corporal. Como desdobramentos, esta tese sugere que sejam realizados estudos com maior número de participantes considerando a diferença de gênero, e a elaboração de ações terapêuticas mais eficazes no que concerne ao resgate da autonomia, protagonismo e autoestima das mulheres que precisam se submeter à mastectomia em decorrência do câncer de mama. Por último, almeja-se ampliar os diálogos entre o campo da oncologia e da psicologia.
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DEBORAH DORNELLAS RAMOS
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INTERAÇÃO EDUCADORA-CRIANÇA: ESTILOS LINGUÍSTICOS E DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES SOCIOCOMUNICATIVAS INFANTIS
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Data: 21/06/2013
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Hora: 09:00
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Os estudos que abordam o desenvolvimento da linguagem a partir da Perspectiva
da Interação Social dos Estudiosos da Linguagem pressupõem que os estilos comunicativos
dos adultos repercutem sobre o desenvolvimento da linguagem infantil. Partindo dessa
premissa, ressalta-se a relevância de estudar os estilos comunicativos utilizados nas
interações educadora-criança em creches públicas. Portanto, objetivou-se por meio do
presente estudo, analisar a interação educadora-criança longitudinalmente, considerando os
estilos linguísticos dirigidos pelas educadoras e o desenvolvimento das habilidades
sociocomunicativas infantis. Os dados foram coletados em três creches públicas de João
Pessoa – PB. Inicialmente, foram realizadas entrevistas com as educadoras, para estabelecer
rapport e obter dados sociodemográficos. Em seguida, as interações educadora-criança foram
observadas em contextos diádicos e poliádicos de leitura de livros infantis, quando as
crianças se encontravam aos 24, 30 e 36 meses de idade. Ressalta-se que o vocabulário das
crianças foi averiguado ao longo das três etapas, através da Lista de Avaliação do
Vocabulário Expressivo – LAVE. As filmagens das interações foram transcritas mediante as
normas do programa computacional CHILDES (Child Language Data Exchange System),
originando as categorias interacionais dos comportamentos comunicativos das educadoras e
das crianças com base nas observações das interações, nos objetivos do estudo e no
referencial teórico adotado. Por meio da LAVE, verificou-se uma ampla variação com
relação ao vocabulário das crianças. Contudo, a maioria apresentou um repertório dentro do
esperado no decorrer dos 24, 30 e 36 meses. Os resultados que emergiram das observações
sistemáticas compreenderam as mudanças dos estilos linguísticos utilizados pelas educadoras
e o avanço das habilidades sociocomunicativas infantis ao longo do estudo. Os 24 meses
foram marcados pela emergência das pequenas frases infantis, prevalecendo entre as
educadoras o uso dos assertivos e dos diretivos de atenção que, apesar das controvérsias,
facilitaram o engajamento das crianças nos episódios de atenção conjunta nessa faixa etária,
devido os gestos de apontar. Em torno dos 30 meses, destacou-se a emergência das
protonarrativas, eliciadas com o auxílio de perguntas estratégicas dirigidas pelos adultos, o
que remete à relação entre o desenvolvimento das habilidades sociocomunicativas infantis e o
uso dos estilos de fala mais complexos. Aos 36 meses, verificou-se entre as crianças o
desenvolvimento dos pequenos “relatos” e “causos”, além dos primeiros pronomes
interrogativos. As educadoras ainda atuaram como interlocutoras ativas, auxiliando as
crianças na estruturação do discurso narrativo, favorecendo o seu engajamento nos “jogos de
narrar”. Apesar das educadoras terem utilizado os estilos linguísticos de um modo que
poderia ser considerado satisfatório, essa linguagem foi predominante apenas nas interações
diádicas, o que recai sobre a necessidade de se refletir sobre o preparo dessas profissionais
para a atuação em sala de aula. As considerações finais do estudo remetem às relações entre
os resultados apreendidos nas diferentes faixas etárias e as suas possibilidades de
contribuição, objetivando a melhoria dos contextos interativos estabelecidos nas creches
públicas e a promoção do desenvolvimento das crianças que as frequentam, mediante
recursos facilitadores. Considera-se que esses resultados podem contribuir para a discussão
das políticas de melhoria das condições de atendimento nas creches públicas.
Os estudos que abordam o desenvolvimento da linguagem a partir da Perspectivada Interação Social dos Estudiosos da Linguagem pressupõem que os estilos comunicativosdos adultos repercutem sobre o desenvolvimento da linguagem infantil. Partindo dessapremissa, ressalta-se a relevância de estudar os estilos comunicativos utilizados nasinterações educadora-criança em creches públicas. Portanto, objetivou-se por meio dopresente estudo, analisar a interação educadora-criança longitudinalmente, considerando osestilos linguísticos dirigidos pelas educadoras e o desenvolvimento das habilidadessociocomunicativas infantis. Os dados foram coletados em três creches públicas de JoãoPessoa – PB. Inicialmente, foram realizadas entrevistas com as educadoras, para estabelecerrapport e obter dados sociodemográficos. Em seguida, as interações educadora-criança foramobservadas em contextos diádicos e poliádicos de leitura de livros infantis, quando ascrianças se encontravam aos 24, 30 e 36 meses de idade. Ressalta-se que o vocabulário dascrianças foi averiguado ao longo das três etapas, através da Lista de Avaliação doVocabulário Expressivo – LAVE. As filmagens das interações foram transcritas mediante asnormas do programa computacional CHILDES (Child Language Data Exchange System),originando as categorias interacionais dos comportamentos comunicativos das educadoras edas crianças com base nas observações das interações, nos objetivos do estudo e noreferencial teórico adotado. Por meio da LAVE, verificou-se uma ampla variação comrelação ao vocabulário das crianças. Contudo, a maioria apresentou um repertório dentro doesperado no decorrer dos 24, 30 e 36 meses. Os resultados que emergiram das observaçõessistemáticas compreenderam as mudanças dos estilos linguísticos utilizados pelas educadorase o avanço das habilidades sociocomunicativas infantis ao longo do estudo. Os 24 mesesforam marcados pela emergência das pequenas frases infantis, prevalecendo entre aseducadoras o uso dos assertivos e dos diretivos de atenção que, apesar das controvérsias,facilitaram o engajamento das crianças nos episódios de atenção conjunta nessa faixa etária,devido os gestos de apontar. Em torno dos 30 meses, destacou-se a emergência dasprotonarrativas, eliciadas com o auxílio de perguntas estratégicas dirigidas pelos adultos, oque remete à relação entre o desenvolvimento das habilidades sociocomunicativas infantis e ouso dos estilos de fala mais complexos. Aos 36 meses, verificou-se entre as crianças odesenvolvimento dos pequenos “relatos” e “causos”, além dos primeiros pronomesinterrogativos. As educadoras ainda atuaram como interlocutoras ativas, auxiliando ascrianças na estruturação do discurso narrativo, favorecendo o seu engajamento nos “jogos denarrar”. Apesar das educadoras terem utilizado os estilos linguísticos de um modo quepoderia ser considerado satisfatório, essa linguagem foi predominante apenas nas interaçõesdiádicas, o que recai sobre a necessidade de se refletir sobre o preparo dessas profissionaispara a atuação em sala de aula. As considerações finais do estudo remetem às relações entreos resultados apreendidos nas diferentes faixas etárias e as suas possibilidades decontribuição, objetivando a melhoria dos contextos interativos estabelecidos nas crechespúblicas e a promoção do desenvolvimento das crianças que as frequentam, medianterecursos facilitadores. Considera-se que esses resultados podem contribuir para a discussãodas políticas de melhoria das condições de atendimento nas creches públicas.
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THIAGO MORAIS OLIVEIRA
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Violência Policial contra minorias sociais no Brasil e na Espanha: Justificativas para o posicionamento de estudantes universitários
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Data: 19/06/2013
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Hora: 10:00
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O objetivo geral desta tese é investigar se a violência policial é mais tolerada quando a vítima é membro de uma minoria social (e.g. negro no Brasil e imigrantes marroquinos e ciganos romenos na Espanha). Esta é, portanto, uma tese sobre o preconceito e a discriminação racial no Brasil e a xenofobia e a discriminação na Espanha. Os objetivos específicos foram: a) analisar o papel moderador de um conjunto de variáveis psicossociais na tomada de posição, frente às ações extrajudiciais (e.g. Preconceito, Teoria Universal dos Valores Humanos de Schwartz, Valores Psicossociais QVP-24 e Crença no Mundo Justo) e b) analisar as justificativas dadas pelos participantes para a tomada de posição com relação à violência policial. Para alcançar estes objetivos, dois estudos, como delineamento quase-experimental, foram realizados. No primeiro, participaram estudantes universitários espanhóis (n = 207), com idade variando entre 17 e 31 anos (M = 20.2, DP = 2.68) e no segundo, estudantes universitários brasileiros (n = 114), com idade variando entre 17 e 56 anos (M = 23.5, DP = 6.72). O instrumento utilizado em ambos os países começava apresentando um cenário de violência policial contra um membro de uma minoria social que, posteriormente, teve sua culpa constatada em relação ao delito do qual era suspeito. Em seguida, havia um conjunto de perguntas abertas, nas quais se solicitava ao participante que justificasse seu posicionamento frente à situação descrita. Na sequência, eram apresentadas todas as outras variáveis, todas em formato Likert de seis pontos. Por últimos, solicitavam-se as características sociodemográficas dos participantes. No que se referem aos resultados das análises das moderações, na amostra espanhola, as seguintes variáveis apresentaram efeito significativo de interação com os cenários apresentados, ou seja, elas moderaram o efeito do cenário na tolerância à violência policial: o preconceito; os subsistemas de valores de Schwartz; os subsistemas dos valores psicossociais QVP-24. No entanto, os resultados referentes ao papel moderador da Crença no Mundo Justo não foram estatisticamente significativos. Nos resultados brasileiros também houve efeito significativo na interação das variáveis pesquisadas com os cenários apresentados, com exceção dos subsistemas de valores de Schwartz, pois as análises psicométricas realizadas demonstram que o instrumento não atingiu os parâmetros que permitissem sua utilização no Brasil. Além disso, os resultados referentes à Crença no Mundo Justo foram apenas marginalmente significativos. Foi realizado, então, um estudo complementar, no Brasil, com um instrumento semelhante ao anterior, mas, aqui a vítima da violência policial era inocente. Nesta situação, os resultados alcançaram significância estatística conforme o esperado. Quanto às análises dos repertórios discursivos, na Espanha, a maioria dos participantes apresentou justificativas que toleravam a violência policial contra as minorias sociais. No Brasil os resultados também seguiram essa direção. Esses resultados são discutidos enfatizando-se sua validade ecológica, no sentido em que se conseguiu representar bem uma situação da qual pôde emergir o preconceito e a discriminação. Finalmente, esperamos que os resultados aqui apresentados possam embasar futuros debates e intervenções que visem, de fato, uma mudança na maneira pela qual os membros das minorias sociais são vistos nas sociedades contemporâneas.
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MARIA DE FATIMA DE OLIVEIRA COUTINHO SILVA
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CONCEPÇÕES SOBRE DESENVOLVIMENTO INFANTIL DE ENFERMEIROS QUE ATUAM NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
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Data: 18/06/2013
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Hora: 09:00
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O objetivo desta pesquisa foi analisar as concepções sobre desenvolvimento infantil de enfermeiros que atuam na Estratégia Saúde da Família. O mesmo se ancorou na Teoria Sócio-Histórica de Vigotski, na compreensão de que o desenvolvimento humano parte da concepção que todo organismo humano é ativo e institui sucessivas interações entre as condições sociais e a base biológica do comportamento humano e na abordagem do Nicho do Desenvolvimento de Harkness e Super, na qual permite compreender sobre a qualidade do cuidado e possíveis influências no desenvolvimento infantil situado em um determinado contexto. Foi realizado um estudo de campo, nas Unidades de Saúde da Família pertencentes ao Distrito Sanitário III e utilizou-se para a coleta de dados um questionário que captava os dados sócio-demográficos e uma entrevista semi-estruturada, na qual foi analisada de acordo com Análise de Conteúdo Temática de Bardin. Participaram da pesquisa 38 enfermeiras com idades variando entre 41 a 50 anos, destas, 30 eram casadas, com filhos e apresentavam em média 20 anos de graduadas. Em relação à pós-graduação, 35 participantes eram especialistas em Saúde Coletiva e áreas a fins e 32 realizaram curso de Capacitação em Vigilância do Desenvolvimento. Quanto ao
tempo de serviço, 25 apresentavam em torno de seis anos de atividades na Estratégia Saúde da Família. Das entrevistas aplicadas e analisadas, emergiram uma classe temática, dez categorias, 27 subcategorias e 1.367 unidades de análises. Os resultados apontaram que as concepções das enfermeiras sobre desenvolvimento infantil estão pautadas nos pressupostos da teoria maturacionista, transparecendo nos seus discursos a própria construção teórica das diretrizes de acompanhamento do desenvolvimento infantil do
Ministério da Saúde. Apreende-se que as enfermeiras seguem os protocolos
disponibilizados pelo Ministério da Saúde encontrados nos prontuários ou no Cartão de Saúde da Criança para o atendimento às crianças e percebe-se que dentre os aspectos do desenvolvimento avaliados pelas enfermeiras, predominam a manutenção de uma concepção de desenvolvimento natural, pautada na existência de uma força intrínseca à criança. Julgam ainda esses profissionais como inconsistentes e limitados às ideias das mães sobre desenvolvimento infantil, relatam que o processo de desenvolvimento infantil sofre influência do contexto familiar, afetivo e ambiental e orientam as mães para estimular o desenvolvimento infantil, de acordo com o conteúdo do Cartão de Saúde da
Criança ou pela idade e marcos do desenvolvimento. Revela também o estudo, que a maioria das enfermeiras não realiza o atendimento sistemático à criança até aos dois anos de idade, julgam a sua própria atuação fragmentada, mas percebem a necessidade de melhorar o atendimento à criança. Apreende-se de um modo geral, que há contradições nas concepções dos enfermeiros, conclui-se a necessidade de criar espaços de reflexão para estes profissionais, a fim de que os mesmos repensem suas concepções a partir do
contexto do seu lugar no trabalho, de modo que levem em consideração as múltiplas variáveis de entendimento sobre criança, família e desenvolvimento.
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CAROLINA SILVA DE MEDEIROS
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INTERAÇÃO MÃE-CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UM ESTUDO LONGITUDINAL DAS HABILIDADES SOCIOCOMUNICATIVAS INFANTIS
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Data: 14/06/2013
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Hora: 14:00
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A Perspectiva da Interação Social dos Estudiosos da Linguagem enfatiza as primeiras interações socialmente estabelecidas entre a criança e o adulto como primordiais para o desenvolvimento das habilidades linguísticas, cognitivas e socioafetivas. Os estudos que envolvem a análise do desenvolvimento linguístico infantil evidenciam que há padrões de estilos comunicativos que são característicos, haja vista que a idade da criança, a sua capacidade cognitiva e o próprio desenvolvimento linguístico influenciam os inputs maternos utilizados. Em crianças com necessidades educativas especiais, como é o caso de crianças com deficiência visual, a interação com a mãe possivelmente será marcada por algumas particularidades, uma vez que o contato inicial, através de trocas de olhares, inexiste. O presente estudo, de cunho longitudinal, analisou a interação mãe-criança com deficiência visual, cujo intuito foi identificar o desenvolvimento linguístico infantil a partir das habilidades sociocomunicativas infantis. Especificamente, procurou-se investigar os comportamentos comunicativos maternos e infantis; a identificação de cenas de atenção conjunta em episódios interativos e as concepções maternas sobre o desenvolvimento da criança. Trata-se de dois estudos de caso, com duas crianças com idades de três e quatro anos, ambas com deficiência visual (cegueira total) e suas respectivas mães. A coleta de dados foi realizada na residência das díades, em seis etapas distintas, com intervalos de dois meses. Os instrumentos utilizados foram: entrevista semiestruturada com uso de um gravador digital; Lista de Avaliação do Vocabulário Expressivo (LAVE); câmera de vídeo digital para a realização de 12 filmagens em cada díade. Em cada etapa do estudo aconteceram duas observações, uma em situação de brincadeira livre e outra em situação estruturada. Nesta última, foi sugerido o uso de brinquedos educativos, previamente selecionados e condizentes com a faixa etária e com a condição visual das crianças. As entrevistas foram analisadas através da análise de conteúdo categorial temática proposta por Bardin. No que diz respeito às observações, dez dos vinte minutos filmados em cada situação foram transcritos, a partir do formato Chat do sistema computacional Childes (Child Language Data Exchange System). Utilizou-se também o componente Clan do mesmo sistema operacional, o qual fornece as frequências e a precisão na codificação dos dados. Foram elaboradas categorias com base nos objetivos do estudo, em pesquisas da área e nos protocolos das observações. Verificou-se que na díade 1, a mãe considera que o desenvolvimento da criança requer orientações específicas, principalmente no uso de outras funções perceptivas, como o tato e a audição. Na aplicação da LAVE identificou-se um avanço entre a primeira e a última aplicação. No que diz respeito às observações, observou-se uma preocupação materna em promover a participação da criança no processo interacional, a qual, por sua vez, demonstrou ao longo das etapas, maior iniciativa própria e uso contextualizado de diferentes comportamentos comunicativos. Na díade 2 evidenciou-se a estratégia materna de dirigir o foco atencional da criança, bem como o relato materno de que o desenvolvimento linguístico da criança parece inadequado para a sua faixa etária. Esta informação foi verificada também através da LAVE e das observações, que mostraram a dificuldade da criança em comunicar-se apropriadamente, fazendo uso de palavras descontextualizadas e de expressões verbais rígidas. De um modo geral, destaca-se a importância de considerar o contexto situacional e de olhar os membros da díade por meio de uma perspectiva bidirecional, já que o comportamento de um influencia o comportamento do outro. Espera-se que os resultados da presente tese possam subsidiar o planejamento de programas de intervenção, cujo intuito seja de promover o desenvolvimento das habilidades sociocomunicativas das crianças com deficiência visual, através da interação com a mãe.
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CLENIA MARIA TOLEDO DE SANTANA GONCALVES
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TABAGISMO E QUALIDADE DE VIDA: UM ESTUDO DAS IMPLICAÇÕES BIOPSICOSSOCIAIS À LUZ DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
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Data: 14/05/2013
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Hora: 14:00
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Revisitando o percurso sócio-histórico do tabagismo, observa-se, a partir de meados do século XX, uma disseminação mundial do seu uso, com ajuda de técnicas avançadas de marketing e de publicidade. Nesse período, revistas e jornais ocupavam páginas inteiras com a exibição de anúncios coloridos sobre o uso do cigarro; propagandas mostravam marcas de cigarros famosos, com suas divas e galãs ostentando um pomposo cigarrinho na boca, sinalizando estilo de vida sofisticado. Nos dias atuais o tabagismo é considerado um problema de saúde pública mundial, responsável por provocar doenças limitantes e/ou fatais, afetando, substancialmente, a qualidade de vida das pessoas. Diante dessas
premissas, esta tese tem como objetivos principais apreender as representações sociais do tabagismo de fumantes e não fumantes e avaliar a qualidade de vida destes. Para instrumentalizar essa pesquisa, utilizou-se o arcabouço teórico das representações sociais, pela possibilidade de apreender a interação sujeito/objeto social, sobre a qual os indivíduos constroem uma realidade particular, determinando os comportamentos. Para alcançar os objetivos propostos, realizou-se dois estudos. O primeiro, refere-se a uma pesquisa de cunho exploratório-descritivo, com abordagem multimétodo, com uma amostra de 120 adultos, sendo 60 fumantes e 60 não fumantes, do sexo masculino e feminino em um serviço especializado de saúde pública e três instituições de ensino público; os
instrumentos utilizados foram um questionário biossociodemográfico, uma entrevista semi-estruturada, a técnica da Associação Livre de Palavras, e o questionário de Tolerância de Fagerström. A coleta dos dados foi realizada de forma individual, sendo as entrevistas gravadas e posteriormente analisadas por meio do programa Alceste; e a técnica de Associação Livre de Palavras foi processada pelo software Tri-deux-Mots. Este estudo mostrou que o tabagismo apresenta uma maior incidência no grupo das mulheres, solteiros, com ensino médio, faixa etária em torno de 40 anos e idade do início tabágico entre 10-20
anos, objetivado negativamente por parte da ciência e da coletividade, e ancorado num contexto físico-químico, psicossocial e subjetivo. No segundo estudo utilizou-se uma pesquisa de caráter quantitativo, em uma amostra de 160 adultos do sexo masculino e feminino, sendo 80 fumantes e 80 não fumantes, realizado em três instituições de ensino público, cujos instrumentos foram um questionário biossociodemográfico, o questionário de Tolerância de Fagerström e o Whoqolbref. O questionário biossociodemográfico, o Questionário de Tolerância de Fagerström e o Whoqolbref foram submetidos à análise do pacote estatístico para as Ciências Sociais (PASW, versão 18). Os dados mostram também um predomínio do sexo feminino, solteiros, com destaque para o ensino médio, e início do
tabagismo com idade média de 15,9, e a qualidade de vida dos fumantes é
majoritariamente inferior que as dos não fumantes. O presente objeto de estudo revela-se como um fenômeno complexo, multidimensional e multifatorial. Espera-se que este gere mais conhecimentos, amplie o diálogo entre os diversos campos da ciência, ademais da psicologia social, bem como promova reflexões no sentido de propostas interventivas, sobretudo as de caráter preventivo.
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EDUARDO FERREIRA DA CUNHA
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ESPAÇO E ATIVIDADES EM CRECHES: INTERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DE 2 ANOS
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Data: 13/05/2013
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Hora: 14:00
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O presente trabalho objetivou analisar como são utilizados os espaço na sala de aula, por crianças de idade média de 24 meses, nos ambientes coletivos de quatro creches do município de João Pessoa-PB. Procurou também analisar e compreender como se dão as interações entre educador/criança e criança/criança nesse espaço, já que as interações sociais são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e linguístico de crianças. Foram escolhidas duas creches que funcionam em prédios projetados para este fim e duas funcionando em prédios antes residenciais e adaptados para funcionarem como creches. Tomou-se como referencial teórico, para as análises, as concepções de desenvolvimento a partir de uma visão de criança ativa, com ênfase na perspectiva sócio-histórica de Vygotsky e na perspectiva da interação social dos estudiosos da linguagem. Em relação ao espaço, seguiu-se o referencial teórico a partir da abordagem ecológica de Bronfenbrennner, segundo o qual o potencial promotor de desenvolvimento do espaço aumenta na medida em que o meio ambiente físico oferece oportunidade de atividades molares entre educador e criança, permitindo a livre locomoção e motivando a criança a se engajar em atividades as mais diversas com outras crianças. A metodologia adotada foi a abordagem quanti-quali, recorrendo-se às técnicas de entrevista semi-estruturada, realizada com quatro educadoras e, a observação fílmica da ocupação dos espaços da sala de atividade e das interações que ali ocorreram. Os resultados evidenciaram que embora as educadoras sejam profissionais imbuídas de boas intenções no sentido de cuidar das crianças, usaram recorrentes diretivos para manter a rígida disciplina, impondo a ocupação do espaço na sala de aula, acarretando, na maioria das vezes, um comportamento nas crianças que não as conduziram para o desenvolvimento infantil.
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CELESTE MOURA LINS SILVA
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BULLYING: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE ADOLESCENTES, PAIS E PROFESSORES
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Data: 30/04/2013
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Hora: 14:00
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O objetivo do presente estudo foi apreender as representações sociais de adolescentes, pais e professores acerca do bullying no contexto escolar. Trata-se de um estudo multimétodo, com um enfoque psicossociológico, baseado no arcabouço teórico da Psicologia Social, especificamente na Teoria das Representações Sociais. Participaram 200 adolescentes, 100 pais e 100 professores de escolas da rede pública (50%) e da rede particular da cidade de João Pessoa-Pb. Para a coleta de dados, foram utilizados três instrumentos: Teste de Associação Livre de Palavras (TALP); Questionário Biossociodemográfico e de Vivências Escolares; e Técnica de Grupos Focais. Os dados coletados pela TALP foram processados pelo software Tri-Deux-Mots e analisados pela Análise Fatorial de Correspondência (AFC); os dados biossociodemográficos e de vivências escolares foram processados pelo software SPSS, para uma análise estatística descritiva; e as falas dos Grupos Focais foram processadas pelo software Alceste e analisadas pela Análise Hierárquica Descendente e pela Análise Cruzada. Os resultados revelaram que as representações sociais do bullying elaboradas pelos participantes, estavam objetivadas, naturalizadas nas brincadeiras e deboches que os adolescentes fazem uns com os outros, no entanto uma brincadeira fomentada na agressividade, na violência física e verbal, no preconceito e na exclusão. Denotando o caráter emancipatório das representações sociais do bullying, diante das sérias consequências destes atos. Os dados mostraram também uma falta de clareza a respeito da função educativa da família e da escola. Os pais distantes dos filhos diante dos diversos papéis sociais que precisam ocupar no seu dia a dia; ora sendo percebidos pelos adolescentes como uma figura de cobrança, ora sendo sentidos como desatentos. E as representações sociais destes participantes acerca da escola acenando para a necessidade de uma maior fiscalização do bullying como também de possíveis mudanças na estrutura curricular das escolas, diante desta demanda de adolescentes que chegam com rupturas da educação familiar. Todavia percebe-se um consenso nas representações sociais dos participantes de que para se vislumbrar uma diminuição neste cenário de violência nas escolas é preciso haja uma mudança dos valores sociais, mas que, principalmente, todos se conscientizem de suas responsabilidades frente ao bullying.
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MIRIANE DA SILVA SANTOS BARBOZA
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Educação em Direitos Humanos em uma instituição militar
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Data: 30/04/2013
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Hora: 10:00
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O objetivo principal deste trabalho é verificar a influência de diferentes práticas interventivas sobre as representações sociais (RS) dos direitos humanos (DH) em alunos de um curso de formação de oficiais da polícia militar - cadetes. Tendo em vista este objetivo, foram realizados dois estudos. No primeiro, buscou-se investigar as RS, o conhecimento e as concepções sobre os DH, bem como a sensibilidade empática dos participantes. Foram administrados escalas e questionários sobre os DH, além de uma escala de empatia voltada para questões sociais a 176 cadetes, de ambos os sexos, alunos do 1o e do 3o ano. Também foi utilizada a Técnica da Associação Livre de Palavras. Nos dois estudos foram utilizadas estatísticas paramétricas e não paramétricas. Os resultados do primeiro estudo indicam: 1) a existência de um campo representacional dos DH e uma correspondência entre o conteúdo desse campo e a Declaração Universal dos Direitos Humanos; 2) a existência de RS negativas com relação à efetivação dos DH e; 3) uma baixa sensibilidade empática com respeito a alguns grupos sociais. A partir desses resultados, foi selecionada a amostra do segundo estudo, que visou promover uma mudança nas RS dos participantes, conscientizando-os quanto ao papel do policial enquanto defensor e promotor dos DH. Participaram deste estudo 48 cadetes, que foram distribuídos, randomicamente, em três grupos: dois experimentais e um de controle. O grupo controle assistiu a aulas sobre os DH com um professor da instituição onde foi realizada a pesquisa. Os grupos experimentais participaram de um dos tipos distintos de intervenção: com uma Técnica Racional Discursiva (TRD) e com uma Técnica Racional Discursivo-Afetiva (TRDA). A TRD consistiu na exposição e discussão dos conteúdos definidos no plano da disciplina “Cidadania e Direitos Humanos”, e de discussões de dilemas da vida real. A TRDA adotou os procedimentos utilizados na TRD, acrescidos de atividades psicodramáticas. Ao final do programa de intervenção, os participantes dos três grupos responderam novamente aos instrumentos mencionados no Estudo I. Os resultados das análises referentes às medidas objetivas não indicam diferenças significativas entre os grupos experimentais e de controle e entre os pré-testes e os pós-testes. Quanto às avaliações subjetivas, quando se compara o pré-teste com o pós-teste nos grupos experimentais verificam-se mudanças: 1) no conhecimento dos DH – de um menor para um maior conhecimento-; 2) nas concepções de DH – de pouco elaboradas para bem elaboradas –; 3) nas representações dos DH – de individuais para grupais – e; 4) nas representações da polícia - de uma visão idealizada para uma visão realista. Também são observadas diferenças entre os grupos experimentais: 1) no conhecimento – os escores dos participantes submetidos à TRDA foram mais elevados do que os submetidos à TRD – e; 2) na representação da polícia militar – os participantes submetidos à TRD apresentaram representações específicas e os submetidos à TRDA, representações universais. Os resultados são discutidos à luz da TRS, da teoria psicossociológica de Doise e de estudos empíricos que investigam os DH na esfera das RS.
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FELICISSIMO BOLIVAR DA FONSECA
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ATITUDES AMBIENTAIS E ENERGIAS ALTERNATIVAS: UMA EXPLICAÇÃO PAUTADA EM VALORES
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Data: 29/04/2013
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Hora: 14:00
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Esta pesquisa tem por objetivo geral conhecer em que medida as atitudes
ambientais podem ser preditas em função dos valores humanos e da relação pessoa-ambiente. Especificamente, pretende-se conhecer como os valores humanos e a relação dos indivíduos com a natureza explicam atitudes pró-ambientais que promovam a utilização sustentável dos recursos naturais, tendo como focos a produção e o consumo de energia. Neste sentido, organizou-se o marco teórico tratando os temas de uso e conservação de energias convencionais
e alternativas, além dos construtos valores, atitudes de preservação e inclusão ambiental. Dois estudos foram realizados. O Estudo 1 objetivou conhecer como as atitudes ambientais se correlacionavam com os valores humanos, as atitudes frente às energias convencional e solar, e a conexão e inclusão ambiental. Contou-se com uma amostra de conveniência (não probabilística) de 307 participantes provenientes da população geral (63%) e estudantes universitários de cursos de Tecnologia em Gestão Ambiental e Engenharia Florestal de Cuiabá (MT). Estes tinham idades variando entre 18 e 85 anos (m = 30,8; dp = 14,43), sendo a maioria do sexo feminino (62%), tendo respondido os seguintes instrumentos: Inventário de Atitudes Ambientais, Escala de Conexão Ambiental, Escala de Inclusão Ambiental, Escala de Atitudes frente à Energia Solar, Escala de Atitudes frente à Energia Convencional, Questionário dos Valores Básicos, Escala de Desejabilidade Social e perguntas demográficas. Os resultados indicaram que os participantes se preocupam com o meio ambiente, tendo atitudes positivas
frente às fontes de energias sustentáveis, além de se sentirem incluídas ao meio ambiente natural. No caso, os valores suprapessoais se correlacionaram positivamente com as atitudes de preservação, enquanto os sociais o fizeram com aquelas de utilização; as atitudes frente à energia solar se correlacionaram positivamente com as de preservação, porém aquelas frente à energia convencional o fizeram negativamente; e, finalmente, coerente com o resultado anterior, as atitudes frente à energia solar se correlacionaram positivamente com a conexão e inclusão ambiental, tendo sido observado um padrão oposto para as atitudes frente à energia convencional. O Estudo 2 objetivou replicar os achados anteriormente descritos. Neste sentido, contou-se com amostra de conveniência (não probabilística) de 175 participantes da população geral dos municípios de Cuiabá e Barão de Melgaço, os quais tinham com idades entre 18 e 92
anos (m = 37,7; dp = 14,43), sendo a maioria do sexo feminino (62%). Tais participantes responderam os mesmos questionários anteriormente descritos. Em termos gerais, observaram-se os mesmos resultados do Estudo 1. Destaca-se, entretanto, que os participantes de Barão de Melgaço, apesar do predomínio de atividades diárias relacionadas com o meio ambiente natural, apresentam propensões menores para comportamentos de proteção e cuidado ambiental em
comparação com aqueles de Cuiabá. Concluiu-se que as atitudes ambientais de preservação, assim como a conexão e inclusão ambiental, podem ser importantes para explicar as atitudes frente à energia solar e convencional, cabendo aos valores humanos, sobretudo os suprapessoais, papel de destaque neste contexto. Confia-se, portanto, que a presente tese represente contribuição importante para a literatura da psicologia social e ambiental, oferecendo oportunidade para pensar pesquisas futuras e, principalmente, contribuir com políticas públicas com o fim de assegurar a educação ambiental e promover condutas ambientalmente sustentáveis.
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MARDELIDES DA SILVA LIMA
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CORRELATOS VALORATIVOS DO BULLYING: UM ESTUDO COM ESTUDANTES E PAIS
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Data: 26/04/2013
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Hora: 14:00
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O bullying é um tipo de violência que afeta principalmente os jovens, sendo sua
manifestação cada dia mais presente no espaço da escola, ocasionando transtornos físicos e
psicológicos às vítimas. Considerando este quadro e concebendo que os valores humanos
são um construto fundamental para explicar o comportamento e as maneiras de agir dos
indivíduos, procurou-se nesta tese conhecer os correlatos valorativos do bullying,
considerando tanto pais como estudantes, objetivando elaborar um modelo explicativo a
respeito. Nesta direção, realizaram-se três estudos na cidade de Cáceres, Mato Grosso. O
Estudo 1 procurou conhecer evidências de validade e precisão das medidas utilizadas nos
demais estudos, a saber: Questionário dos Valores Básicos (QVB), Questionário de
Percepção dos Pais (QPP), Escala Califórnia de Vitimização do Bullying (ECVB) e Escala
de Atitudes Frente a Potenciais Alvos de Bullying (AFPAB). Participaram 220 alunos do
ensino médio, com idade média de 16,2 anos, 46,8% do sexo feminino. Os resultados
evidenciaram comprovação de validade fatorial e consistência interna destas medidas, coerente
com sua proposta original. O Estudo 2, utilizando as medidas cujos parâmetros foram
previamente comprovados, procurou-se conhecer a incidência de bullying e as correlações de
seus indicadores com os estilos parentais e os valores humanos, elaborando um modelo
explicativo a respeito. Participaram 180 estudantes do ensino médio de três escolas públicas,
com idade média de 16 anos, sendo a maioria do sexo feminino (54,4%). No geral, os resultados
mostram que o bullying se faz presente nas interrelações escolares, apresentando percentual
de 40,6% de vítimas; 75,6% indicaram conhecer alguém que já foi vitimado e 61,7% têm
amigo que sofreu este ato. Este fenômeno foi caracterizado nos garotos por apelidos,
ameaças, agressões, roubos e comentários sexuais, e nas garotas por rumores e desprezo por
parte das demais. Quanto aos estilos parentais, observou-se que a afetividade percebida da
mãe se correlacionou negativamente com a medida de bullying; no caso dos valores, aqueles
que pontuaram alto nos sociais obtiveram menores pontuações em bullying. Em termos do
modelo explicativo, tais valores mediaram a relação entre a afetividade da mãe e o bullying.
O Estudo 3 procurou conhecer as prioridades valorativas de pais ou responsáveis, focando
nas correlações que podem ser estabelecidas entre os valores humanos e as atitudes frente a
potenciais alvos de bullying. Participaram 400 pais ou responsáveis pelos alunos, com idade
média de 43 anos, 56,8% mulheres. Os resultados mostraram que os participantes priorizam
para si e seus dependentes valores de existência, dando menor destaque àqueles de
experimentação. Verificou-se correlação entre os valores sociais de pais ou responsáveis
com os de seus dependentes, sendo que tais valores inibiram atitudes favoráveis frente ao
bullying. Contrariamente, os valores pessoais fizeram mais prováveis atitudes favoráveis
frente a esta forma de violência. Concluiu-se que os resultados dos três estudos permitem
pensar no fenômeno bullying como presente no contexto escolar, sendo reconhecido por pais
ou responsáveis e seus dependentes, sendo a afetividade materna e os valores sociais fatores
que podem minimizar sua presença e as consequências decorrentes. Por fim, propuseram-se
estudos futuros sobre a temática bullying, por exemplo, envolvendo os amigos como
implicados nesta situação adversa, e indicaram-se, inclusive, programas que possam
assegurar espaços escolares em que este fenômeno ocorra em menor magnitude.
O bullying é um tipo de violência que afeta principalmente os jovens, sendo suamanifestação cada dia mais presente no espaço da escola, ocasionando transtornos físicos epsicológicos às vítimas. Considerando este quadro e concebendo que os valores humanossão um construto fundamental para explicar o comportamento e as maneiras de agir dosindivíduos, procurou-se nesta tese conhecer os correlatos valorativos do bullying,considerando tanto pais como estudantes, objetivando elaborar um modelo explicativo arespeito. Nesta direção, realizaram-se três estudos na cidade de Cáceres, Mato Grosso. OEstudo 1 procurou conhecer evidências de validade e precisão das medidas utilizadas nosdemais estudos, a saber: Questionário dos Valores Básicos (QVB), Questionário dePercepção dos Pais (QPP), Escala Califórnia de Vitimização do Bullying (ECVB) e Escalade Atitudes Frente a Potenciais Alvos de Bullying (AFPAB). Participaram 220 alunos doensino médio, com idade média de 16,2 anos, 46,8% do sexo feminino. Os resultadosevidenciaram comprovação de validade fatorial e consistência interna destas medidas, coerentecom sua proposta original. O Estudo 2, utilizando as medidas cujos parâmetros forampreviamente comprovados, procurou-se conhecer a incidência de bullying e as correlações deseus indicadores com os estilos parentais e os valores humanos, elaborando um modeloexplicativo a respeito. Participaram 180 estudantes do ensino médio de três escolas públicas,com idade média de 16 anos, sendo a maioria do sexo feminino (54,4%). No geral, os resultadosmostram que o bullying se faz presente nas interrelações escolares, apresentando percentualde 40,6% de vítimas; 75,6% indicaram conhecer alguém que já foi vitimado e 61,7% têmamigo que sofreu este ato. Este fenômeno foi caracterizado nos garotos por apelidos,ameaças, agressões, roubos e comentários sexuais, e nas garotas por rumores e desprezo porparte das demais. Quanto aos estilos parentais, observou-se que a afetividade percebida damãe se correlacionou negativamente com a medida de bullying; no caso dos valores, aquelesque pontuaram alto nos sociais obtiveram menores pontuações em bullying. Em termos domodelo explicativo, tais valores mediaram a relação entre a afetividade da mãe e o bullying.O Estudo 3 procurou conhecer as prioridades valorativas de pais ou responsáveis, focandonas correlações que podem ser estabelecidas entre os valores humanos e as atitudes frente apotenciais alvos de bullying. Participaram 400 pais ou responsáveis pelos alunos, com idademédia de 43 anos, 56,8% mulheres. Os resultados mostraram que os participantes priorizampara si e seus dependentes valores de existência, dando menor destaque àqueles deexperimentação. Verificou-se correlação entre os valores sociais de pais ou responsáveiscom os de seus dependentes, sendo que tais valores inibiram atitudes favoráveis frente aobullying. Contrariamente, os valores pessoais fizeram mais prováveis atitudes favoráveisfrente a esta forma de violência. Concluiu-se que os resultados dos três estudos permitempensar no fenômeno bullying como presente no contexto escolar, sendo reconhecido por paisou responsáveis e seus dependentes, sendo a afetividade materna e os valores sociais fatoresque podem minimizar sua presença e as consequências decorrentes. Por fim, propuseram-seestudos futuros sobre a temática bullying, por exemplo, envolvendo os amigos comoimplicados nesta situação adversa, e indicaram-se, inclusive, programas que possamassegurar espaços escolares em que este fenômeno ocorra em menor magnitude.
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AURORA CAMBOIM LOPES DE ANDRADE LULA
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DESENVOLVIMENTO MORAL E RELIGIOSO: ESTUDO CORRELACIONAL E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO
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Data: 26/04/2013
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Hora: 08:30
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O objetivo final desta tese foi verificar se o desenvolvimento do pensamento moral e condicao necessaria para o desenvolvimento do pensamento religioso. Para atingir esse objetivo, fez-se necessario antes construir e validar um instrumento objetivo para investigar o julgamento religioso. Duas teorias servem como base para este estudo: a teoria do desenvolvimento do julgamento moral de justica, elaborada por Kohlberg (1969) e a teoria do desenvolvimento do julgamento religioso, elaborada por Oser e Gmunder (1991). Ambas seguem os mesmos pressupostos piagetianos. Sendo assim, foi necessaria a realizacao de quatro estudos, os tres primeiros referentes a validacao do Teste do Julgamento Religioso (TJR) e o quarto referente mais especificamente a verificacao da relacao entre pensamento moral e religioso. O primeiro estudo teve como objetivo a construcao e validacao de conteudo da TJR, um teste objetivo para investigar o julgamento religioso que segue o mesmo formato do Deffining Issues Test (DIT), instrumento objetivo para investigar o julgamento moral. O TJR e composto por tres dilemas, baseados nos dilemas de Oser e Gmunder (1991). Ao final deste estudo o TJR continha 20 itens para cada dilema, sendo quatro itens para cada estagio. Os itens foram constituidos por afirmativas, nas quais os respondentes deveriam indicar em uma escala do tipo likert o grau de importancia de cada afirmativa. O segundo estudo teve como objetivo a validacao de construto, que consistiu na verificacao dos coeficientes de fidedignidade e da consistencia interna dos itens do instrumento construido na primeira fase. Participaram 206 adolescentes de escolas publicas e privadas e universitarios. Foi realizada uma analise fatorial para cada dilema e Teste-T e ANOVA para verificar a influencia dos dados socio-demograficos nos escores dos participantes referentes aos fatores das escalas. Verificou-se nos resultados que a organizacao dos itens nos fatores mostrou-se adequada com tres componentes ao inves de cinco (como previa a teoria). Concluiu-se que o dilema de Paulo e o dilema da Sorte apresentaram parametros psicometricos adequados, mas o dilema do juiz nao apresentou e foi retirado das analises posteriores. O terceiro estudo teve carater confirmatorio e contou com uma participacao de 153 estudantes adolescentes e universitarios. Foi administrado o TJR com as modificacoes realizadas no segundo estudo. Verificou-se mais uma vez que os itens apresentaram uma organizacao mais adequada com tres componentes, o que levou a crer que o desenvolvimento do julgamento religioso pode ser dividido por niveis. Os dois primeiros estagios constituiriam o primeiro nivel, o estagio 3 formaria o segundo nivel e os dois ultimos estagios comporiam o terceiro nivel. O quarto estudo teve como objetivo verificar se o pensamento moral e condicao necessaria ao pensamento religioso. Participaram 293 jovens dentro da seguinte faixa etaria: 16-17 anos; 20-21 anos e 24-25 anos. Foram utilizados os seguintes instrumentos: um questionario socio-demografico; o DIT e o TJR. De acordo com a teoria estudada, esperou-se encontrar nos resultados: (1) Uma evolucao dos niveis de julgamento moral e religioso de acordo com a idade; (2) Uma relacao positiva entre pensamento moral e religioso; (3) Maior numero de participantes com nivel de desenvolvimento mais avancado no julgamento moral do que no julgamento religioso.
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DELIANE MACEDO FARIAS DE SOUSA
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DESEMPENHO ACADÊMICO: UMA EXPLICAÇÃO PAUTADA NOS VALORES HUMANOS, ATITUDES E ENGAJAMENTO ESCOLAR
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Data: 25/04/2013
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Hora: 09:00
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Objetivou-se conhecer em que medida os valores, as atitudes em relação ao contexto escolar e à aprendizagem, e o engajamento escolar explicam o desempenho acadêmico. Buscou-se ainda elaborar duas medidas psicológicas e conhecer seus aspectos psicométricos: Escala de Autoavaliação de Desempenho Acadêmico e a Escala de Atitudes Frente ao Contexto Escolar (EACE), além de adaptar uma terceira para o presente contexto: a Escala de Atitudes Frente à Aprendizagem (EAFA). Diante dos objetivos elencados, realizaram-se cinco estudos empíricos. O Estudo 1 diz respeito à elaboração das medidas propostas (EADA e EACE) e contou com 481 estudantes da segunda fase do ensino fundamental de escolas públicas e privadas da cidade de João Pessoa (PB), com idade média de 12,9 anos (dp = 1,59, amplitude de 11 a 17 anos de idade), divididos igualmente quanto ao sexo. Os participantes responderam um questionário com perguntas abertas sobre o desempenho acadêmico e o contexto escolar. As respostas foram avaliadas por meio de uma técnica informatizada de análise de conteúdo (ALCESTE), e a partir delas foram elaborados itens tanto para a EADA, quanto EACE. O Estudo 2 apresenta os parâmetros psicométricos das medidas elaboradas nesta tese (EADA e EACE), além da EAFA. Participaram 200 estudantes do ensino fundamental, sendo a maioria do sexo feminino (53,5%), com idade média de 12,6 anos (dp = 1,50). A leitura do conteúdo dos itens da EADA permitiu nomear seus componentes de satisfação (α = 0,92, rm.i. = 0,39) e insatisfação com o desempenho acadêmico (α = 0,80, rm.i. = 0,25). No que diz respeito à EACE, três componentes foram extraídos: atitudes frente a professores (α = 0,90, rm.i. = 0,45), à escola (α = 0,85, rm.i. = 0,43) e aos colegas de classe (α = 0,85, rm.i. = 0,53). Já a EAFA teve sua estrutura tetrafatorial confirmada no presente contexto: abertura (α = 0,86, rm.i. = 0,40), disposição negativa (α = 0,77, rm.i. = 0,40), expectativa (α = 0,76, rm.i. = 0,35) e ansiedade (α = 0,73, rm.i. = 0,31) em relação à aprendizagem. Tendo as três medidas alcançado padrões de validade e precisão adequados, procedeu-se o Estudo 3, com o objetivo de comprovar a estrutura fatorial das mesmas. Para tanto, contou-se com a participação de 210 estudantes, com as mesmas características dos estudos anteriores. As três medidas apresentaram indicadores de ajuste satisfatórios, cabendo ressaltar que a EADA mostrou-se mais eficiente quando composta por apenas um fator. No Estudo 4 verificaram-se as relações entre as variáveis centrais desta tese, a saber: desempenho acadêmico, engajamento escolar, atitudes educacionais e valores humanos. Participaram deste estudo 200 estudantes, que responderam além das medidas anteriormente mencionadas, ao Questionário de Valores Básico (QVG), Escala de Engajamento Escolar (EEE) e questões sócio-demográficas. Verificou-se que o desempenho está relacionado a todas as variáveis, com exceção dos valores de experimentação e expectativa frente à aprendizagem. Nesse sentido, verificou-se por meio de regressões lineares, as relações preditivas entre as variáveis em questão, resultando num modelo explicativo do desempenho acadêmico. O Estudo 5 descreve o teste do modelo hierárquico: valores (normativa, interativa e suprapessoal) → atitudes educacionais (em relação ao contexto escolar e à aprendizagem) → engajamento escolar (vigor, absorção e dedicação) → desempenho acadêmico. Contou-se com uma amostra de 425 estudantes do ensino fundamental e verificou-se que o modelo em questão apresentou índices de ajustes satisfatórios [c²/gl = 1,99, GFI = 0,96, AGFI = 0,92, CFI = 0,94 e RMSEA = 0,07 (IC90% = 0,03-0,10)]. Confia-se que os objetivos da presente tese foram alcançados, dando ênfase à teoria funcionalista dos valores humanos. Espera-se que os resultados aqui apresentados possam servir de base para estudos e intervenções futuros que visem a contribuir para esta área de interesse.
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HENRIETT MARQUES MONTANHA
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USO DO ÁLCOOL E DEPRESSÃO NO CONTEXTO DA ADOLESCÊNCIA: UM ESTUDO PSICOSSOCIOLÓGICO
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Data: 19/04/2013
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Hora: 09:00
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Esta tese teve como objetivo apreender as representações sociais acerca do álcool e da depressão elaboradas por estudantes adolescentes. Para tanto, utilizou-se o aporte da Teoria das Representações Sociais. O estudo contou com uma amostra de 349 estudantes do Ensino Médio Profissionalizante, maioria do sexo feminino (71,3%), com idades entre 13 e 17 anos, com uma média de 15,8 (dp=1,04%). Para a coleta dos dados foram utilizados os seguintes instrumentos: Técnica de Associação Livre de Palavras TALP (estímulos indutores: depressão, pessoa deprimida, uso do álcool, adolescência e eu mesmo), Questionário biossociodemográfico, Teste de Identificação de Problemas Relacionados ao Uso de Álcool (AUDIT), Inventário de Depressão Infantil CDI e Entrevista semiestruturada. O software Trideux foi utilizado para realizar a análise
fatorial de correspondência das associações livres e variáveis dos participantes. Os dados advindos do questionário e do AUDIT foram processados pelo PASW 21 e analisados por meio de estatística descritiva. As interlocuções dos participantes foram processadas pelo software ALCESTE e analisadas por meio da análise lexical (procedimentos padrão e análise cruzada). Os resultados obtidos através da Análise Fatorial do Trideux indicaram campos semânticos associados à depressão e objetivados pelas palavras chorar, doença, morte, sozinha, angústia e dor; as evocações advindas do estímulo pessoa deprimida foram objetivadas nas palavras: chata, doente e sozinha. Já para o estímulo indutor uso do álcool, os participantes o objetivaram por meio dos elementos e
apresentaram-se por meio dos vocábulos sexo, rebeldia, descoberta e festa. E, por fim, para o estímulo eu mesmo, o grupo elaborou suas objetivações nas palavras: legal, linda e amiga. Os resultados advindos do AUDIT demonstraram boa consistência interna (=0,84); na análise categórica 129 (36,9%) adolescentes pontuaram na Zona I (consumo de Baixo Risco), 17 (4,9%) adolescentes pontuaram na Zoba II (Risco), 2 (0,6%) na Zona III (Alto Risco) e 1 (0,3) pontuou na Zona IV (Dependência). Os resultados sobrevindos do CDI revelaram boa confiabilidade (=0,86); sendo 10% dos adolescentes com sintomatologia depressiva, e destes 68,6% do sexo feminino; com maior frequência na idade de 15 anos (30,3%). Os resultados do ALCESTE desvelaram na primeira classe, intitulada Depressão: concepções, causas e consequências da depressão, cujas representações objetivaram-se no sentimento da tristeza e em outros
elementos como: poder, falta, escola, amor, trauma, família, suicídio, sofrer, perda, doença, remédio, morte, entre outras que ancoram-se em dimensões psicoafetivas. A segunda classe, denominada Álcool: concepções, causas e consequências, foi objetivada nos elementos beber, cerveja, curiosidade, amigos, morrer, abusar, influência, festa, acidente, vício,
normativas e comportamentais apreendidas provavelmente do meio social. A terceira classe do ALCESTE, intitulada Adolescência: concepções e vivência objetivou-se em fase, vida, caminho, período, mudança, escolha, responsabilidade, rebeldia, brincar, sexo, estudar, adulto, descobertas, entre outras. Os achados deste estudo apontaram que 42,7% dos adolescentes fizeram ingestão de álcool, 10% apresentaram sintomatologia depressiva, não sendo possível associar os sintomas depressivos ao uso de álcool. Entretanto, acredita-se que com estes resultados, seja imperativo ampliar as reflexões e
mudar as atitudes acerca do comportamento do adolescente no que concerne aos
cuidados de prevenção do abuso de álcool, bem como de sua saúde mental e, que por sua vez, sejam efetivamente implementadas as políticas de educação que contemplem a saúde integral do adolescente.
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VANIA CRISTINA NADAF
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A RESILIÊNCIA: UM PROCESSO POTENCIAL DE PROTEÇÃO E ADAPTAÇÃO DO BEM-ESTAR PSICOLÓGICO NA VELHICE
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Data: 18/04/2013
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Hora: 09:00
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Com o aumento da duração da vida humana e do número de idosos na população, o envelhecimento passou a ser um tema privilegiado e um dos grandes desafios da sociedade contemporânea. Considerado como um período de grandes adversidades e de aumento do estresse (maior convivência com o risco) pode ser também considerado como uma nova etapa da vida que pode ser vivenciada de forma positiva. Estudos têm comprovado que para tal vivência positiva, a resiliência é fundamental, uma vez que está ligada a processos intrapsíquicos de proteção e risco e de interação social, o que a torna importante neste processo de adaptação e superação das adversidades desta etapa da vida. Aliada à resiliência, tem-se a medida da satisfação com a vida, com a qual se
realiza um julgamento cognitivo de alguns domínios específicos da vida e reflete como a pessoa percebe a sua vida em relação ao presente, ao passado e às suas perspectivas em relação ao futuro, e é vista como o componente cognitivo fundamental, que complementa a felicidade. Da necessidade de estudar esses construtos, surgiu esta pesquisa que teve como objetivo analisar as ligações existentes entre a capacidade da resiliência e a percepção do Estresse com o componente cognitivo do Bem-estar Subjetivo (BES) a satisfação com a vida - em uma amostra de idosos de Cuiabá, tendo como referencial teórico o modelo do desenvolvimento humano, com forte influência da teoria psicossocial de Erikson (1972) e o modelo de Grotberg que define a resiliência
como um conceito ligado ao desenvolvimento e ao crescimento humano. Método: a
pesquisa se caracteriza como um estudo transversal de abordagem quantitativa. Foi dividido em dois estudos, o primeiro estudo consistiu na adaptação da Escala de Resiliência para Adultos - RSA (por Friborg, Hjemdal, Rosenvinge & Martinussen, 2003), do qual participaram 200 idosos. No segundo estudo, a amostra foi constituída de 379 idosos que responderam um questionário sociodemográfico, a escala RSA (Hjemdal, et al. 2006), a escala Perceived Stress Scale (PSS Escala de Estresse Percebido) de Cohen, Karmack & Mermelsteinm (1983), Satisfaction With Life Scale (SWLS) Escala de Satisfação Com a Vida (ESV), de Diener (1985), e a escala Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) de Zigmond & Snaith (1983). Os dados foram compilados utilizando-se o SPSS versão 21 para análises estatísticas. Como resultado, obteve-se no Estudo I um predomínio de mulheres (n= 146) e com uma média de 67,23 anos (DP= 5,9). Na Análise Fatorial realizada no I estudo, emergiram duas dimensões Coesão Familiar (Alfa = 0,95) e Otimismo (Alfa=0,88) e dois itens foram
eliminados ficando assim a RSA total (Alfa = 0,91) adaptada para idosos com 31 itens. Os resultados do II Estudo apontam que a amostra tem um nível de resiliência médio e que a maioria dos idosos avalia estar satisfeita com a vida. Os resultados também demonstraram que os idosos que apresentaram maiores médias nas avaliações da RSA e da ESV apresentaram menores pontuações nas escalas PSS e HADS- Ansiedade e Depressão. A hipótese do Estudo I não foi confirmada, o que sugere que a resiliência pode ser medida de forma diferente para os idosos, pois a resiliência nesta fase pode refletir o processo de adaptação positiva em uma fase de maior amadurecimento
psicológico. No estudo II, os resultados confirmaram as hipóteses do trabalho, as
mulheres tiveram maiores pontuações nas RSA e nas suas dimensões, sendo que,
somente na dimensão otimismo essa diferença foi significativa. Dos resultados que se obteve, concluiu-se haver necessidade de se investir em outras pesquisas para melhor entender os efeitos e consequências da capacidade da resiliência na velhice, pois os resultados trazem a ideia que é um fator protetor e promotor de bem-estar neste período. A velhice acarreta perdas no que tange à saúde, à capacidade laboral, ao poder aquisitivo e às relações interpessoais. Portanto, a continuidade da presença do quesito satisfação com a vida após os 60 anos demonstra que a resiliência enquanto processo de adaptação e superação das condições adversas que a vida impõe tornou-se fundamental para não só a manutenção do sentimento da certeza de ter qualidade de vida, mas também para a forma como essas perdas são absorvidas e ressignificadas na vida dos idosos.
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SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
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POLIAMOR, UMA FORMA NÃO EXCLUSIVA DE AMAR: CORRELATOS VALORATIVOS E AFETIVOS
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Data: 27/03/2013
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Hora: 10:00
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O objetivo desta tese foi conhecer em que medida os valores, o amor e o
ciúme explicam a atitude das pessoas diante do poliamor. Também, buscou-se elaborar uma medida de autorrelato (explícita), Escala de Atitudes Frente ao Poliamor (EAFP) e uma medida implícita (TAI-Monogamia/Poliamor) com o intuito de mensurar tais atitudes. Para tanto, foram realizados quatro estudos empíricos. O Estudo 1 diz respeito à elaboração da Escala de Atitudes Frente ao Poliamor (EAFP). Participaram 207 estudantes de duas universidades particular da cidade de João Pessoa PB, com idades variando de 18 a 50 anos (m = 25,7 e dp = 7,19), sendo em sua maioria do sexo masculino (56%). Eles responderam a um questionário que se encontrava dividido em duas partes. A primeira parte possuía sete perguntas abertas, e a segunda parte, perguntas de natureza sócio-demográficas. As respostas dos participantes foram avaliadas por meio da análise de conteúdo automática (ALCESTE). Foram elencadas duas classes distintas. Em síntese, eles revelaram a compreensão da problemática em torno da dinâmica do poliamor enquanto relacionamento amoroso. O Estudo 2 apresenta
os parâmetros psicométricos da medida proposta (EAFP). Participaram 261 estudantes universitários da cidade de João Pessoa - PB, com idades variando de 18 a 63 anos (m = 30,1, dp = 9,80), sendo a maioria do sexo feminino (57,5 %). A EAFP apresentou dois componentes respectivamente. A leitura do conteúdo dos seus itens permitiu defini-los como poliamor como possibilidade de relacionamento e sentimento em relação à prática
do poliamor. O Estudo 3 descreve como as variáveis valores humanos, as dimensões do amor e os fatores do ciúme explicam as atitudes frente ao poliamor; e, ainda, pretendeu-se testar o modelo bidimensional da EAFP. Participaram desta pesquisa 242 estudantes universitários do estado do Piauí, com idade média de 23 anos (dp = 5,28 amplitude de 18 a 50 anos), sendo a maioria do sexo feminino (64,2%). Evidenciou-se que a dimensão afetiva, em especial o ciúme, pareceu possuir maior poder preditivo de explicação destas atitudes; e que o poliamor enquanto relacionamento amoroso mostrou-se ainda menos convencional para as pessoas que aderem às normas socialmente aceitas para as relações amorosas, a exemplo daqueles que se pautam por
valores normativos. Os resultados também confirmaram a estrutura bifatorial da EAFP. Por fim, o Estudo 4 tratou de construir uma medida implícita com o intuito de mensurar atitudes frente ao poliamor, e analisar as relações entre as medidas implícita e explícita acerca deste construto. Foram utilizadas as duas versões do TAI-Monogamia/Poliamor. A versão lápis e papel, contou com a participação de 170 estudantes de uma Universidade Pública do Piauí-PI, com idade média de 22 anos (dp = 5,15), sendo a maioria do sexo feminino (70,0%). Na versão computadorizada, participaram 100 estudantes de uma universidade pública do Piauí- PI, com idade média de 22 anos (dp = 2,93). Verificaram-se correlações significativas entre as medidas implícita e explícita,
indicando que quando as pessoas apresentavam atitudes explicitas favoráveis ao
poliamor respectivamente elas manifestavam atitudes implícitas favoráveis a esta forma de relacionamento. Entretanto, para os estudantes monogamia e poliamor não se apresentaram em lados opostos, sugerindo que as pessoas favoráveis à monogamia necessariamente não se mostraram contrárias ao poliamor.
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LUCIANE ALBUQUERQUE SA DE SOUZA
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O PAPEL DA AUTOEFICÁCIA NA SAÚDE MENTAL E NO BURNOUT DE CADETES POLICIAIS E BOMBEIROS MILITARES
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Data: 15/03/2013
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Hora: 09:00
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Os policiais e bombeiros militares, ao realizarem suas atividades laborais, estão sujeitos às várias situações e intempéries advindas do ambiente externo, além de ter que sobreviver aos desafios impostos pela estrutura pública à qual estão inseridos. A partir desta reflexão, surgiu o interesse por realizar um estudo com os futuros agentes da segurança pública e defesa social, os cadetes militares. Logo, o objetivo geral desta tese foi o de analisar o processo pelo qual as relações entre o bem-estar subjetivo e a saúde mental e o bem-estar subjetivo e o burnout adquirem significado psicológico a partir do efeito mediador das crenças da autoeficácia. Para tanto, buscou-se o atingimento dos seguintes objetivos específicos: a) investigar o efeito mediador da autoeficácia na relação entre a saúde mental de futuros policiais e bombeiros militares e dois conjuntos de variáveis: as sociodemográficas e as relacionadas ao bem estar subjetivo; e b) avaliar o efeito mediador da autoeficácia no aparecimento da síndrome de burnout em futuros policiais e bombeiros militares e dois conjuntos de variáveis: as sociodemográficas e as relacionadas ao bem-estar subjetivo. Participaram deste estudo 228 cadetes militares, cuja maioria é do sexo masculino (79%), com idades variando entre 17 e 24 anos (60%), e declarados solteiros (74%); destaca-se que 65% frequentava o Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar e 35% o Curso de Formação de Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar, sendo que 42% já frequentava o curso há um ano, 30% há dois anos e 28% há três anos. Após aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética e do consentimento e autorização do Diretor do Centro de Educação da Polícia Militar da Paraíba, procedeu-se a coleta dos dados. Os participantes receberam um livreto contendo os seguintes instrumentos: Questionário de Saúde mental (QSG-12), Maslach Burnout Inventory – Student Survey (MBI-SS), Escala de Autoeficácia Geral Percebida, Escala de Afetos Positivos e Negativos, Escala de Vitalidade Subjetiva e Escala de Satisfação com a Vida. Inicialmente, foi realizada uma regressão hierárquica, método Enter, para avaliar: 1) o papel de variáveis sociodemográficas e do bem-estar subjetivo na saúde mental dos cadetes militares; e 2) o papel de variáveis sociodemográficas e do bem-estar subjetivo no desenvolvimento de burnout dos cadetes militares. Posteriormente, realizaram-se regressões simples com método Enter, para testar o efeito mediador da autoeficácia entre as variáveis supracitadas. Quanto ao construto do bem-estar subjetivo, observou-se que, apesar de estarem expostos a contingências diversas e adversas, os cadetes militares conseguem manter níveis equilibrados de saúde mental, em boa parte, devido à dinâmica dos quatro tipos de funções mediadoras (cognitiva, seletiva, afetiva e reguladora) que as crenças da autoeficácia realizam nestes indivíduos. Outro dado interessante apontou que a relação entre o tempo na corporação e a saúde mental é completamente explicada pela autoeficácia. Já em relação ao burnout, enfatiza-se que, apesar de conviverem no mesmo ambiente acadêmico (CEPMPB), cadetes policiais e cadetes bombeiros apresentaram divergência em termos de nível de burnout, sendo que que os cadetes da PM apresentam maior nível de burnout do que os cadetes BM. Outra evidência aponta que quanto mais tempo os cadetes passam na corporação, maior será a probabilidade destes virem a desenvolver a síndrome de burnout. Os resultados das análises desta tese indicam que os cadetes militares (independente do sexo e do tipo de corporação ao qual pertencem) estão se valendo (mesmo que parcialmente) das suas crenças de autoeficácia para conseguir enfrentar os estressores diários. As discussões sugerem programas de intervenção como forma de poupar recursos às corporações militares, pois estarão prevenindo o aparecimento da síndrome de burnout na vida profissional dos seus policiais e bombeiros militares.
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KARLA CAROLINA SILVEIRA RIBEIRO
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INTERVENÇÃO PSICOEDUCATIVA DIRIGIDA À PREVENÇÃO DE DSTS E GRAVIDEZ NÃO PLANEJADA PARA ADOLESCENTES JOVENS
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Data: 07/03/2013
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Hora: 08:00
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Questões socioculturais e econômicas aumentam a vulnerabilidade dos jovens à
infecção pelas DSTs/HIV e ao risco de uma gravidez não planejada, devendo ser abordados
nas estratégias de prevenção, tendo em vista que a educação se desenvolve em espaços
formais e não formais desde que haja interação entre as pessoas e saberes. Partindo destes
pressupostos, este estudo está fundamentado na teoria da Vulnerabilidade e na teoria do
Comportamento Planejado, tendo como objetivo elaborar e verificar os efeitos da aplicação de
uma estratégia de intervenção psicoeducativa para a prevenção das DSTs e gravidez não
planejada para adolescentes jovens, enfocando de modo abrangente e integrado os aspectos da
vulnerabilidade individual, social e programático. Trata-se de um estudo com delineamento
quase-experimental com grupo de controle, que se divide em 03 estudos: (1) Construção e
Validação de um instrumento de avaliação da percepção de vulnerabilidade adolescente
jovem para uso no pré e pós-teste. (2) Construção de uma estratégia de intervenção
psicoeducativa. (3) Aplicação e avaliação da intervenção psicoeducativa. A população do
estudo é constituída por jovens de 14 a 24 anos, matriculados em escolas públicas e privada
de ensino médio da cidade de João Pessoa. Para o primeiro estudo, a amostra foi constituída
por 432 estudantes, no qual foi aplicada a escala de Percepção frente à Vulnerabilidade. A
escala foi construída através das bases teóricas da teoria da Vulnerabilidade e os seus itens
foram delineados a partir de estudo anterior. A partir da Análise Fatorial dos Componentes
Principais e o alpha de Crombach, obteve-se um instrumento com 29 itens, dividido em três
fatores de vulnerabilidade individual, social e programático -, confirmando os pressupostos
teóricos e evidencias empíricas. No segundo estudo foi construída uma intervenção
psicoeducativa nos moldes de oficinas, com base na Teoria da Vulnerabilidade e Teoria do
comportamento Planejado. A intervenção resultou em três encontros em dias consecutivos no
qual foram discutidas a iniciação sexual, as ideologias de gênero, negociação e uso do
preservativo, DST e gravidez, crenças e normas sociais. Para análise dos resultados foram
gravados os 15 minutos finais de cada dia, no qual foi discutida a percepção dos participantes
sobre
demonstraram sua adequação ao publico alvo. O terceiro estudo ocorreu em quatro
instituições escolares pública e privada, onde foram formados randomicamente dois grupos
(experimental e controle), compostos em média por 10 alunos, equiparados em relação a sexo.
Após a aplicação do pré-teste, o grupo experimental participou da oficina psicoeducativa,
enquanto para o grupo controle foram realizadas palestras informativas. Os debates realizados
no grupo experimental foram gravados (autorização dos participantes). Passados 4 meses da
intervenção, foi aplicado o pós-teste, cuja eficácia foi verificada através do test t para
amostras emparelhadas. Para os dados qualitativos referentes aos relatos dos participantes
durante o processo de Intervenção Psicoeducativa, foi utilizada Análise Categorial Temática.
Os resultados provenientes do grupo experimental e controle demonstraram que a intervenção
psicoeducativa se mostrou eficaz na mudança da percepção de vulnerabilidade individual
(p<0,05), decréscimo no primeiro e aumento no segundo grupo. No que tange os dados
qualitativos
Normativas); Vulnerabilidade Programática (Acesso ao Insumo); Vulnerabilidade Individual
(Uso do Preservativo, Crenças de Gênero e Informação); e Ressignificação após Intervenção
(Autopercepção e Autocuidado). Conclui-se, portanto, que a presente pesquisa alcançou o
objetivo proposto, demonstrando a necessidade de intervenções que priorize as relações
intersubjetivas, o que possibilita a construção de sujeito-cidadão.
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MARCIO DE LIMA COUTINHO
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A INFIDELIDADE VIRTUAL NO RELACIONAMENTO AMOROSO: CORRELATOS AFETIVOS E SOCIAIS
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Data: 28/02/2013
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Hora: 14:30
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Esta tese teve como objetivo geral conhecer os correlatos afetivos e sociais dos
relacionamentos amorosos com ênfase na infidelidade virtual. Para subsidiar teórica e
metodologicamente, utilizaram-se dos aportes teóricos do amor tetrangular e valores
humanos, adicionado aos estudos acerca do ciúme romântico e da adição à Internet. Para
alcançar o objetivo, fez-se necessário desenvolver três estudos: o primeiro com caráter
preliminar e instrumental visando adaptar/validar dois instrumentos, a escala de
infidelidade virtual e a escala de adição à Internet para o contexto brasileiro. Participaram
246 estudantes universitários de Instituições Pública e Privada da cidade de João Pessoa
(PB), com idade variando de 17 a 55 anos (m = 24,3; dp = 7,15), a maioria (62,1%) do
sexo feminino. Os resultados advindos da Análise Fatorial Exploratória da escala de
infidelidade virtual evidenciaram uma estrutura bidimensional: relação sexual (α = 0,96) e
relação de amizade (α = 0,81). Os resultados da medida de adição à Internet indicaram
uma estrutura unidimensional (α = 0,89). O Estudo 2 teve como objetivo confirmar a
estrutura fatorial das escalas do primeiro estudo e verificar qual o poder de correlação com
os construtos amor, ciúme e valores humanos. Fizeram parte 210 estudantes universitários
que responderam as mesmas escalas do Estudo 1 acrescidas das medidas: amor
tetrangular, ciúme romântico e o questionário dos valores básicos, as idades dos
participantes variaram entre 17 a 50 anos (m = 23,6; dp = 6,41), a maioria do sexo
feminino (73,8%). Os resultados advindos da Análise Fatorial Confirmatória (AFC) das
medidas de infidelidade virtual e adição à Internet para o contexto brasileiro sugerem que o
modelo originalmente proposto pelos autores, com quatro e três dimensões,
respectivamente foi o que melhor apresentou parâmetros de validade e precisão adequados
(GFI = 0,89, CFI = 0,97 e GFI = 0,83, CFI = 0,96). Quanto ao poder de predição das
medidas adição à Internet, ciúme, amor e valores humanos observou-se que a primeira
variável contribuiu significativamente para a explicação das atitudes frente à infidelidade
virtual (R = 0,25, p < 0,001); a segunda variável o ciúme romântico apresentou uma
contribuição marginal (R = 0,30, p = 0,05); a terceira variável independente, o amor, não
teve uma contribuição significativa (R = 0,34, p > 0,05); e, por fim, os valores humanos
tiveram uma contribuição de destaque (R = 0,49, p < 0,001). O estudo 3 teve como
objetivo elaborar um modelo teórico explicativo a partir dos construtos valores humano,
ciúme e adição à Internet para explicar as atitudes frente à infidelidade virtual.
Participaram 204 usuários da Internet, com idade variando entre 17 a 66 anos (m = 29,3; dp
= 10,34), sendo a maioria do sexo feminino (59,8%). Os resultados advindos das análises
estatísticas mostraram que os três construtos foram determinantes para explicar a atitude de
infidelidade virtual. Na medida dos valores humanos (r = -0,15; p < 0,05) sobressaíram as
subfunções experimentação, suprapessoal, existência, normativa e realização, o ciúme
romântico (r = -0,33; p < 0,001) com as dimensões não-ameaça e exclusão e adição à
Internet (r = 0,13; p < 0,05) com as dimensões retirada e problemas sociais, gestão do
tempo e desempenho e realidade substituída foram subjacentes às atitudes frente a
infidelidade virtual. Em síntese, pode-se inferir que os resultados contribuíram de maneira
satisfatória com o modelo explicativo do comportamento acerca da infidelidade virtual.
Espera-se também que estes resultados possam ser aplicados em pesquisas futuras.
Esta tese teve como objetivo geral conhecer os correlatos afetivos e sociais dosrelacionamentos amorosos com ênfase na infidelidade virtual. Para subsidiar teórica emetodologicamente, utilizaram-se dos aportes teóricos do amor tetrangular e valoreshumanos, adicionado aos estudos acerca do ciúme romântico e da adição à Internet. Paraalcançar o objetivo, fez-se necessário desenvolver três estudos: o primeiro com caráterpreliminar e instrumental visando adaptar/validar dois instrumentos, a escala deinfidelidade virtual e a escala de adição à Internet para o contexto brasileiro. Participaram246 estudantes universitários de Instituições Pública e Privada da cidade de João Pessoa(PB), com idade variando de 17 a 55 anos (m = 24,3; dp = 7,15), a maioria (62,1%) dosexo feminino. Os resultados advindos da Análise Fatorial Exploratória da escala deinfidelidade virtual evidenciaram uma estrutura bidimensional: relação sexual (α = 0,96) erelação de amizade (α = 0,81). Os resultados da medida de adição à Internet indicaramuma estrutura unidimensional (α = 0,89). O Estudo 2 teve como objetivo confirmar aestrutura fatorial das escalas do primeiro estudo e verificar qual o poder de correlação comos construtos amor, ciúme e valores humanos. Fizeram parte 210 estudantes universitáriosque responderam as mesmas escalas do Estudo 1 acrescidas das medidas: amortetrangular, ciúme romântico e o questionário dos valores básicos, as idades dosparticipantes variaram entre 17 a 50 anos (m = 23,6; dp = 6,41), a maioria do sexofeminino (73,8%). Os resultados advindos da Análise Fatorial Confirmatória (AFC) dasmedidas de infidelidade virtual e adição à Internet para o contexto brasileiro sugerem que omodelo originalmente proposto pelos autores, com quatro e três dimensões,respectivamente foi o que melhor apresentou parâmetros de validade e precisão adequados(GFI = 0,89, CFI = 0,97 e GFI = 0,83, CFI = 0,96). Quanto ao poder de predição dasmedidas adição à Internet, ciúme, amor e valores humanos observou-se que a primeiravariável contribuiu significativamente para a explicação das atitudes frente à infidelidadevirtual (R = 0,25, p < 0,001); a segunda variável o ciúme romântico apresentou umacontribuição marginal (R = 0,30, p = 0,05); a terceira variável independente, o amor, nãoteve uma contribuição significativa (R = 0,34, p > 0,05); e, por fim, os valores humanostiveram uma contribuição de destaque (R = 0,49, p < 0,001). O estudo 3 teve comoobjetivo elaborar um modelo teórico explicativo a partir dos construtos valores humano,ciúme e adição à Internet para explicar as atitudes frente à infidelidade virtual.Participaram 204 usuários da Internet, com idade variando entre 17 a 66 anos (m = 29,3; dp= 10,34), sendo a maioria do sexo feminino (59,8%). Os resultados advindos das análisesestatísticas mostraram que os três construtos foram determinantes para explicar a atitude deinfidelidade virtual. Na medida dos valores humanos (r = -0,15; p < 0,05) sobressaíram assubfunções experimentação, suprapessoal, existência, normativa e realização, o ciúmeromântico (r = -0,33; p < 0,001) com as dimensões não-ameaça e exclusão e adição àInternet (r = 0,13; p < 0,05) com as dimensões retirada e problemas sociais, gestão dotempo e desempenho e realidade substituída foram subjacentes às atitudes frente ainfidelidade virtual. Em síntese, pode-se inferir que os resultados contribuíram de maneirasatisfatória com o modelo explicativo do comportamento acerca da infidelidade virtual.Espera-se também que estes resultados possam ser aplicados em pesquisas futuras.
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