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PAULO RAGNER SILVA DE FREITAS
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"ECOLOGIA COMPARATIVA DOS LAGARTOS Phyllopezus periosus e Phyllopezus pollicaris (SAURIA: PHYLLODACTYLIDAE) EM SIMPATRIA EM ÁREA DE CAATINGA NO NORDESTE DO BRASIL"
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Fecha: 05-dic-2013
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Hora: 08:00
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As dimensoes em que as especies animais partilham recursos podem ser classificadas em tres grupos gerais: tipo de alimento, habitat e tempo. A forma mais comum de segregacao e por habitat, seguido por tipo de alimento e, por fim, divisao temporal. O grau de partilha de recursos pode ser definido indiretamente atraves das diferencas morfologicas, do tipo de forrageamento e da utilizacao dos recursos espaciais por especies simpatricas. O presente estudo foi desenvolvido em dois capitulos, o primeiro deles e intitulado de Particao de nicho entre os lagartos Phyllopezus periosus e Phyllopezus pollicaris (Sauria: Phyllodactylidae) em simpatria em uma area de Caatinga no Nordeste do Brasil. Foram abordados dados sobre uso do habitat, altura de empoleiramento, periodo de atividade, dieta e morfometria em ambas as especies de lagartos. No segundo capitulo, intitulado de Aspectos demograficos dos lagartos Phyllopezus periosus e Phyllopezus pollicaris (Sauria: Phyllodactylidae) em simpatria em area de Caatinga no Nordeste do Brasil, foi estimada a probabilidade de sobrevivencia (sobrevivencia aparente), probabilidade de recaptura e densidade populacional de P. periosus e P. pollicaris. A coleta de dados foi realizada em uma area (dividida nas sub-areas I, II e III) de caatinga no municipio de Salgadinho PB, durante os meses de abril de 2012 a marco de 2013. A busca pelos lagartos ocorreu entre 18:00 e 05:00 horas do dia seguinte. Para cada individuo observado e/ou capturado, eram registradas as seguintes informacoes: data e horario da observacao, categoria de microhabitat utilizado, altura do empoleiramento, medidas morfometricas, sexo e numero de marcacao. A marcacao dos lagartos foi realizada atraves do Implante Visivel de Elastomero Fluorescente (polimero liquido pastoso - que depois de aplicado subcutaneamente solidifica-se, porem, se mantendo flexivel e visivel). As analises de sobrevivencia aparente e probabilidade de recaptura foram realizadas atraves do modelo Cormack-Jolly Sebber (CJS), no software MARK 6.2. As estimativas de densidade populacional foram calculadas atraves da soma dos individuos avistados, divididos pela
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area (sub-area I) utilizada no estudo. Ambas as especies ocuparam predominantemente microhabitats saxicolas, sendo constatada uma alta sobreposicao quanto ao uso dos diferentes microhabitats. A altura de empoleiramento utilizada preferencialmente por P. periosus e P. pollicaris foi de 0 e 60 cm, entretanto, P. periosus ocupou poleiros mais altos (421 ate 540 cm de altura), o que nao foi observado em P. pollicaris. Os primeiros individuos de ambas as especies foram avistados a partir das 18:02 ate as 04:29 horas da manha do dia seguinte e as duas especies de lagartos nao apresentaram diferencas significativas quanto ao periodo de atividade. As presas mais consumidas por P. periosus foram Coleoptera, Formicidae e Hemiptera, ja para P. pollicaris os itens mais consumidos foram Coleoptera, Isoptera e Aranae. P. pollicaris apresentou ambas as larguras de nicho trofico (numero e volume) bem superiores quando comparado com P. periosus. No entanto, as duas especies apresentaram alta sobreposicao em suas dietas. Nao foi constatado diferencas quanto ao volume das presas consumidas. As duas especies diferiram em relacao ao tamanho do corpo e massa corporea. Mas, individuos adultos de P. periosus e P. pollicaris nao apresentaram diferencas intraespecificas do tamanho do corpo e massa corporea em relacao ao sexo. P. periosus apresentou uma taxa de recaptura de 30%, enquanto que seu congenere apresentou uma taxa media de 19%. Apenas a especie P. pollicaris apresentou variacao na taxa de recaptura ao longo do tempo, que se mostrou negativamente correlacionada com a precipitacao media de cada mes. A estimativa de sobrevivencia em ambas as especies foi constante ao longo do tempo. P. periosus e P. pollicaris apresentaram estimativas de sobrevivencia de 66% e 94%, respectivamente. P. pollicaris apresentou densidade populacional maior que P. periosus durante todo o estudo. A maior densidade observada para P. periosus foi no mes de julho de 2012, ja para P. pollicaris foi no mes de novembro do mesmo ano. Ambas as especies apresentaram variacoes em suas abundancias populacionais dependendo da sub-area amostrada. Enquanto P. pollicaris foi mais abundante na sub-area I, P. periosus mostrou-se mais abundante que seu congenere na sub-area III. Variacoes nas abundancias populacionais entre essas duas especies, provavelmente seja um fator que possa vir a contribuir para coexistencia das duas especies na area de estudo.
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PALOMA JOANA ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA
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ESTRUTURA POPULACIONAL DE Glossophaga soricina (PALLAS, 1766) MAMMALIA, CHIROPTERA, GLOSSOPHAGINAE) EM ABRIGO ANTRÓPICO
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Fecha: 29-nov-2013
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Hora: 14:00
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Chiroptera é a segunda maior ordem de mamíferos, sendo os únicos representantes com a capacidade de voo dentro desta classe, hibernam, longíveros, habitam todos os continentes, exceto os pólos e possuem diversidade de hábitos alimentares. As populações apresentam um comportamento dinâmico, que se modifica de forma continua no tempo. Assim a caracterização das populações é de grande importância para a compreensão da sua estabilidade ecológica, possibilitando o entendimento da relação entre a espécie e o habitat. Uma ferramenta que pode ser utilizada para inferir sobre a estrutura das populações é o Índice de Condição Corporal, este tem por principal finalidade separar os aspectos da massa corporal relacionados ao tamanho estrutural e os aspectos que refletem a gordura e outros componentes da reserva de energia de um indivíduo para gerar informações que possam auxiliar em trabalhos de gestão, monitoramento e conhecimento das espécies. Já os padrões de atividade apresentam caráter determinante para a sobrevivência e reprodução de uma espécie, isso associado a hábitos alimentares, pode ser de grande relevância para entender como morcegos gerenciam seus recursos. Dessa forma, objetivou-se conhecer a estrutura populacional e padrão de atividade de Glossophaga soricina, a fim de adicionar novas informações e complementar as existentes para outras regiões do país.
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PATRICIA SILVA BASILIO
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Abundância e sucessão de Palythoa caribaeorum no Banco dos Abrolhos, BA: Um estudo experimental
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Fecha: 30-sep-2013
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Hora: 10:30
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Os recifes de corais são as maiores estruturas biológicas dos oceanos, formados, principalmente, por organismos construtores (ex. corais escleractíneos e algas calcárias). Nas ultimas cinco décadas, foram registrados declínios acentuados na cobertura de corais em todo o mundo. Sobrepesca, poluição e aumento da sedimentação costeira são apontados como os principais impactos responsáveis por esses declínios e pelo aumento na abundância de organismos não construtores (e.g. algas e zoantideos), processo conhecido como mudança de fase. O zoantídeo Palythoa caribaeorum é abundante no Atlântico Sul, particularmente no Brasil. Ele é capaz de tolerar alta variabilidade ambiental e apresenta a maior taxa de crescimento entre os antozoários, além de estratégias elaboradas de competição por espaço, as quais garantem sua superioridade competitiva sobre a maioria de outros invertebrados bentônicos recifais. O presente trabalho foi realizado no Banco dos Abrolhos, BA, e tem como objetivos principais: 1) descrever os padrões espaço-temporais de cobertura de P. caribaeorum ao longo do Banco dos Abrolhos, 2) avaliar a influência da distância da costa, profundidade, latitude e biomassa de peixes predadores de zoantídeo na abundância de P. caribaeorum, 3) descrever a sucessão bentônica em áreas nas quais P. caribaeorum foi retirada. O estudo dos padrões espaço-temporais foi conduzido em seis recifes de 2006 a 2008: Parcel dos Abrolhos (cinco sítios), Arquipélago (cinco sítios), Timbebas (três sítios), Itacolomis (oito sítios), Parcel das Paredes (dois sítios) e Sebastião Gomes (um sítio). O experimento de exclusão foi realizado de 2006 a 2009 no topo dos sítios Arenguera (Parcel das Paredes) e PAB4 (Parcel dos Abrolhos). Em cada sitio foram selecionadas quatro áreas de 5 x 5 m, sendo duas manipuladas (cobertura de P. caribaeorum retirada). Três tratamentos foram aplicados dentro de cada área: gaiola fechada, gaiola aberta e sem gaiola. Os métodos utilizados foram foto-quadrado (caracterização do bentos) e censo visual estacionário (quantificação de peixes). Os resultados mostraram que P. caribaeorum domina no topo dos recifes, com coberturas insignificantes na parede, demonstrando a preferência de P. caribaeorum por ambientes mais iluminados e horizontais. A cobertura relativa de P. caribaeorum foi maior nos sítios PAB4, PAB5, TIM2, TIM3, ARENG e SG, tendo sido influenciada positivamente pela profundidade e negativamente pela distância da costa. A biomassa de predadores variou entre os sítios mas não influenciou significativamente na distribuição da P. caribaeorum. As cinco espécies de predadores de P. caribaeorum mais abundantes em termos de biomassa foram Abudefduf saxatilis, Pomacanthus paru, Pomacanthus arcuatus, Holacanthus ciliares e Chaetodon striatus. No experimento de exclusão foi registrada recuperação lenta de P. caribaeorum na área manipulada, não sendo registrada diferença nos padrões de recolonização entre os dois sítios (próximo e afastado da costa). Um dos fatores que pode ter inibido o assentamento da P. caribaeorum na área manipulada foi a proliferação de algas epilíticas, principalmente dentro das gaiolas fechadas, fato conhecido como uma das primeiras fases de degradação nos ambientes recifais. A taxa de recolonização (i.e. assentamento seguido de crescimento) foi maior em ARENG (0,23 cm-2.dia-1) do que em PAB4 (0,12 cm-2.dia-1) na área manipulada. Entretanto, na área controle, PAB4 apresentou taxa de recuperação de 3,18 cm-2.dia-1 enquanto que em ARENG a área de P. caribaeorum declinou (-0,25 cm2.dia-1). Pode-se concluir: 1) variáveis ambientais, como profundidade e distância da costa, são mais importantes do que variáveis bióticas (i.e predação) na dinâmica de P. caribaeorum, 2) apesar da cobertura de P. caribaeorum apresentar relação negativa com a distância da costa, as taxas de recolonização não foram maiores no sítio mais próximo a costa, 3) a cobertura de P. caribaeorum aumenta em períodos próximos ao verão, em ambos os sítios e 3) a baixa densidade de Palythoa foi desfavorável para um processo mais rápido de recolonização.
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IEDA ZAPAROLLI MARTINS
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Ecologia espacial das Baleias Minke e deslocamento dos barcos baleeiros durante a caça comercial em águas oceânicas da Paraíba, 1974-1985
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Asesor : ALFREDO RICARDO LANGGUTH BONINO
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Fecha: 30-sep-2013
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Hora: 08:30
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A baleia minke-antártica (Balaenoptera bonaerensis) habita as águas oceânicas do Hemisfério Sul. Estudos a respeito de sua biologia vem sendo realizados a fim de conhecer as etapas do seu ciclo reprodutivo. Existem registros de B bonaerensis na costa brasileira em diversas latitudes, mas a maior parte dos dados biológicos se referem às águas oceânicas da Paraíba área de caça comercial de Costinha, nordeste do Brasil. Essa região é tida como área de acasalamento de baleias-minke e estudos sobre sua reprodução são realizados desde o período de caça comercial, no ano de 1975. Os mapas de bordo e planilhas de dados biológicos coletados durante o processamento das baleias capturadas durante a caça fornecem informações detalhadas da sua biologia e formam uma base rica para estudos sobre sua ecologia. Tivemos acesso a dados obtidos durante a caça nos anos de 1974 e 1985, pela Companhia de Pesca Norte do Brasil, em Costinha. Foram analisados os números de capturas, sexo e comprimento do corpo das baleias capturadas, assim como suas posições geográficas. Os resultados mostraram que o período de maior captura de baleias se encontrava nos meses de setembro e outubro. O número de machos e fêmeas na área era diferente, em média existia o dobro de fêmeas que de machos, refletindo uma estratégia reprodutiva de poliginia. As baleias que chegam inicialmente na área de Costinha apresentaram comprimento abaixo da média das baleias maduras, significando que animais jovens imaturos chegam a área de acasalamento no começo da temporada e deixam a área também mais cedo. A área de caça não mudou durante a temporada, então nos períodos de maior número de baleias, a densidade cresceu. O adensamento se mostra como ótima situação para o acasalamento. As localizações geográficas de machos e fêmeas se aproximam a medida que a população vai ficando mais densa. São raríssimos os casos de fêmeas lactantes e filhotes na área de Costinha e na Antártica Filhotes em lactação são encontradas perto da costa oeste da África do Sul e Sul do Brasil.. Isso indica que fêmeas parem e amamentam em médias latitudes, acasalam em médias e baixas, e se alimentam em altas latitudes. Evidências mostram que em medias latitudes 88% das fêmeas ovulam enquanto estão amamentando, o que abre espaço para mais de uma hipóteses de duração de ciclo reprodutivo. O presente estudo aponta a idéia da existência de dois ciclos, um longo que conecta a alimentação na Antártica com o acasalamento em Costinha (baixa latitude), e outro curto com alimentação na Antártica e acasalamento em médias latitudes. As rotas de migração da baleia minke-antártica ainda são uma conjectura.
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ISA FERNANDA MARTINS SANTOS DE MOURA
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Estudo da biodiversidade de Copepoda Harpacticoida em um Cânion Submarino e sua Área de Talude Adjacente no Atlântico Sudoeste (Bacia de Campos, Brasil)
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Fecha: 27-sep-2013
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Hora: 13:30
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Copepoda Harpacticoida é o segundo maior grupo da meiofauna na maioria dos habitats bentônicos, incluindo o mar profundo. Apesar do grande número de espécies, o táxon Harpacticoida não é adequadamente conhecido, principalmente em áreas de cânion submarino. Este trabalho analisa as amostras de Copepoda obtidas em triplicata, no período de maio/julho de 2008, durante o desenvolvimento do projeto HABITATS Heterogeneidade Ambiental da Bacia de Campos, coordenado pelo CENPES-PETROBRAS. O objetivo do presente estudo é determinar a diversidade de Harpacticoida no cânion Almirante Câmara e na área de Talude Adjacente, considerando diferentes isóbatas, na Bacia de Campos, Rio de Janeiro, Brasil. As estações de coleta foram divididas da seguinte forma: 2 áreas (Cânion e Talude Adjacente); 4 isóbatas (400, 700, 1.000 e 1.300m) e 2 estratos sedimentares (0-2 e 2- 5cm). Após a coleta, as amostras de sedimento foram armazenadas em potes plásticos com formol a 10%. Em laboratório, os copépodes foram separados em intervalos de 0,044 a 0,5 mm de abertura de malha e identificados. Os dados obtidos foram então expressos em densidade através do número de indivíduos por 10 cm2. O índice de diversidade utilizado foi o
de Shannon-Wiener. A análise de variância (ANOVA) foi aplicada aos valores do número total de indivíduos, por amostra, a fim de testar diferenças entre os estratos trabalhados. Para a determinação de padrões ecológicos da comunidade, aplicou-se o índice de similaridade de Bray-Curtis e foi realizada uma análise de ordenação não-métrica multidimensional. A significância da formação dos grupos de amostras foi testada pela análise PERMANOVA. A análise SIMPER foi aplicada para indicar quais táxons foram representativos. Para uma avaliação da relação, entre a densidade das famílias e as variáveis ambientais, foi feita uma correlação usando o teste de Spearman. A composição da fauna de harpacticóides da Bacia de Campos está de acordo com o que é considerado típico de mar profundo. No presente estudo foram encontradas 23 famílias, 108 gêneros e 115 espécies. Dentre elas, Ectinosomatidae foi a mais abundante (22%), seguida de Argestidae (19%) e Cletodidae (14%). Os valores de densidade apresentaram uma tendência de redução com o aumento da profundidade, o que não foi observado para os valores de diversidade. Além disso, o estrato mais superficial apresentou, significativamente, os maiores valores destes parâmetros, caracterizando, em mar
profundo, uma concentração maior dos Copepoda Harpacticoida nos primeiros dois
centímetros de sedimento. O MDS indicou que há uma interação entre os fatores área e isóbata e a análise de Simper indicou que as famílias Argestidae, Ectinosomatidae, Ameiridae, Miracidae e seus respectivos gêneros demonstraram robustas similaridades ao longo de todas as isóbatas tanto no Cânion Almirante Câmara como em sua área de Talude Adjacente. Com relação ao teste de Spearman, na área do cânion, a família Cletodidae foi a que apresentou o
maior número de correlações significativas e na área do talude foram as famílias
Ectinosomatidae e Miraciidae que se destacaram. Dados de diversidade de Harpacticoida em mar profundo são escassos e, por isso, mais estudos precisam ser realizados.
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CAMILLA MARQUES DE LUCENA
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ESTUDO ETNOBOTÂNICO E ECOLÓGICO DE CACTÁCEAS NO SEMIÁRIDO DO NORDESTE DO BRASIL
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Fecha: 16-sep-2013
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Hora: 10:00
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A família de Cactaceae no semiárido nordestino destacam-se devido tanto a sua importância econômica como cultural para as populações rurais, como exemplo, agricultores. Espécies como Cereus jamacaru DC. e Pilosocereus pachycladus F. Ritter são cactos colunares que os agricultores utilizam tanto para alimentar os animais como também tratar doenças humanas a partir do uso medicinal. O presente estudo teve como objetivo registrar conhecimento de agricultores em uma comunidade rural do semiárido da Paraíba sobre o uso de cactáceas, além de avaliar características ecológicas de duas espécies de cactoos colunar em particular: Cereus jamacaru DC. e Pilosocereus pachycladus F.Ritter. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 99 chefes domiciliares (41 homens e 58 mulheres). Os cactos citados foram organizados em categorias de uso. Além do inventário etnobotânico foi realizado o método da turnê guiada em que indivíduos de Pilosocereus pachycladus F. Ritter e Cereus jamacaru DC. foram registrados durante uma caminhada de 24 horas pela comunidade rural estudada. As coordenadas geográficas de todos os indivíduos foram marcados com GPS para posteriormente ser elaborado um mapa de distribuição dos indivíduos de cada espécie. Identificaram-se onze espécies na comunidade rural: Cereus jamacaru DC., Melocactus sp., Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck, Opuntia sp., Opuntia ficus indica (L.) Mill., Opuntia stricta (Haw.) Haw., Pilosocereus chrysostele (Vaupel) Byles & G. D. Rowley, Pilosocereus gounellei (F.A.C. Weber) Byles & Rowley, Pilosocereus pachycladus F.Ritter, Tacinga inamoena (K. Schum.) N.P.Taylor & Stuppy e Tacinga palmadora (Britton & Rose) N.P.Taylor & Stuppy. Registraram-se 1.122 citações organizadas em onze categorias de uso. A espécie mais citada foi Cereus jamacaru e categoria de uso mais proeminente foi forragem. A maioria dos informantes relatou coletar os cactos na serra da comunidade. A partir da turnê guiada registrou-se 6 indivíduos de P. pachycladus e 96 de C. jamacaru. Tanto os indivíduos de C. jamacaru como de P. pachycladus se mostraram associados as espécies Poincianella pyramidalis Tul. e Croton blanchetianus Baill.. Com relação ao local de ocorrência a maioria dos indivíduos se apresentaram em mata secundária. Na disseminação do conhecimento foi predominante a transissão do tipo vertical, ou seja, de pais para filhos. As cactáceas apresentaram valor econômico e cultural para a comunidade de Santa Rita devido aos vários usos atribuídos as espécies.
A família de Cactaceae no semiárido nordestino destacam-se devido tanto a sua importância econômica como cultural para as populações rurais, como exemplo, agricultores. Espécies como Cereus jamacaru DC. e Pilosocereus pachycladus F. Ritter são cactos colunares que os agricultores utilizam tanto para alimentar os animais como também tratar doenças humanas a partir do uso medicinal. O presente estudo teve como objetivo registrar conhecimento de agricultores em uma comunidade rural do semiárido da Paraíba sobre o uso de cactáceas, além de avaliar características ecológicas de duas espécies de cactoos colunar em particular: Cereus jamacaru DC. e Pilosocereus pachycladus F.Ritter. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 99 chefes domiciliares (41 homens e 58 mulheres). Os cactos citados foram organizados em categorias de uso. Além do inventário etnobotânico foi realizado o método da turnê guiada em que indivíduos de Pilosocereus pachycladus F. Ritter e Cereus jamacaru DC. foram registrados durante uma caminhada de 24 horas pela comunidade rural estudada. As coordenadas geográficas de todos os indivíduos foram marcados com GPS para posteriormente ser elaborado um mapa de distribuição dos indivíduos de cada espécie. Identificaram-se onze espécies na comunidade rural: Cereus jamacaru DC., Melocactus sp., Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck, Opuntia sp., Opuntia ficus indica (L.) Mill.,Opuntia stricta (Haw.) Haw., Pilosocereus chrysostele (Vaupel) Byles & G. D. Rowley,Pilosocereus gounellei (F.A.C. Weber) Byles & Rowley, Pilosocereus pachycladus F.Ritter, Tacinga inamoena (K. Schum.) N.P.Taylor & Stuppy e Tacinga palmadora (Britton & Rose) N.P.Taylor & Stuppy. Registraram-se 1.122 citações organizadas em onze categorias de uso. A espécie mais citada foi Cereus jamacaru e categoria de uso mais proeminente foi forragem. A maioria dos informantes relatou coletar os cactos na serra da comunidade. A partir da turnê guiada registrou-se 6 indivíduos de P. pachycladus e 96 de C. jamacaru. Tanto os indivíduos de C. jamacaru como de P. pachycladus se mostraram associados as espécies Poincianella pyramidalis Tul. e Croton blanchetianus Baill.. Com relação ao local de ocorrência a maioria dos indivíduos se apresentaram em mata secundária. Na disseminação do conhecimento foi predominante a transissão do tipo vertical, ou seja, de pais para filhos. As cactáceas apresentaram valor econômico e cultural para a comunidade de Santa Rita devido aos vários usos atribuídos as espécies.
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MARIANNA BARBOSA DA SILVA
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DINÂMICA DOS PADRÕES SUCESSIONAIS DO MACROFITOBENTOS EM ÁREAS MARINHAS SOB DIFERENTES REGIMES DE PROTEÇÃO
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Fecha: 26-ago-2013
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Hora: 09:00
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Os recifes formam ecossistemas que apresentam grande diversidade biológica e, no entanto, têm sofrido diversos impactos, resultantes de ações antrópicas. Estes estressores antropogênicos podem promover um impacto especial sobre as comunidades bentônicas dos recifes, que quase sempre são estruturadas por organismos sésseis. Desta forma, conhecimentos a respeito da estrutura das comunidades de fitobentos têm sido utilizados como base para a avaliação de impactos ambientais em muitos ambientes marinhos. No caso dos recifes, as alterações nas concentrações de nutrientes, assim como a sobrepesca, têm sido apontados como os maiores responsáveis pelo comprometimento da estrutura desse ecossistema. Assim, diversos estudos têm sido conduzidos com o propósito de compreender melhor o papel da herbivoria e do enriquecimento de nutrientes na estrutura das comunidades de algas marinhas. Neste contexto, o presente estudo se propôs a analisar os padrões de colonização e sucessão do macrofitobentos, bem como a influência da herbivoria, em especial pela ictiofauna, sobre esses processos. Desta forma, o presente trabalho foi dividido em dois capítulos, sendo o primeiro: Avaliação dos padrões de colonização e sucessão do macrofitobentos em comunidades recifais do litoral paraibano. O ensaio utilizou substratos artificiais e foi conduzido dentro dos limites de uma reserva marinha (O Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha-PEMAV) e numa localidade adjacente que apresenta características bióticas semelhantes; e evidenciou que a colonização e sucessão dos diferentes grupos ao longo do tempo provavelmente está relacionada às características biológicas das espécies (ciclo de vida, estrutura morfológica e estratégias reprodutivas). Já o segundo capítulo, intitulado A influência da ictoufauna herbívora sobre os padrões de colonização e sucessão do macrofitobentos em ecossistemas recifais, verificou que o grupo dos herbívoros não atuou de maneira a afetar a estrutura da comunidade do macrofitobentos presente no PEMAV, o que provavelmente está relacionado à degradação dos recifes costeiros paraibanos, que acaba por alterar a estrutura das comunidades ícticas e fitobentônicas.
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MONIQUE SILVA XIMENES
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Temporal variations in the degree of blood glucose and body condition of Artibeus planirostris in Tabuleiro and Atlantic Forest areas in the state of Paraíba
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Fecha: 14-ago-2013
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Hora: 09:00
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Variations in the Body Condition Index (BCI), glycemia and ketonemia of Artibeus planirostris (Chiroptera: Phyllostomidae) were analyzed in Tabuleiro and Atlantic Forest areas of Paraíba State, at field and captivity conditions. BCI was chosen based on the minimum influence of forearm length on body mass and evaluated according to sex, reproductive status, location and time of capture. Glycemia and ketonemia were also correlated with BCI and other variables. Variations in the BCI and glycemia were recorded after capture, fasting and feeding bats in captivity. The results showed that Le Crens Relative Condition Factor (Kn) and Simple Ratio with Curve Fitting (CFt) indices were the most suitable for A. planirostris. Blood glucose was correlated with Kn and proved to be a good method to validate the BCI. In Guaribas Biological Reserve, females had higher Kn, probably related to biases in the methodology or energy reserves during reproductive status. Tabuleiros bats had higher Kn and glucose levels than those in Atlantic Forest, which may indicate sub-sampling by the exclusion of bats in the canopy of the latter area. The twelve hours of collection indicated that A. planirostris forages throughout the night and presents a variation of Kn and glucose, especially during early morning, when it reaches the maximum levels before it returns to the shelter. In captivity, bats showed a great variation of Kn and glucose levels after fasting and feeding, recording Kn measures for these states that can be used as a parameter for field studies in the region. Blood glucose remained at normal values for mammals, but about 30% of the bats had levels higher than normal during capture in all areas, probably due to stress. Ketone bodies have been correlated only to glucose, and thus were not considered a good method to validate Kn in these animals.
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DIEGO VALVERDE MEDEIROS
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Atividade de forrageio e uso de habitats por peixes mesopredadores no Arquipélago de São Pedro e São Paulo,
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Asesor : RONALDO BASTOS FRANCINI FILHO
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Fecha: 13-ago-2013
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Hora: 14:00
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A atividade de forrageio é um aspecto fundamental da história de vida dos peixes recifais.O forrageio consiste em atividades relacionadas à procura, seleção e obtenção de alimento, período de atividade e alternância com outros comportamentos. A atividade de forrageio e o uso do habitat por peixes recifais podem variar de acordo com o período do dia, a complexidade estrutural e composição do habitat e interações intra e interespecíficas. Estas últimas são muito comuns entre peixes recifais durante o forrageio. Neste trabalho foram estudadas as atividades de forrageio de três peixes meso-predadores (Aulostomus strigosus, Muraena pavonina e Rypticus saponaceus) no Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP), Dorsal Meso-Atlântica, Brasil. No primeiro capítulo procurou-se responder: (a) a atividade de forrageio e uso de habitat pelo peixe-trombeta, A. strigosus, difere entre os estratos de profundidade, períodos do dia, níveis de complexidade do habitat e padrões de coloração empregados? (b) Aulostomus strigosus é generalista ou especialista quanto ao uso de micro-habitats e tipos de presas? (c) Qual o grau de similaridade (sobreposição) no uso de micro-habitats entre indivíduos que empregaram padrões de coloração distintos? No segundo capítulo, considerando evidências de forrageio cooperativo entre a moréia-de-pintas-brancas, Muraena pavonina e o peixe-sabão, Rypticus saponaceus no ASPSP foram enfocadas as questões seguintes: (d) qual o grau de sobreposição na atividade de forrageio de M. pavonina e R. saponaceus considerando diferentes períodos do dia, estratos de profundidade e graus de complexidade do habitat? (e) há seletividade no uso de micro-habitats por estas espécies? (f) existe similaridade entre M. pavonina e R. saponaceus no uso de macro e micro-habitats? Aulostomus strigosus demonstrou ser um predador versátil que explora diversos tipos de habitats, emprega táticas complexas de captura e que utiliza vários padrões de coloração como camuflagem. Suas presas são pequenas espécies de peixes, algumas endêmicas e naturalmente vulneráveis à extinção devido ao isolamento geográfico do ASPSP. Rypticus saponaceus e Muraena pavonina apresentaram atividade conjunta de caça coordenada e, consequentemente, sobreposição na atividade de forrageio e uso do habitat. Este é o primeiro registro de caça cooperativa interespecífica para peixes recifais no Oceano Atlântico. De forma geral, este estudo demonstra que diversos aspectos da atividade de forrageio de A. strigosus, M. pavonina e R. saponaceus, como a frequência de interações intra e interespecíficas e uso do macro e micro-habitathabitat, diferiram entre os períodos do dia, estratos de
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profundidade e complexidade estrutural do substrato. Considerando as interações ocorrentes entre A. strigosus, M. pavonina e R. saponaceus com outras espécies que compõem as assembléias de peixes recifais do ASPSP, é sugerido aqui que as espécies estudadas exercem um importante papel no funcionamento da rede trófica e fluxo energético local.
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MATILDE VASCONCELOS ERNESTO
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TÉRMITAS DE DUAS ÁREAS DE FLORESTA ATLÂNTICA BRASILEIRA: UMA ANÁLISE DO DESEMPENHO DE ESTIMADORES NÃO PARAMÉTRICOS
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Fecha: 26-jul-2013
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Hora: 15:00
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ERNESTO, M. V. Térmitas de duas áreas de Floresta Atlântica Brasileira: Uma análise do desempenho de estimadores não paramétricos. 2013. 71p. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Monitoramento Ambiental) - Universidade Federal da Paraíba Campus IV, Rio Tinto, PB. Estimadores de riqueza de espécies são alternativas na caracterização da biodiversidade local, diante das limitações de inventários faunísticos completos. Devido à contínua destruição e urbanização da Floresta Atlântica, estudos abordando a biodiversidade local são importantes como registros de fauna e como meio para subsidiar medidas conservacionistas. Avaliou-se a eficiência de cinco estimadores não paramétricos de riqueza de espécies, a partir do cálculo do enviesamento (bias), precisão e acurácia, para a taxocenose de térmitas da Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo (FNRC) e da Área de Preservação Permanente Mata do Buraquinho (APPMB). Foi utilizado um protocolo de amostragem padronizado de térmitas, o qual consiste em cinco parcelas de 5 x 2m distribuídas ao longo de seis transectos de 65 x 2m. Foram aplicados cinco protocolos na FNRC e 12 na APPMB, totalizando esforço amostral de 5100m² e 510h x pessoa, e com uniques e duplicates ausentes nos dados. Quarenta e cinco morfoespécies de térmitas foram encontradas, pertencentes à pelo menos 26 gêneros e três famílias, ultrapassando todos os registros já publicados ao longo do Domínio da Floresta Atlântica. Foi constatado que o Jackknife1 e Jackknife2 devem ser utilizados para bancos de dados com um número de uniques superior a 25% da riqueza observada e que a utilização das estimativas do Bootstrap e do Chao2 são indicadas para os demais casos, quando o número de espécies raras for inferior a este. Sugere-se a necessidade de mais avaliações do desempenho do ICE antes de indicá-lo para estudos de diversidade de térmitas sob quaisquer condições. Foram amostradas de 65 a 70% da riqueza real das áreas com a aplicação de um protocolo e houve uma fiel reprodução das proporções da composição taxonômica e trófica, demonstrando a eficiência do método para determinar a diversidade de térmitas nas duas áreas de Floresta Atlântica investigadas.
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MARCELO RODRIGUES DE SOUZA JUNIOR
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TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTO TRADICIONAL EM COMUNIDADE DO SEMI-ÁRIDO PARAIBANO (SOLEDADE/PARAÍBA/BRASIL)
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Asesor : REINALDO FARIAS PAIVA DE LUCENA
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Fecha: 26-jul-2013
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Hora: 14:00
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As comunidades tradicionais desenvolvem um conhecimento baseado nas suas experiências e nos recursos naturais do meio onde estão inseridas. Esse conhecimento evolui e é transmitido dentro da comunidade de várias formas. Analisou-se o conhecimento etnobotânico de grupos familiares da comunidade Cachoeira, no munícipio de Soledade, no semiárido paraibano, a fim de entender a dinâmica de transmissão desse conhecimento de uma geração para outra. Para tal estudou-se as relações de parentesco dos grupos familiares da comunidade cachoeira, delineou-se as suas árvores genealógicas formando clãs familiares específicos, então elencou-se as espécies botânicas de porte arbóreo nativas componentes do conhecimento etnobotânico dessas famílias, além de relacionar-se as categorias de uso a que faziam parte. Também relacionou-se o tipo de transmissão (vertical, horizontal e oblíqua), além de discriminar-se quais componentes dessas famílias são transmissores de conhecimento e quais não são. Mensurou-se tais conhecimentos, avaliando-se os Valores de Uso Geral, Atual e Potencial das espécies botânicas, e comparando-se todos esses números entre as gerações de cada grupo familiar. As famílias com maior destaque foram as Anacardiaceae, por maior número de citações de uso, e as Euphorbiaceae por maior número de representantes, esses resultados variaram pouco em relação as gerações, a espécie que mais destacou-se, tanto em uso atual como potencial na maioria dos grupos foi o pereiro (Aspidosperma piryfolium Mart.). O Conhecimento de Uso Potencial se sobressaiu no contexto geral da comunidade em detrimento do Conhecimento de Uso Atual, salvo a exceção de poucos informantes quando analisados individualmente. Em termos individuais, a maioria dos informantes apontou o a transmissão Vertical como principal modo de aprendizagem. A maioria dos informantes também se identificou como transmissores de conhecimento. O estudo da dinâmica da transmissão do conhecimento dentro de árvores genealógicas ajuda a visualizar os vieses da transmissão cultural segundo os parâmetros darwinianos, e entender como essa transmissão se dá em meio a unidade inicial de construção e transmissão do conhecimento, a família.
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POLIANA SANTOS DA SILVA
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TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTO ECOLÓGICO TRADICIONAL E EXTRATIVISMO NO NORDESTE DO BRASIL
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Asesor : REINALDO FARIAS PAIVA DE LUCENA
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Fecha: 26-jul-2013
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Hora: 09:30
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TRANSMISSAO DE CONHECIMENTO ECOLOGICO TRADICIONAL E EXTRATIVISMO NO NORDESTE DO BRASIL
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JOSE RIBAMAR DE FARIAS LIMA
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DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DO USO DE ESPÉCIES VEGETAIS E ANIMAIS DO SEMIÁRIDO DA PARAÍBA (NORDESTE, BRASIL),
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Fecha: 27-mar-2013
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Hora: 09:00
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Keoma Coutinho Rodrigues
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PADRÃO DE ATIVIDADES, COMPORTAMENTO ALIMENTAR, EXPLORAÇÃO DE HABITAT E ÁREA DE VIDA DE UM GRUPO DE SAPAJUS FLAVIUS (SCHREBER, 1774) (PRIMATES, CEBIDAE) EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA ATLÂNTICA, PARAÍBA, BRASIL
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Fecha: 15-mar-2013
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Hora: 09:00
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O macaco-prego-galego, Sapajus flavius, ocorre em remanescentes de Mata Atlântica ao norte do rio São Francisco, sendo incluída na lista de espécies ameaçadas pela IUCN como Criticamente em perigo Estudos referentes aos comportamentos e hábitos alimentares, à exploração de hábitats e ao padrão de uso do espaço são importantes, uma vez que há uma lacuna de informações para espécie. Tais informações permitirão avaliar como as populações de S. flavius estão vivendo nos fragmentos florestais, possibilitando a implantação de ações conservacionistas mais eficazes. Os objetivos do estudo foram descrever o padrão de atividades, o comportamento alimentar, o tamanho da área de vida e o padrão de exploração de hábitats de um grupo de macaco-prego-galego na RPPN Engenho Gargaú localizada no município de Santa Rita/PB. Os dados foram coletados pelo método de varredura instantânea com registros a cada 5 minutos. Foram coletados dados fenológicos mensais de 90 espécimes vegetais, cuja intensidade de frutificação foi calculada pelo método de Índice de Atividade. O padrão de atividades foi dominado pelo deslocamento (38,96%), seguido de alimentação (28,58%), forrageio (21,66%), descanso (4,77%), comportamentos agonísticos, sociais, de vocalização e de beber água (6%). Tal padrão variou significativamente nos períodos seco e chuvoso. A alimentação foi mais frequente no período seco e o deslocamento no período chuvoso. A dieta do grupo foi composta por frutos (43%), colmos de cana-de-açúcar (30%), presas animais (15%), folhas (7%), partes vegetais, incluindo bainha, pecíolo, cascas de árvores (3%) e flores (2%). No período chuvoso, o consumo de frutos foi significativamente maior e esteve positivamente correlacionado com a intensidade de frutificação. O consumo de colmos foi maior no período seco, quando a produção de frutos foi baixa. Foram identificadas 48 espécies vegetais incluídas na dieta, sendo Saccharam spp. (37,83%), Elaeis spp. (16.99%) e Tapirira guianenses (6,22%) as mais importantes. Área de vida calculada pelo método do Mínimo Polígono Convexo (MPC) para o grupo foi de 240.22 hectares. Os habitats mais explorados foram Floresta em Regeneração (35.5%), Borda de Floresta em Regeneração (28.2%), Borda de Floresta Madura Alagada (17.5%), Borda de Floresta Madura (9.6%) e Floresta Madura (9.2%). O padrão de atividades, dieta e área de vida foram compatíveis aos encontrados para o gênero Sapajus e todos os aspectos foram influenciados pela sazonalidade dos recursos alimentares e pela matriz interveniente formada predominantemente por cana-de-açúcar.
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