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FÁBIO PEREIRA DOS SANTOS
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ATIVIDADE MANDIOQUEIRA EM BREJO DE ALTITUDE: O CASO DO MUNICÍPIO DE ÁGUA BRANCA NO ALTO SERTÃO DE ALAGOAS
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Data: 21/12/2023
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Hora: 09:00
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A mandioca (Manihot Esculenta Crantz) é cultivada por pequenos agricultores camponeses em mais de 100 países tropicais e subtropicais no mundo. Sua adaptabilidade a condições diversas de climas, solos, tolerância a seca e ataques esporádicos de pragas, faz da mandioca uma alternativa produtiva viável para países em desenvolvimento. Segundo a FAO (2013), as raízes da mandioca são ricas em carboidratos, o que as torna uma excedente fonte de energia. Esse tubérculo alimenta cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo, especialmente nos países de renda mais baixa. Os usos atribuídos à mandioca são diversos: na alimentação humana, na alimentação animal e na indústria. Este trabalho tem como principal objetivo estudar o espaço agrário de Água Branca-AL de modo a compreender os diversos aspectos que configuram o processo de territorialização da atividade mandioqueira municipal. Para fundamentar a análise do trabalho adotou-se o método histórico dialético. Foram utilizados diferentes procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica, levantamento de dados secundários e a pesquisa de campo. Esta última comportou o reconhecimento da área de estudo, a realização de entrevistas com camponeses produtores de mandioca, com proprietários de casas de farinha e com atravessadores, além do registro fotográfico, inclusive com o uso de drones. A dissertação está estruturada em quatro capítulos e as considerações finais. O primeiro capítulo trata das questões teóricas que nortearam nossa pesquisa, utilizamos dois conceitos principais, a saber: espaço e território. No segundo capítulo, abordamos a formação territorial do Estado de Alagoas, do Alto Sertão e do município de Água Branca, também realizamos a caracterização geral do município de Água Branca-AL, apresentando dados socioeconômicos e também físicos. Resgatamos o processo histórico de ocupação desse espaço, buscamos ressaltar a impotência dos povos indígenas e quilombolas na formação desse território. O terceiro capítulo é dedicado às discussões sobre o campesinato e sobre a atividade mandioqueira desenvolvida em Água Branca-AL. Buscamos através de autores clássicos e também contemporâneos situar o que é campesinato, e também sua importância no campo atualmente. No quarto capítulo, são apresentados dos dados da pesquisa. Iniciamos com uma caracterização geral do território pesquisado (Serra do Cavalo e Preguiçoso) para isso apresentamos os dados socioeconômicos, bem como, analisamos o perfil das unidades camponesas de produção e o perfil dos camponeses que se dedicam a atividade mandioqueira. Em seguida analisamos o processo de produção e comercialização da farinha de mandioca. Por fim, analisamos as técnicas e tecnologias empregadas na produção camponesa da farinha de mandioca. Constatou-se que houve uma tímida modernização da atividade mandioqueira em Água Branca-AL, todavia, insuficiente para aumento do cultivo e processamento em farinha, ocasionado a migração sazonal dos produtores camponeses para os canaviais no sul de Alagoas e Sergipe e também para a colheita de café na região Sudeste. A pesquisa realizada mostrou o papel do campesinato no espaço agrário de Água Branca e como a atividade mandioqueira tem sido fundamental para a permanência dessa forma de organização social e produtiva.
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JOÃO PAULO MEDEIROS DA CUNHA
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A ESCOLA EM TEMPO INTEGRAL E CURRÍCULO POTIGUAR PARA O ENSINO MÉDIO: PERSPECTIVAS A PARTIR DA VISÃO DE DOCENTES DA GEOGRAFIA
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Data: 20/12/2023
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Hora: 15:00
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A demanda por uma educação pública de qualidade, que solucionasse o fracasso escolar brasileiro, foi intensificada na última década do século XX, desencadeando a elaboração de políticas educacionais que vem sendo influenciada por uma agenda global, protagonizada pelos principais Organismos Internacionais e pela participação da iniciativa privada, a qual passou a enxergar na educação pública possibilidades lucrativas. A educação de tempo integral encontra-se, nesse contexto, descrita e passa a fazer parte das reformas se efetivando na legislação brasileira, sendo citada pela primeira vez na LDB 9.394/96, passando a compor as metas do PNE 2001-2010 e PNE 2001-2010, e avigorado pela Medida Provisória N 746, que estabeleceu a Política de Fortalecimento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, sancionada pela Lei N 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Essa articulação desencadeou o aceleramento da implantação da Educação em tempo Integral em alguns Estados do país. O Estado do Rio Grande do Norte, nosso foco neste estudo, corroborou a política de implantação da Educação Integral no Ensino Médio por meio de seu Plano Estadual de Educação. Diante disso foi sentida a necessidade de acompanhar e analisar de que modo o tempo integral seria articulado ao Novo Ensino Médio. Diante do objeto de estudo, tem-se como objetivo geral analisar o processo de implementação do tempo integral e do currículo a partir das percepções de professores de Geografia das escolas estaduais de Ensino Médio de Natal/RN. A fim de cumpri-lo, ficaram delimitados mais três objetivos específicos: elencar experiências históricas de educação em tempo integral no Brasil; analisar que mudanças esse modelo e o currículo do tempo integral promovem na rotina de trabalho de docentes; e identificar de que forma a implementação implica nas práticas de docentes da Geografia nos Componentes Eletivos. Para alcançá-los, a pesquisa fundamentou-se na abordagem qualitativa para geração e interpretação dos dados, adotando como instrumentos a entrevista semiestruturada e a observação direta. Foi adotada também, em algumas etapas, a pesquisa documental. Consideramos, por fim, que este trabalho se justifica por sua contribuição para a compreensão do modo como tem se dado a implantação do tempo integral em escolas públicas do RN, valorizando a perspectiva de docentes da Geografia. Nesse sentido, percebe-se que o ensino em tempo integral não tem sido elaborado de acordo com a realidade brasileira e os obstáculos existentes, uma vez que desconsidera a falta de infraestrutura das escolas, a lógica de trabalho precarizado e controlado, onde amplia-se o número de atividades realizadas pelos professores além da má qualidade das formações realizadas ou até mesmo a falta delas. Além disto, parece existir uma busca por esvaziar ainda mais o capital cultural da classe trabalhadora, a fim de mantê-la subserviente, o que podemos constatar pelo pouco interesse na formação cidadã pautada em conhecimento científico e em pensamento crítico.
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DIANDRA SOARES DE ARAUJO
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VULNERABILIDADE À EROSÃO COSTEIRA NO MUNICÍPIO DE BAÍA DA TRAIÇÃO PARAÍBA, BRASIL
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Data: 18/12/2023
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Hora: 14:00
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Baía da Traição é um município paraibano localizado na Região Geográfica Intermediária de João Pessoa e na Região Geográfica Imediata de Mamanguape - Rio Tinto, e sua porção leste é banhada pelo Oceano Atlântico. Possui a pesca e o turismo como duas de suas principais fontes de recurso. No entanto, a ocupação desenfreada e sem organização na planície costeira do município, somada a fatores naturais, são os elementos responsáveis pela erosão que afeta a zona costeira do município, tornando-a um ambiente vulnerável. Vulnerabilidade à erosão costeira pode ser definida como a capacidade da linha de costa, dos ecossistemas costeiros e da população, de resistir, se recuperar ou se adaptar aos seus impactos. Diversas metodologias têm sido utilizadas na tentativa de avaliar a vulnerabilidade costeira de praias em todo o mundo, uma delas consiste no uso de geoindicadores, devido à sua contribuição para o gerenciamento e gestão, principalmente em locais onde os recursos são limitados e faltam dados históricos adequados sobre o posicionamento da linha de costa. Assim, a metodologia de observação e análise de geoindicadores pode ajudar a obter uma avaliação imediata dos riscos costeiros. Considerando a ausência de estudos sobre esse assunto, a presente pesquisa tem como objetivo geral caracterizar a vulnerabilidade costeira do município de Baía da Traição através de geoindicadores físicos e antrópicos. Para isso, foi necessária a realização de alguns procedimentos metodológicos, sendo eles: levantamento bibliográfico; coleta de dados secundários; realização de atividades de campo; e uso de ferramentas de geoprocessamento, através da análise da evolução da linha de costa do município objeto deste estudo e tratamento dos resultados em ambiente SIG (Sistema de Informações Geográficas). Para a definição do grau de vulnerabilidade à erosão costeira de Baía da Traição, foi realizada uma adaptação da metodologia proposta por Sousa et al., 2011; Menezes et al., 2018; e Bush et al., 1999. Dessa forma, foram definidos 29 pontos distribuídos pela orla do município, distando 500 metros entre si, e os geoindicadores analisados foram: i) morfologia da praia, ii) posição da linha de costa (através da ferramenta CASSIE, abreviação para Coastal Analyst System From Space Imagery Engine, que possibilitou saber se a zona costeira do município encontra-se acrecida, estável, erodida ou criticamente erodida, considerando a evolução da linha de costa entre os anos de 2017 e 2022), ii) campos de dunas, iv) exposição às ondas, v) distância da foz de rios, vi) a vegetação, vii) as estruturas costeiras, e viii) a impermeabilidade do solo. Cada um dos geoindicadores supracitados foi classificado de acordo com o seu potencial para a vulnerabilidade costeira, que após a realização das etapas da pesquisa, pôde ser definida como alta, moderada ou baixa. Além disso, também foi realizado um levantamento sobre os aspectos legais que regulamentam sobre a zona costeira no Brasil. O trabalho também apresentou algumas estratégias de adaptação utilizadas para a contenção da erosão costeira. Após a realização de todas as etapas da pesquisa, foi possível obter o panorama atual da vulnerabilidade à erosão a qual a zona costeira de Baía da Traição está sujeita, dessa forma, a pesquisa demonstrou que 56,36% da extensão da zona costeira do município estudado encontra-se em vulnerabilidade moderada, 26,80% encontra-se em vulnerabilidade baixa e 16,82%, em vulnerabilidade alta.
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GEISA KARLA DE OLIVEIRA BORBA
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A produção imobiliária e o processo de expansão urbana em Guarabira-PB
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Orientador : RAFAEL FALEIROS DE PADUA
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Data: 18/12/2023
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Hora: 14:00
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A expansão urbana tem se tornado um processo cada vez mais acelerado, de modo que as cidades expandem seus limites, por meio do parcelamento do solo sob a forma de loteamentos promovida pela produção imobiliária. Estas características da urbanização brasileira não estão dissociadas em Guarabira, realidade que nos propomos estudar. O município de Guarabira está localizado no Nordeste do Brasil, estado da Paraíba e dista a 98 km da capital João Pessoa. Teve-se como objetivo analisar a expansão urbana promovida pela produção imobiliária, a fim de identificar as suas implicações socioespaciais. Ademais, para a construção da dissertação algumas etapas foram necessárias, tais como levantamento bibliográfico, pesquisa de campo, onde escolhemos para o estudo empírico 12 loteamentos, como também uma investigação documental em órgãos públicos e empresas imobiliárias e pesquisa em sites oficiais. Além do mais, registros fotográficos, produção de mapas, tabelas e quadros. Verifica-se, no atual momento, na cidade a influência da iniciativa privada na produção e crescimento urbano de forma mais efetiva no mercado imobiliário local com a implantação de loteamentos, os quais estão contribuindo para o processo de expansão urbana e sendo impulsionada pela produção imobiliária. Assim, a produção imobiliária tem levado Guarabira crescer em todos os sentidos, por meio das atividades imobiliárias e de valorização, alterando a dinâmica do mercado imobiliário local. Ademais, os fatores que contribuem para a produção imobiliária se são flexibilização na produção de loteamentos por parte do poder público, programa habitacional e disponibilidade de terras. Logo, a respeito dos loteamentos analisados foram produzidos 4.366 lotes e uma área total de 1.723.450,85 com a tendência de crescer cada vez mais.
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HERBERT COSTA DO REGO
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O ENSINO DE GEOGRAFIA PARA ALUNOS SURDOS: análise de práticas pedagógicas em escolas inclusivas e bilingues.
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Data: 15/12/2023
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Hora: 14:30
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Ao refletir sobre o ensino de Geografia para estudantes surdos em escolas inclusivas e bilingues, nossa pesquisa tem como objetivo principal analisar as práticas pedagógicas desenvolvidas por professores de Geografia em escolas bilíngues e inclusivas nos municípios de Campina Grande, Aroeiras e Gado Bravo no estado da Paraíba. Estas escolas são referência na educação de surdos no estado da Paraíba. Como objetivos específicos propomos resgatar elementos da história da legislação da educação para surdos; caracterizar as especificidades da educação inclusiva e da educação bilíngue com ênfase no ensino de Geografia; relacionar a Pedagogia Visual com o ensino de Geografia para surdos e identificar as práticas pedagógicas e recursos visuais utilizados no ensino de Geografia. Para fundamentar teoricamente este trabalho, nos respaldamos em autores como Gesser (2006), que trata da cultura surda como construção sóciohistórica e que se distingue da cultura ouvinte; Karnopp (2021) ao expor a relevância da escola e da necessidade de aprofundamento sobre educação bilíngue e cultura surda; ainda Lebedeff (2010) que investigou a concepção e o uso de estratégias de letramento visual na educação de alunos surdos, defendendo as práticas pedagógicas com base na experiência visual do surdo. No caso da Geografia, utilizamos as refexões de Callai, (2008) em suas abordagens sobre os temas desta disciplina que são essenciais para a compreensão especificidades dos sujeitos e do lugar onde vive. Com Santos Neto (2019) nos aproximamos das reflexões sobre a prática de ensino da Geografia pensada e praticada na Educação de Surdos tendo como base a Pedagogia Visual. Ainda utilizamos Pena (2018) que apresenta experèncias de escolas bilíngues e inclusivas. Em relação à metodologia da pesquisa, utilizamos uma abordagem qualitativa de carater exploratória, com base Gerhardt e Silveira (2009), para compreender os fenômenos sociais estudados a partir da perspectiva dos participantes da pesquisa através de técnicas como entrevista e análise de documentos. Os dados foram coletados a partir das entrevistas realizada com três professores de Geografia, sendo eles 2 de escolas bilíngue e 1 de escola inclusiva e de acompanhamento de aula em uma das escolas. Mediante a análise dos dados, chegamos à conclusão de que as práticas pedagógicas investigadas estão amplamente conectadas a uma Pedagogia Visual utilizadas no ensino de Geografia numa perspectiva bilíngue e contribuem para o desenvolvimento do pensamento crítico e da autonomia dos alunos surdos. Com isso, oportunizamos aos professores de Geografia reflexões e aprendizados referente às metodologias e práticas pedagógicas no ensino da Geografia para alunos surdos alicerçados em conhecimentos já existentes abordados a partir das experiências dos entrevistados e vivenciadas por alunos surdos com possibilidades de acesso a saberes geográficos.
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RODRIGO BRITO DA SILVA
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TERRITÓRIO E PRÁTICAS AGRÍCOLAS NO MUNICÍPIO DE LAGOA SECA-PB: espaço de disputas e de luta para a produção de alimentos saudáveis
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Orientador : JOSIAS DE CASTRO GALVAO
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Data: 15/12/2023
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Hora: 09:00
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Esta dissertação apresenta as iniciativas e organizações da sociedade civil voltadas para o fortalecimento das ações agroecológicas no município de Lagoa Seca, na Paraíba. Historicamente, esse município é caracterizado por uma estrutura fundiária diferenciada em relação à totalidade do espaço agrário paraibano, sendo reconhecido pela variedade na produção de alimentos e pelos seus minifúndios. A partir da atuação da Articulação Nacional de Agroecologia -ANA, entidade que se destaca na atuação relacionada às ações agroecológicas em todo Brasil, que vem construindo a agroecologia como bandeira de luta, está desenvolvendo experiências nesse município, em parceria com a sociedade civil, os sindicatos e o poder público municipal em defesa da agroecologia, com um projeto político com base em um modelo alternativo de desenvolvimento. Nas últimas décadas, Lagoa Seca tem apresentado diversas práticas em contraposição à agricultura tradicional mecanizada, desenvolvendo caminhos para uma agricultura alternativa. A consciência dos efeitos reversos da revolução verde tem aumentado, e o modelo reducionista do agronegócio tem gerado a organização de movimentos sociais que defendem uma agricultura alternativa. O objetivo desta pesquisa é analisar a construção da territorialidade pela Articulação Nacional de Agroecologia no município de Lagoa Seca, demonstrando sua contribuição na produção de novas dinâmicas socioespaciais no campo. Isso ocorre a partir da transição agroecológica e no enfrentamento às práticas disseminadas pela revolução verde. Esse papel foi inicialmente assumido pelos movimentos que lutam por uma agricultura saudável e em harmonia com a natureza. Através de um conjunto de forças coletivas, esses movimentos buscam desconstruir os mitos do agronegócio, visando à liberdade e autonomia de produção. Isso ocorre em um espaço político municipal organizado, unificando as diversas organizações da agricultura familiar em torno da construção de um projeto de desenvolvimento local e promoção da agroecologia.
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FÁBIO VITORINO GOMES
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ANÁLISE DA DINÂMICA HIDROGEOMORFOLÓGICA DO CANAL DO ALTO CURSO DO RIO PARAÍBA
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Data: 14/12/2023
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Hora: 14:00
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A escassez de água é um dos indicadores mais importantes para a humanidade. Manter-se em constante atenção sobre essa temática é de crucial importância, pois essa escassez é uma das barreiras para o desenvolvimento social. Uma das formas de se combater o déficit hídrico, se dá por meio da introdução de fluxo fluvial de canais geralmente perenes, onde esse processo se realiza dentro de uma mesma bacia hidrográfica ou de outra bacia. Essa dinâmica de transferência de água por rios é denominada de transposição. O presente trabalho visou aprofundar as discussões sobre a dinâmica hidrogeomorfológica em ambientes fluviais semiáridos, mais especificamente na bacia do Alto Curso do Rio Paraíba onde se tem predominância de rios de regime intermitentes e efêmeros. A metodologia se voltou para a análise hidrológica da precipitação e da vazão em que a correlação dessas variáveis antes do início das operações do PISF (Projeto de Integração do Rio São Francisco) se mostrou positiva e posterior início das operações se deu de forma negativa. As análises dos trechos monitorados fornecidos pelas imagens geradas pelo VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) identificou alterações nas unidades geomórficas encontradas no canal, corroborando com a estimativa de alteração da geomorfológica ocasionada pela introdução do fluxo fluvial gerado pelo PISF.
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HILDA MARIA DANIEL DA SILVA
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ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO DO CAMPESINATO NAS PROPRIEDADES ADQUIRIDAS A PARTIR DO PROGRAMA NACIONAL DO CRÉDITO FUNDIÁRIO NO MUNICÍPIO DE CRATO-CE
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Data: 14/12/2023
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Hora: 10:00
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Os dois únicos Planos Nacionais de Reforma Agrária elaborados no Brasil ao longo de sua história não foram executados. O que houve no Brasil, historicamente, foi o escanteamento dessa política pública tão relevante para o desenvolvimento socioeconômico de sua população, ao passo que se constata que a partir da década de 1990 há uma ampliação nos investimentos dos programas de compra e venda de terras, que são políticas pensadas pelo Banco Mundial que, em tese, deveriam ser executadas de forma complementar à reforma agrária, porém, vem se territorializando de forma cada vez mais abrangente no Brasil, sendo esta uma das faces da contrarreforma agrária. Um desses programas é o Programa Nacional do Crédito Fundiário (PNCF) que foi criado em 2003, sendo que no estado do Ceará, até a atualidade, foi responsável pela compra de 391 propriedades em 116 munícipios. Utilizando como método norteador o materialismo histórico-dialético e amparados nos temas e conceitos de campesinato, reforma agrária e contrarreforma agrária, nosso estudo objetivou compreender de que forma os camponeses das propriedades compradas a partir do Programa Nacional do Crédito Fundiário vem se reproduzindo. Como delimitação da temática, optamos por pesquisar três propriedades localizadas no município de Crato, estado do Ceará, sendo elas a Fazenda São Silvestre, o Condomínio Rural Sitio Jenipapo e o Alegre Frutas. O nosso recorte temporal foi definido de 1996, ano que foi desenvolvido no estado do Ceará a primeira experiência de programa de compra e venda de terras, até o ano de 2022, período em que foram realizadas nossas coletas de dados. Alicerçado na leitura de bibliografia sobre a temática, de dados obtidos na Secretaria de Desenvolvimentos Agrário do estado do Ceará, do Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará e dos dados coletados junto aos camponeses a partir das entrevistas semiestruturadas, os resultados expostos no trabalho demonstram que os camponeses não possuem plenas condições produtivas dentro das propriedades compradas a partir do crédito fundiário. As propriedades possuem sérias limitações de ordem física-estrutural agravadas pela ausência de assistência técnica, o que ocasiona na reduzida capacidade dos camponeses em realizar suas produções agrícolas e força-os a buscarem estratégias diversas para a obtenção de renda, como por exemplo, a venda de partes dos lotes. Acreditamos que o referido trabalho é uma contribuição para um maior entendimento do espaço agrário cearense e oferece subsídios para a ampliação de questões a respeito da influência dos organismos internacionais na elaboração de políticas públicas nacionais, bem como, nas limitações que o campesinato possui para sua reprodução nas propriedades adquiridas a partir de programas de compra e venda de terras.
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JOSÉ GERALDO DA COSTA NETO
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CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS E PRÁTICAS DE ENSINO DE GEOGRAFIA NO MODELO DE ESCOLA CIDADÃ INTEGRAL TÉCNICA DA PARAÍBA
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Data: 14/12/2023
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Hora: 10:00
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A construção desta pesquisa centrou-se em analisar as concepções pedagógicas no ensino de Geografia de duas escolas cidadãs integrais técnicas (ECIT) da rede estadual da Paraíba, enfocando a interferência do modelo pedagógico da escola da escolha nas práticas de ensino da disciplina escolar e no trabalho docente. Desse modo, partimos da perspectiva de que a Educação e a Pedagogia, entendendo esta última como ciência da primeira, não são neutras e sobremaneira apolíticas, isto porque, o processo de ensino/aprendizagem escolar envolve um conjunto de saberes necessários à prática docente, tanto da Pedagogia e suas áreas fronteiriças como a Filosofia, Sociologia, Psicologia, História, dentre outras, quanto da própria área específica que em nosso caso é a Geografia, ciência de referência, e disciplina escolar que tem sua autonomia na produção do conhecimento e, portanto, não se subjaz a Geografia produzida no âmbito acadêmico, diante disso, defendemos que elas são relacionais e complementares. Ademais, outro aspecto levado em consideração é que tais saberes geográfico-pedagógicos possuem bases epistemológicas que traduzem teorias e métodos científicos divergentes ou em simbioses que proporcionam concepções e posturas práticas perante os objetos do conhecimento que se diferenciam efetivamente na operacionalização da ação educacional. Para tanto, balizamos a seguinte problemática: Como as concepções pedagógicas do modelo de escola cidadã integral técnica da Paraíba orientam as práticas de ensino de Geografia e interferem no trabalho docente? Sendo assim, para respondermos a tal reflexão da prática docente, buscamos aprofundar os conhecimentos na Epistemologia da Práxis, tendo a Pedagogia e a Geografia como fontes latentes, seguindo a contento, lançamos mão sobre um apanhado de documentos oficiais que orientam teórico-metodologicamente as práticas de ensino/aprendizagem nas ECIT-PB, possibilitando assim a inferição dos desdobramentos da política educacional em curso. Para complementar a análise da referida pesquisa, encaminhada nas trilhas da abordagem qualitativa, utilizamos outros procedimentos operacionais, como a pesquisa bibliográfica concomitante a metodologia da análise documental segundo Cellard (2008), o trabalho de campo nas escolas investigadas nos valendo da observação direta do espaço e da realização de entrevistas semiestruturadas, das quais decorrem os registros das comunicações das falas dos(as) professores(as) de Geografia das escolas e dos(as) profissionais que compõe o núcleo de acompanhamento formativo das escolas cidadãs integrais da Paraíba, que foram ponderados a luz das etapas da análise de conteúdo proposta por Bardin (1977). Além disso, o referencial teórico a qual imergimos, potencializou a inferência dos dados coletados (fontes documentais, trabalho de campo, entrevistas) como também na discussão analítica sobre os resultados obtidos ao fim da pesquisa. Por fim, destacamos que a pesquisa ocorreu em duas escolas cidadãs integrais técnicas de Ensino Médio que se localizam em cidades de mesorregiões paraibanas distintas. Desse modo, a ECIT-I, está situada na capital, João Pessoa na Zona da Mata e a ECIT-II em Campina Grande, segunda maior cidade do estado, no Agreste da Paraíba. Ambas as escolas apresentaram características que se entremeiam se tratando do modelo pedagógico da escola da escolha e sua lógica de funcionamento (gestão, valores, princípios, metodologias, arquitetura curricular) e outros que as particularizam no que se refere as condições de trabalho oferecidas pelo mantenedor público (estrutura física, materiais didáticos, entre outros) e principalmente pelas concepções geográfico-pedagógicas docentes que encontramos.
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LUCAS PEREIRA SOARES
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AS CHUVAS NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL: CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DE ABORDAGEM GEOGRÁFICA.
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Orientador : MARCELO DE OLIVEIRA MOURA
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Data: 13/12/2023
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Hora: 14:00
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Este trabalho foi desenvolvido a partir do arcabouço teórico-metodológico moldado pela Climatologia Geográfica, seguindo as orientações ofertadas pelo geógrafo Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, que propõem um entendimento sobre as chuvas e sua relação com dinâmica atmosférica, em conjunto aos fatores geográficos, visando a proposta de uma classificação climática genética baseada no ritmo de sucessão dos tipos de tempo. O estado do Pará foi eleito como área de estudo devido suas particularidades climáticas e geomorfológicas, bem como, pela ausência de estudos fundamentados pela Climatologia Geográfica. Pensando nisso, aplicou-se as etapas propostas por Monteiro (1973) que preconizam a análise sinótica diária dos anos-padrão, o advento dos índices de participação, com posterior caracterização dos principais fatores geográficos, a fim de entender o papel exercido por estes junto a gênese territorial das chuvas e dos sistemas atmosféricos de ordem sinótica e subsinótica no estado do Pará. Por fim, com estas etapas desenvolvidas, pôde-se elencar, à proposta de classificação, as unidades climáticas definidas com base no zoneamento pluviométrico, e a partir da dinâmica dos sistemas atmosféricos, em meio a composição geomorfológica.
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GABRIEL DA NOBREGA MONTEIRO
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Monitoramento da dinâmica fluvial em rios não perenes comportamento de leitos arenosos em ambiente semiárido tropical
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Orientador : JONAS OTAVIANO PRACA DE SOUZA
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Data: 11/12/2023
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Hora: 10:00
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Os ambientes fluviais no semiárido são de suma importância para a ocorrência das dinâmicas ambientais e para a manutenção da vida. Devido as características climáticas vigentes a água acaba sendo um elemento muito escasso, a captação e conservação desse recurso torna-se fundamental para o desenvolvimento e a manutenção das atividades agrícolas. No semiárido brasileiro os depósitos hiporreicos são responsáveis por armazenar uma elevada quantidade de água, por isso, as áreas aluviais são a principal via de acesso da população à água nas regiões rurais. O estudo sobre o comportamento desses ambientes é imprescindível para garantir explorações adequadas desse recurso e o desenvolvimento da segurança hídrica para a região. Frente a isso, a presente pesquisa visa monitorar as dinâmicas hidrogeomorfológicas em rios não perenes, mais especificamente na bacia hidrográfica Riacho do Tigre no município de São João do Tigre- PB, a fim de identificar seus comportamentos e suas dinâmicas evolutivas. Para isso, é necessário a utilização de técnicas e equipamentos adequados a dinâmica ambiental, hidrológica e geomorfológica, em questão, tanto na escala espacial quanto temporal. Na presente pesquisa, as principais técnicas adotadas para essas análises utilizam equipamentos de baixo custo, como por exemplo: o Veículo Aéreo Não Transportado (VANT) e Crest Level. É sobre essas condições de percepção que o trabalho está sendo desenvolvido.
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SAMUEL OTHON DE SOUZA COSTA
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VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL URBANA: UMA PROPOSTA DE DIAGNÓSTICO E DE METODOLOGIA PARA A CIDADE DE GARANHUNS - PE
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Data: 29/09/2023
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Hora: 16:00
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A urbanização transforma ambientes naturais em artificiais, imaginando o ecossistema mais desejado a sociedade, sobrepondo e pressionando os elementos naturais, a interesses socioeconômicos, ambientado pelo capitalismo e gerando desigualdades. Pensando a cidade como espaço de destaque entre sociedade e natureza, a questão a ser discutida é sobre o desequilíbrio social, econômico e ambiental. Associada aos riscos está a vulnerabilidade socioambiental urbana, também atrelada aos fatores e elementos ambientais e sociais, contudo, expõe as diferentes condições de fragilidade dos grupos sociais aos riscos. A problemática identificada neste trabalho parte da dificuldade de estabelecer parâmetros e indicadores para elaboração de planejamento e gestão urbana, levando em consideração a interação entre fatores econômicos, sociais e ambientais como chave para o entendimento da vulnerabilidade socioambiental. Então, foram definidos os seguintes problemas na pesquisa: Que indicadores podem ser utilizados para um índice de vulnerabilidade socioeconômico urbano? Como as modificações da sociedade sobre o meio físico contribuem para a dinâmica da vulnerabilidade na cidade de Garanhuns? Como hipótese para a construção da tese, parte da proposição de indicadores como caminhos para a realização de diagnóstico e prognósticos, bem como a análise de vulnerabilidade socioambiental, que é fundamental para o desenvolvimento urbano, em tese, parte-se da ideia de integração de indicadores com parâmetros em ambiente SIG, propondo um índice de vulnerabilidade socioambiental, interagindo com as quais são a espacialidade da cidade, consumo dos recursos e descarte dos resíduos sólidos, estabelecimento e interação das áreas verdes, são indicadores que permitem a definição e melhoria no planejamento e gestão das zonas urbanas. Nessa perspectiva, a cidade de Garanhuns, enfrenta problemas urbanos e ambientais, por ser uma cidade em processo de crescimento com planejamento e gestão desigual, onde os espaços urbanos que menos afetados por problemas socioambientais serão os que detém a população com maior poder aquisitivo, enquanto, os de maior impacto serão os de menor aquisito. A partir da contextualização do tema estudado, este trabalho tem o seguinte objetivo geral: Propor indicadores sociais, econômicos e ambientais, que possam ser integrados em um Sistema de Informações Geográficas, gerando o Índice de Vulnerabilidade Socioambiental da cidade de Garanhuns Nesse sentido, foram utilizados os conjuntos de técnicas e ferramentas do geoprocessamento para realização do trabalho, entre eles pode se destacar o sensoriamento remoto, fotogrametria, sistemas de informação geográfica, álgebra de mapas, entre outros. Para elaboração do índice de vulnerabilidade socioambiental urbana aplicada a cidade de Garanhuns, considerou os princípios metodológicos de Cutter (1996, 2003, 2011), baseado nos trabalhos realizados pelos autores Mendes et al. (2009) e Cunha et al. (2011), em cidades de Portugal, visando a análise da vulnerabilidade social para riscos naturais e tecnológicos. Nesse sentido, foi empregado o método de Processo Hierárquico Analítico ou Analytic Hierarchy Process AHP, criado por Tomas L. Saaty no início da década de 70, considerado o método de análise multicritério mais amplamente utilizado no apoio de soluções de problemas envolvendo uma grande diversidade de critérios, sendo aplicado questionários a 3 especialistas. Por fim, obtivemos os seguintes dados em relação a vulnerabilidade socioambiental de Garanhuns podemos perceber que a maior porção está destinada a classe Médio com cerca de 9,20Km², seguida por Baixo com 7,26Km² e Alto com 5,25Km², indicando que Garanhuns tem um cenário bastante intermediário em relação a suas áreas de risco socioambiental. É interessante que com o passar do tempo, a dinâmica urbana sempre muito rápida, a cidade de Garanhuns pode apresentar outros tipos de dados sobre vulnerabilidade, pois, essa proximidade do intermediário pode colocar daqui a 10 anos por exemplo, a cidade em um baixo ou alto risco socioambiental. Novamente, é importante frisar o papel dos agentes públicos para superação e melhoria das condições de vida da população, infraestrutura e capacidade de suporte na zona urbana. Assim, também é interessante que os extremos do índice de vulnerabilidade socioambiental da cidade de Garanhuns são as menores áreas calculadas, Muito Alto com 3,57Km² e Muito Baixo com 3,70Km². Contudo, não são motivos para menores preocupações, principalmente o primeiro, visto que são áreas com vulnerabilidades ambientais e sociais, cominando em localidades com deficiências urbanas e falta de acessos a serviços públicos essenciais. Do outro lado, áreas com Muito Baixo vulnerabilidade socioambiental, não devem ser entendidas como não necessitarem de cuidado e atenção, mas sim, manutenção e sempre promover a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável. De maneira geral, os bairros que mais apresentaram vulnerabilidade socioambientais foram Dom Helder Câmara, São José, Magano e Santo Antônio, respectivamente. Já os que apresentaram menores riscos foram Severiano Morais Filho, Novo Heliópolis, Dom Thiago Posima e Heliópolis. Ao abordar a vulnerabilidade socioambiental em Garanhuns, foi possível promover uma cidade mais resiliente, equitativa e sustentável, onde os impactos negativos das interações entre vulnerabilidade social e ambiental sejam mitigados e as oportunidades de crescimento e prosperidade sejam ampliadas para todos os seus habitantes. Além disso, é fundamental investir em infraestrutura resiliente, sistemas de alerta precoce e estratégias de gestão de riscos para reduzir a exposição a desastres naturais.
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MÁRCIO BALBINO CAVALCANTE
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USO E COBERTURA DA TERRA E SUA INFLUÊNCIA NAS PAISAGENS DA ÁREA DE
PROTEÇÃO AMBIENTAL ESTADUAL DE TAMBABA, PARAÍBA, BRASIL
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Orientador : EDUARDO RODRIGUES VIANA DE LIMA
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Data: 20/09/2023
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Hora: 14:30
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As paisagens costeiras vêm ao longo do tempo sofrendo alterações decorrentes da intensa ocupação humana. Nesse cenário, as Áreas Protegidas, entre elas, as Unidades de Conservação (UCs), têm emergido mundialmente, como uma das principais estratégias de planejamento e gestão ambiental na perspectiva de conservação da natureza. A área de estudo desta pesquisa foi a Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Tambaba, unidade de uso sustentável dos recursos naturais, localizada no litoral sul do Estado da Paraíba. A APA de Tambaba é constituída por remanescentes da Mata Atlântica e elementos geológico-geomorfológicos da Bacia Sedimentar da Paraíba. Atualmente a UC vem sofrendo pressão das atividades antrópicas, como o plantio de monoculturas, a mineração e a especulação imobiliária, inclusive com habitações em Áreas de Preservação Permanente (APPs), tais atividades vêm sendo desenvolvidas sem estudos de ordenamento físico territorial atualizados, como o Plano de Manejo e o Zoneamento Ambiental. Diante dessa problemática, o objetivo geral desta pesquisa foi a identificação e caracterização de unidades de paisagem e de áreas ambientalmente vulneráveis, para auxiliar futuras políticas de ordenamento territorial. A pesquisa teve como aporte teórico-metodológico a Cartografia de Paisagens, fundamentada por meio de pesquisa bibliográfica, trabalhos de campo e levantamentos cartográficos com uso do Sensoriamento Remoto e técnicas de Geoprocessamento. Os procedimentos metodológicos foram desenvolvidos em 6 etapas: 1°) Tratamento do Modelo Digital de Elevação (MDE) do satélite ALOS PALSAR e extração das variáveis de relevo; 2°) Álgebra de mapas dos planos de informação: Hipsometria, Declividade e Curvatura vertical das vertentes, no qual o produto cartográfico resultante foi o Modelado do relevo, 4º táxon (IBGE, 2009); 3°) Mapeamento geomorfológico realizado na escala 1:25.000, proporcionando a identificação das 7 (sete) classes de relevo; 4°) Mapa de Uso e Cobertura da Terra, na qual as classes foram definidas conforme IBGE (2013) e adaptadas de acordo com os dados coletados em campo; 5°) Mapa de Unidades de Paisagem elaborado por sobreposição dos mapas Geomorfológico e de Uso e Cobertura da Terra, resultando na identificação de 16 Unidades de Paisagem; 6°) Mapa de Vulnerabilidade Ambiental obtido pela combinação das variáveis: Geologia, Pedologia, Formas de Relevo, Declividade e Cobertura e Uso da Terra. Com os resultados da pesquisa foi possível verificar que a APA de Tambaba apresenta uma paisagem bastante diversificada, com diferentes unidades de paisagem que se relacionam entre si e influenciam na diversidade de usos do solo, podendo ser explicada pela atratividade das características naturais da região. Entretanto, ressalta-se que a expansão das atividades humanas pode levar à fragmentação do habitat e à redução da biodiversidade local. Nesse sentido, a elaboração dos produtos cartográficos desta tese, servem como subsídio ao planejamento ambiental, permitindo uma visualização mais clara da dinâmica espacial dos elementos que compõem a paisagem ao identificar as áreas com maior vulnerabilidade ambiental, constituindo fontes importantes na elaboração de estratégias de gestão, pois permitem a análise em uma escala local e regional, contribuindo para a compreensão dos processos e interações que ocorrem na paisagem em diferentes níveis de organização. Por fim, é importante destacar que o uso dessas ferramentas permitiu a obtenção de informações mais precisas e atualizadas sobre a dinâmica da paisagem na APA de Tambaba e podem ser utilizados de forma integrada com outras ferramentas e metodologias para garantir a efetividade das políticas de conservação e preservação ambiental.
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NÍVEO MOREIRA DA ROCHA
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ANÁLISE CORRELATIVA DOS CICLOS DE TEMPERATURA-VEGETAÇÃO NAS MICRORREGIÕES DO CARIRI PARAIBANO E O NÚCLEO DO SERIDÓ (PB/RN)
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Data: 31/08/2023
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Hora: 19:30
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Diante do debate atual acerca das mudanças climáticas, novas evidências reforçam a influência antrópica sobre o clima e atentam aos cenários climáticos futuros, indicando a tendência da elevação de temperatura superficial, alterações nos padrões de cobertura vegetal e redução da precipitação em áreas subtropicais, semiáridas e áridas. Nesse contexto, o presente projeto de pesquisa propõe uma análise espaço-temporal recente, no intuito de examinar as oscilações fenológicas e da temperatura superficial, na Mesorregião da Borborema, no estado da Paraíba, e a microrregião do Seridó, no estado do Rio Grande do Norte. O presente trabalho objetivou caracterizar os ciclos fenológicos da vegetação e da sazonalidade da temperatura superfície, como suas relações com a umidade do solo, com base nos dados do MODIS (MOD09Q1 e MOD11A2), ERA 5 LAND e CHIRPS. Para tal, utilizou-se uma ampla gama de métodos para análise de séries temporais e regressão, assim como vários testes, afim de entender como foram esses ciclos ao longo do tempo. A análise dos perfis de solo possibilitou compreender como as variáveis analisadas se comportaram considerando as especificidades em cada tipo de solo. Nesse aspecto, os Cambissolos apresentaram ciclos de vegetação e temperatura mais distintos em relação as demais. Por sua vez, o perfil de Luvissolo Háplico apresentou o ciclo fenológico com os menores valores do MSAVI, dado o grau de degradação da cobertura vegetal. Os perfis de solo na Depressão Sertaneja os maiores picos de temperatura na estação seca. A regressão linear possibilitou entendimento das proporções de cada variável explicativa nos modelos realizados para vegetação e temperatura.
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JUNIO SANTOS DA SILVA
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EDUCAÇÃO DO CAMPO E O ENSINO DE GEOGRAFIA NA ESCOLA DO ASSENTAMENTO SANTA LÚCIA ARAÇAGI/PB
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Data: 31/08/2023
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Hora: 14:00
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A educação do campo nasce a partir da mobilização e pressão dos movimentos sociais, em especial, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), por uma política educacional para a comunidade camponesa. Tem como objetivo a luta por uma política educacional que atenda os anseios dos povos do campo, sendo esta protagonizada pelos camponeses. Partimos da seguinte questão norteadora: Como as práticas pedagógicas realizadas a partir do ensino de Geografia, desenvolvidas na Escola no/do campo, dialogam com a realidade dos sujeitos no processo de luta pela reforma agrária no assentamento Santa Lúcia? Desse modo, a presente pesquisa tem o propósito de analisar as práticas pedagógicas executadas a partir do ensino de Geografia desenvolvido na Escola do Assentamento de reforma agrária Santa Lúcia no município de Araçagi/PB. Essa Escola atualmente possui um quantitativo de 103 alunos e 05 professores. Oferta o ensino de Educação Infantil (Maternal, Pré I e II) e Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) e uma turma de Educação de Jovens e Adultos. Do ponto de vista teórico-metodológico nos fundamentamos no materialismo histórico-dialético na busca de desvendar as dinâmicas geradoras das desigualdades sociais. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, tendo como instrumentos de coleta de dados, a análise documental, a observação participante, a entrevista semiestruturada e o diário de campo. Com a finalidade de obter informações que permitiram analisar e interpretar as práticas pedagógicas no ensino de Geografia que fortalecem a territorialidade camponesa no assentamento, nos pautamos na pesquisa participante. Nos ancoramos em autores como Freire (2013), Caldart (2004-2011), Arroyo (2011), Fernandes (2011), Lorenzo (2013), Brandão (2009), Machado (2009), Copetti e Callai (2008), Pontuschka (2013), Mazzini (2007), Raffestin (199), Haesbaert (2004) e nos marcos legais que discutem educação no/do campo. Consideramos que há um percurso da educação rural para a educação no/do campo, a partir da concepção da educação popular. Embora do ponto de vista normativo, tenhamos tido avanços com vistas à emancipação dos sujeitos do campo, pudemos refletir que a educação no/do campo é uma disputa de percepções de mundo, tal como enfatiza Paulo Freire. A pesquisa apresentada constatou o quanto a educação no/do campo precisa avançar no tocante ao incentivo e promoção das políticas públicas. Essa modalidade de ensino necessita maior atenção, considerando que o poder público enxergue o campo como lócus de produção do conhecimento e não como mero espaço de monocultura do saber. É fundamental que sejam garantidos aos filhos dos camponeses o direito aos conhecimentos necessários para o fortalecimento de suas identidades campesinas. Nesse contexto, compreendemos que o papel da Escola é fundamental na garantia de direitos, mas também espaço apropriado por sujeitos que vivem e se reproduzem no território camponês.
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KATIA CRISTINA DO VALE
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GÊNERO E ESPAÇO URBANO: Política pública de habitação e acesso das mulheres trabalhadoras à moradia em João Pessoa, Brasil
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Orientador : MARIA FRANCO GARCIA
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Data: 31/08/2023
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Hora: 13:00
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O foco da pesquisa recae sobre o papel que as mulheres tem na polêmica questão da moradia urbana. Para isso, utilizamos a perspectiva de gênero na análise sócio-espacial do acesso à habitação social urbana, pelas mulheres trabalhadoras de baixa renda em áreas periféricas da cidade de João Pessoa. Através da análise interseccional de classe e gênero mostramos como a periferia urbana e os espaços destinados à moradia são produzidos.
A tese evidencia como a cidade de João Pessoa é, entre outras coisas, produto de uma política pública habitacional de classe que historicamente marginaliza o acesso das mulheres à moradia.
A tensão que evidenciamos neste trabalho é a existente entre a negação histórica do dereito à moradia pelas mulheres trabalhadoras e as recentes (s.XXI) políticas de titularidade feminina da habitação social, que ampliam o processo de precarização da vida das mulheres concomitantemente à produção de espaços precários na periferia.
Á contradição no processo de produção da periferia urbana e da reprodução social que nela tem lugar é definida nesta tese como o fenômeno da " feminização da periferia".
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IRECER PORTELA FIGUEIREDO SANTOS
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EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA INCLUSIVA: CONCEPÇÃO DE PROFESSORES
SOBRE APRENDIZAGEM DE ESTUDANTES CEGOS EM JOÃO PESSOA
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Data: 31/08/2023
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Hora: 08:30
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Nesta pesquisa apresentamos uma análise sobre a percepção que os professores
de Geografia têm sobre suas práticas pedagógicas inclusivas e seus reflexos na
aprendizagem dos estudantes cegos no município de João Pessoa/PB. Alguns
questionamentos foram levantados e nortearam essa pesquisa, sendo elas: é
frequente a presença de estudantes cegos nas salas regulares de ensino? Há
dificuldades para os professores na condução da aprendizagem de estudantes
cegos? Como os professores se sentem quando o estudante cego chega à sala de
aula? Como desenvolvem as atividades pedagógicas na educação geográfica?
Participaram desta pesquisa 35 professores de Geografia, 5 estudantes cegos e 1
Diretor administrativo do Instituto dos Cegos da Paraíba Adalgisa Cunha. O recorte
temporal para análise das experiências que os professores tiveram foi de 2015 a
2019. O referencial teórico foi baseado em autores que discutem sobre inclusão,
políticas educacionais, educação geográfica e mediação da aprendizagem, em
especial para pessoas com Deficiência Visual, cegas. Utilizamos também
documentos educacionais, dados estatísticos empreendidos pelo Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira e os microdados do Censo
Escolar da Educação Básica (MEC/INEP). Fizemos a opção por uma pesquisa de
abordagem qualitativa, complementada com dados quantitativos. Utilizamos para a
coleta de dados, diferentes instrumentos, sendo assim, foram divididas em três
etapas, com diferentes instrumentos e estratégias de forma adequada a cada um.
Primeiro aplicamos um questionário via plataforma Google Forms em que
participaram 31 professores de forma aleatória, para fazer um levantamento da
frequência com que se recebe estudantes cegos na escola regular. Segundo
entrevistamos de forma semiestruturada quatro professores que declararam ter
trabalhado com estudantes cegos e 5 cinco estudantes cegos. E terceiro
encaminhamos um questionário por via e-mail para ser respondido por um
representante do Instituto dos Cegos da Paraíba Adalgisa Cunha. Para o tratamento
dos dados, utilizamos categorias da análise de conteúdo, agrupando-os por dados
semelhantes. Os resultados percebidos durante a análise é de que há uma
sazonalidade na frequência das matrículas dos estudantes cegos na rede regular de
ensino e isso reflete na pouca experiência dos professores de Geografia na
condução da aprendizagem desses estudantes, o que não tornam claras as práticas
pedagógicas mais eficientes e que possam ser evidenciadas. Isso indica que mais
importante do que querer fazer a inclusão do estudante cego, é o professor ser
inclusivo, pois assim ambos vão se construindo como aprendiz e se constituindo
como cidadãos de direito.
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CHRISTIANNE FARIAS DA FONSECA
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RECONSTITUIÇÃO PALEOAMBIENTAL EM ENCLAVES ÚMIDOS E SUBÚMIDOS DO CARIRI PARAIBANO
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Data: 30/08/2023
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Hora: 14:00
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Os estudos de reconstituição paleoambiental contribuem para a compreensão de cenários relacionados à evolução da vegetação, do solo e dos demais elementos que compõem a paisagem. As técnicas para conhecer paleoambientes são diversas, sendo as mais utilizadas, a datação por 14C e por Luminescência Opticamente Estimulada - LOE, análises isotópicas (δ13C e δ15N), palinológica e de biomineralizações (fitólitos) preservados em sedimentos e solos. Elas ajudam a compreender a evolução da paisagem, dos processos pedogenéticos e arqueológicas em diferentes escalas temporais e espaciais. A Caatinga, é um bioma que possui diversas paisagens e abriga uma rica biodiversidade, de grande importância geoambiental, ecoturística, econômica e cultural. Além disso, apresenta enormes maciços cristalinos chamados de inselbergs, também conhecidos como lajedos, que formam enclaves úmidos em meio à Caatinga típica. Apesar dos avanços recentes, o conhecimento sobre o referido bioma, ainda é incipiente, especialmente em relação aos solos e a vegetação da região da Borborema. Este trabalho se propõe a investigar a evolução ambiental nos enclaves úmidos e subúmidos do Cariri Paraibano, para isto, foi realizado um levantamento bibliográfico sobre estudos de reconstituição paleoambiental no Brasil, que evidenciou a escassez desse tipo de pesquisas na região Nordeste. Trabalhos de campo foram realizadas para coleta solos, em área de influência da Província da Borborema, no Cariri Oriental e na porção Centro-Ocidental para fins de caracterização dos solos e reconstituição paleoambiental. Foram realizadas análises de rotina do solo e análises isotópicas (δ13C e δ15N), datação 14C e análise de fitólitos para reconstituir as condições paleoambientais holocênicas. Os resultados obtidos demonstram que a presença/ausência de outra biomineralizações de sílica, como diatomácea, espículas de esponjas e gemoscleras contribuíram para explicar os momentos ambientais, inclusive, para inferir momentos de maior/menor umidade no Holoceno; fitólitos com tafonomia âmbar, queimados, submetidos a altas temperaturas, associados a táxons utilizados como fonte alimentar e a presença de pinturas rupestres, sítios arqueológicos sinalizam ocupação humana antiga no Lajedo Salambaia e na Serra da Paula, no Holoceno Inferior (8.199 anos AP) e no H. Médio (3.498 anos AP), respectivamente; além disso, os pedobioindicadores analisados revelaram períodos de ressecamento e umedecimento em todos os perfis desde suas gêneses até hoje. Diante destas informações é possível aplicar a hipótese de corredores de troca biótica entre diferentes floras nas áreas do P2, P3, P4 e P7 e afirmar que os Vertissolos com pH entre 6 9 foram eficientes para a contagem e análise de fitólitos, apesar da quebra e corrosão dos mesmos, isto porque estão em fundo de vale sujeito a sazonalidade de umidade que acaba por, de certa forma, conservar os fitólitos, visto que o sódio não estará dissolvido e disponível para a corrosão ocorrer. Os estudos paleoambientais no semiárido nordestino devem continuar para um melhor entendimento da dinâmica da evolução da paisagem local, uma vez que, diferentes fatores físicos influenciam na configuração do Ecossistema Caatinga, sendo um mosaico vegetacional de importância socioeconômica e histórica.
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ANDERSON VITOR LOPES DIAS
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ASPECTOS DO MICROCLIMA DA FAVELA TITO SILVA, JOÃO PESSOA/PB
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Orientador : MARCELO DE OLIVEIRA MOURA
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Data: 29/08/2023
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Hora: 14:00
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As cidades brasileiras apresentam crescimento dentro da ordem e da lógica ditada pelo capital imobiliário, resultando no aumento do número de ocupações irregulares em áreas de alto risco socioambiental. A presente pesquisa alinha-se à abordagem social e crítica da análise geográfica do clima e tem como objetivo central avaliar possíveis alterações das variáveis meteorológicas de temperatura e umidade do ar à nível microclimático num ambiente de alta vulnerabilidade social e ambiental; a favela Tito Silva, localizada no bairro Miramar, João Pessoa - PB. Em termos operacionais e técnicos foi realizado o mapeamento da vulnerabilidade social e elaboração da carta de uso e ocupação do solo do bairro do Miramar à nível de setor censitário, além de coleta em campo de elementos climáticos em dois períodos distintos da sazonalidade climática da cidade (período quente e seco e úmido e chuvoso). As coletas ocorreram de forma horária em cinco pontos amostrais de forma simultânea, com auxílio de termo-higrômetros digitais (4 pontos de coleta nos lotes da favela e 1 fora da favela, esse em setor censitário de baixa vulnerabilidade social). Dos principais resultados destacam-se: i. o setor censitário referente a Tito Silva obteve o maior índice de situação não desejada de vulnerabilidade social do bairro; ii. foram observadas diferenças significativas de temperatura e umidade relativa do ar entre os períodos, com maior desconforto térmico no período quente e seco no ambiente favelar; iii. durante o período quente e seco, os pontos amostrais instalados mais próximos de avenidas apresentaram frequência relativa ao desconforto ao calor de mais de 60%, já o ponto referente a área fora do ambiente de favela apresentou a maior frequência de conforto térmico (42%). Frente a esses resultados, a pesquisa proporcionou uma ampliação no campo empírico no que se refere ao estudo das alterações dos elementos climáticos como temperatura e umidade relativa do ar à nível microclimático em ambiente favelar.
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JACKSON VITAL SOUTO
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GEOGRAFIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DESEMPREGADOS: TRABALHO ABSTRATO E HUMANIZAÇÃO
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Data: 28/08/2023
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Hora: 08:30
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Foi pelo trabalho, com sua natureza abstrata em desenvolvimento na formação socioespacial capitalista, que estruturamos os objetivos da pesquisa. Pensar a relação entre trabalho e educação de jovens adultos e, de forma ampla, a dialética entre humanização e alienação na formação e, numa escala menor, na educação envolveu um duplo movimento: analisar criticamente documentos oficiais, tais como a reforma do trabalho (BRASIL, 2017) e o Decreto-Lei no 01, de 2021 (BRASIL, 2021), que institucionaliza a EJA para atender as demandas do mercado via adequação à BNCC, a PNA e à EAD; bem como os processos de formação dos trabalhadores desempregados na EJA. Analisar criticamente esses documentos oficiais nos levou ao terceiro bloco de questões teórico-metodológicas: os rebatimentos, mesmo sob ataque das reformas já em pleno desenvolvimento, do desemprego estrutural, mediado por abstrações no interesse do capital, tais como o dinheiro, a humanização, a alienação e o estranhamento das relações sociais dos trabalhadores com os produtos entre os trabalhadores de EJA. A condição do desemprego estrutural, sob a mediação abstrata do dinheiro na formação nos ciclos 3 e 4 da educação de jovens e adultos no espaço escolar da EMEF Francisca Moura, na cidade João Pessoa, Estado da Paraíba, reforça a tese de que a percepção, a condição e a posição ocupada no processo de trabalho são momentos predominantes a determinar, guardada relativa autonomia e dependência, a totalidade dos complexos da reprodução social, inclusive o da educação.
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Andreia Ceballos Feitosa
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O ESPAÇO PRISIONAL COMO TERRITÓRIO DE AUTO-ORGANIZAÇÃO DAS
MULHERES ENCARCERADAS NA PENITENCIÁRIA FEMININA DE CAJAZEIRAS, PARAÍBA.
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Data: 24/08/2023
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Hora: 16:00
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O aprisionamento em massa de pessoas, em especial o de mulheres, resulta em um perfil específico da mulher em situação de cárcere que evidencia a desigualdade social, econômica e racial a partir da seletividade penal. Observamos que são, em sua maioria, jovens, negras ou pardas, mães, solteiras e com baixa escolaridade. Nesse contexto, esta dissertação tem o propósito de analisar o espaço prisional e as estratégias de auto-organização das mulheres encarceradas no sistema prisional feminino da cidade de Cajazeiras/PB. O estudo parte de uma perspectiva geográfica e aporte interdisciplinar com base em Santos (1986) e Morin (2003). Nesse contexto, consideramos que a atenção dada ao aprisionamento de mulheres permite nos debruçar em outras áreas de conhecimento com as/os seguintes autoras/es Akotirene (2020), Borges (2019), Davis (2016, 2018), Diniz (2015), Foucault (2011), Goffman (1961, 2006), Queiroz (2015), e autores que tratam as relações entre aprisionamento e território, tais como Almeida (2014), Andrade (1995), Arruda (2006, 2015), Haesbaert (2005), Raffestin (1993) e Souza (1995, 2015). Realizamos levantamento bibliográfico em portais de domínio público, como Capes, Redalyc; e em programas de pós-graduação em Geografia, Direitos Humanos, Psicologia Sociologia e Serviço Social. Amparamo-nos na pesquisa documental a partir de tratados e dispositivos legais, como o Código Penal brasileiro de 1940, o Decreto-Lei nº 2.848/40, a Lei de Execução Penal 7.210/1984, a Lei nº 11.343/2006, lei conhecida como antidrogas, o levantamento de Informações Penitenciárias Infopen Mulheres (2018) e as Regras de Bangkok (2016). Realizamos trabalhos de campo considerando autores como Alentejano e Rocha-Leão (2006), Kaiser (2006) e Marcos (2006), com vistas a caracterizar o perfil local da mulher encarcerada, sendo utilizados caderno de campo, gravador de áudio e câmera fotográfica para registros de observações em grupo focal, além de entrevistas individuais com as mulheres. Consideramos que as mulheres são historicamente penalizadas, pois as parcas e recentes legislações sobre o ambiente prisional para mulheres não são suficientes para assegurar estabelecimentos que respeitem a dignidade humana. Embora o Brasil esteja construindo normativas e assinando leis internacionais, como as Regras de Bangkok (2016), a prática é ainda de espaços insalubres, nocivos e hostis. O reflexo do ordenamento jurídico e penal é seletivo e punitivista, pois as mulheres aprisionadas geralmente estão presas por crimes relacionados ao tráfico de drogas, visto que, em muitas situações, foram sendo levadas a praticar em razão da escassez de acesso às políticas públicas que lhes garantam melhores condições de vida. As narrativas denotam que a desterritorialização dessas mulheres ocasionou a quebra dos laços afetivos com as suas famílias; e sob a condição de subalternidade extrema, foi necessário montar estratégias de sobrevivência nos limites que a condição do cárcere lhes impôs. Embora as práticas de solidariedade sejam efetivadas para manutenção de um tipo de convívio mais ameno, o cárcere é, por excelência, uma tática de exclusão social e de degradação de corpos que necessitam, muitas vezes, serem dóceis para sobreviver.
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KATIANA LOURENÇO NUNES
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O SILÊNCIO DO ESPAÇO: A Cartografia Social no ensino da Cartografia
para alunos (as) surdos (as)
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Data: 23/08/2023
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Hora: 14:30
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O objetivo desta pesquisa é discutir as bases teóricas da Cartografia Escolar
para alunos/as surdos/as a partir de uma perspectiva da Cartografia Social.
Apesar do debate em torno da educação inclusiva para pessoas surdas, os
pressupostos epistemológicos e pedagógicos do ensino de cartografia nas
escolas se encontram alheios às especificidades (cognitivas, culturais,
simbólicas, sociais, existenciais e políticas) desses sujeitos. A Cartografia
Social, como abordagem crítica das concepções tradicionais acerca do espaço
e do território, emerge, hoje, como concepção de enorme potencial
pedagógico, em especial, para as pessoas surdas. A partir de um estudo
bibliográfico acerca das abordagens da Cartografia Escolar, da Surdidade
(LADD, 2013) e da Cartografia Social, verificamos: 1. Como as abordagens
tradicionais de Cartografia Escolar se distanciam das especificidades
cognitivas, culturais, simbólicas dos sujeitos surdos; 2. Além do aspecto
linguístico, o ensino de cartografia deve considerar a Cultura Surda e o modo
de ser-surdo; 3. A Cartografia Social parte de uma concepção geográfica que
questiona o caráter ideológico e político, contidos na linguagem e na produção
cartográfica. Concluímos que a Cartografia Social possui bases
epistemológicas e pedagógicas intrínsecas que favorecem a inclusão e a
consideração pelas formas de pensar, aprender, expressar e comunicar
próprias dos/as alunos/as surdos/as.
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MARIA CECILIA SILVA SOUZA
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NAÁLISE DAS MUDANÇAS NA LINHA COSTEIRA E DO TURISMO NÁUTICO EM UM RECIFE COSTEIRO URBANO NO NORDESTE DO BRASIL
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Data: 09/08/2023
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Hora: 14:30
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Os recifes costeiros na região do Nordeste do Brasil encontram-se localizados paralelamente à linha de costa, em profundidades de 5 a 10 m, e a maioria se desenvolve sobre as rochas da praia, como é o caso do recife do Seixas, objeto desse estudo. Esta pesquisa apresenta uma análise sobre o crescimento do turismo náutico, a diversidade geoecológica no recife do Seixas e as mudanças na linha costeira no município de João Pessoa. sendo caracterizada como multidisciplinar pois trata da integração de diversas áreas das ciências (geografia, geologia, geomorfologia, biologia, gestão, turismo), resultando na compilação de dados e de uma análise crítica ao longo de um período. Resultado da integração de dados e esforços de um conjunto de pesquisadores que, direta ou indiretamente comprometidos, subsidiaram com apoio científico e técnico. Os objetivos específicos foram: Avaliar a dinâmica de mudança da linha costeira na face da praia do Seixas entre os anos de 2010 e 2020: na qual foi evidenciado que a dinâmica da linha costeira ao longo de um período de 10 anos, identificou uma predominância de erosão crítica para os dois satélites Landsat e Sentinel- 2, sendo possível observar uma intensa atividade dinâmica na região. Quanto a análise da diversidade biótica e abiótica os resultados obtidos mostraram que no ambiente do Seixas possui um total de 20 categorias, sendo que nove são de famílias de algas vermelhas (Rhodophytas), duas de algas pardas (Feofíceas), cinco de algas verdes (Clorofíceas), duas Famílias de corais, uma de hidrocoral e um grupo com os Zoanthidae estimados no ambiente. O estudo batimétrico revelou que esta formação recifal possui uma altura máxima de 1 m, acima do nível do mar, uma área de 1,88 km², e que essa região está a aproximadamente 30 km da quebra da plataforma continental. A profundidade média encontrada na área de estudo foi de 1,5 m, intercalada por relevos positivos (depósitos sedimentares) e negativos (canais). Nas amostras sedimentológicas dos 3 perfis usados (testemunhos) (T1, T2 e T3) dados proporcionaram uma visão mais especifica sobre a formação estrutural do ambiente recifal do Seixas, uma vez que ao longo dos 2,5 m do testemunho 3 não foi possível identificar nenhuma base arenítica, o que nos leva a considerar que o ambiente recifal do Seixas é um recife com uma formação recente, morfologicamente como um típico recife raso costeiro de base arenítica. No último objetivo foi possível analisar a evolução recente do turismo (distribuição de embarcações sobre os ambientes recifais e crescimento do setor de serviços (hospedagem) a zona costeira) entre os anos de 2010 até 2020; nos últimos 10 anos que nos revelou um aumento significativo de uso no ambiente recifal do Seixas. Ao analisar esses dados espacialmente, observamos que o turismo apresentou um padrão de expansão do vindo do Norte para o Sul. As embarcações que partem da rota Tambaú Seixas são a maioria no recife representando atualmente cerca de 50% das embarcações. É possível observar que o Platô Recifal concentra o maior número de embarcações de turismo. O turismo acomoda em maior parte a zona Norte do ambiente recifal, em face dos setores SA1, SP1 e parte do SB1, mas já demonstra um aumento em direção à porção Sul da costa abrigada do recife apresentando concentração na interface entre SA3 e o SP3. Ainda é possível destacar que os setores SA3 e SB2 são utilizados por embarcações de menor porte (catamarãs com capacidade de até 20 pessoas e embarcações de pesca), sendo oriundos da comunidade local. É recomendado a realização de mais estudos específicos, mas fica comprovado que a dinâmica da linha de costa na área tem uma influência do ambiente recifal e este está condicionado a fatores de conservação a quais o turismo sem regulação não parece respeitar, desse modo, essa atividade cada dia mais descontrolada chegara ao ponto de o ambiente não ter sua capacidade de resiliência suficiente para continuar a exercer proteção a costa.
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ALTEMAR DE FIGUEIRÊDO BUSTORFF QUINTÃO
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NUCLEAÇÃO ESCOLAR E REORGANIZAÇÃO ESPACIAL DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EM MAMANGUAPE/PB E CUITÉ DE MAMANGUAPE/PB: UM ESTUDO NO CAMPO DA GEOGRAFIA DA EDUCAÇÃO
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Data: 02/08/2023
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Hora: 14:30
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Neste estudo, nosso objetivo foi analisar as implicações do processo de nucleação escolar em Mamanguape e Cuité de Mamanguape para os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), dentro do campo da Geografia da Educação. Para isso, conduzimos uma pesquisa de natureza quali-quantitativa, abordando historicamente as políticas públicas relacionadas à EJA. Além disso, exploramos o debate sobre a Geografia da Educação, que conferiu um sentido relevante ao nosso trabalho, uma vez que tratamos de um estudo geográfico acerca de um tema educacional. A partir desse campo de conhecimento, investigamos o processo de nucleação, entendido como um reflexo da doutrina neoliberal do capitalismo, nos mencionados municípios. Analisamos as justificativas apresentadas pelos governos municipais que levaram à implementação do fechamento de turmas da EJA e o fornecimento de transporte escolar para os alunos serem conduzidos à nova escola (núcleo). Em seguida, identificamos três desafios comuns enfrentados pelos estudantes da EJA, quando estudam em escolas-núcleos, e buscamos relacioná-los à nossa área de pesquisa, com base em referências teóricas, sendo eles: o aumento do tempo despendido para ir e voltar da escola-núcleo, em comparação ao tempo necessário para estudar na própria comunidade; o temor em relação à violência, ao terem que se deslocar para outra escola distante daquela a que estavam acostumados anteriormente; e, por fim, as dificuldades de acesso a essas escolas-núcleos, particularmente relacionadas à condição das rodovias e ao transporte escolar. Utilizamos um questionário, respondido por oito participantes, que se enquadraram na pesquisa, selecionados após a análise de diversos dados referentes ao abandono na EJA entre 2015 e 2019; ou seja, anteriormente à pandemia da COVID-19 no Brasil. Os participantes da pesquisa eram residentes de um dos dois municípios em questão, sendo quatro da zona rural de Cuité de Mamanguape, e quatro da periferia urbana de Mamanguape, localidades estas que presenciaram as turmas de EJA sendo fechadas. Para prosseguirem seus estudos, eles tiveram que se matricular em uma das quatro escolas-núcleos, localizadas na área mais central da zona urbana em ambos os municípios; porém, apesar dos esforços frente aos desafios de acesso, acabaram abandonando tais escolas. Esses indivíduos concordaram em relatar como os desafios anteriormente mencionados foram significativos em sua decisão de abandonar a escola. Como resultado, consideramos que cada estudante vivenciou uma realidade específica, e que as dificuldades enfrentadas por eles foram determinantes em suas decisões. Ao cruzarmos os dados teóricos com as respostas fornecidas, pudemos constatar que a nucleação na EJA, aliada a outros problemas, contribuiu para o aumento da taxa de abandono escolar, resultando em uma redução nos índices de escolaridade nos municípios em questão. Como consequência desse processo, a população economicamente mais desfavorecida se tornou ainda mais vulnerável no mercado de trabalho.
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VALMIR BRUNO DE SOUZA AGUIAR
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A VILA OLÍMPICA PLÍNIO LEMOS EM CAMPINA GRANDE-PB E AS CONTRADIÇÕES DO PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANA DE ESPAÇOS PÚBLICOS
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Orientador : DORALICE SATYRO MAIA
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Data: 24/07/2023
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Hora: 09:30
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O presente trabalho tem por objetivo analisar a política urbana voltada para o espaço público, tendo como objeto de estudo a Vila Olímpica Plínio Lemos, na cidade de Campina Grande/PB. Impasses de natureza gerenciais da administração municipal tem impactado no espaço o acesso ao lazer enquanto garantia do direito à cidade. O estudo foi constituído a partir dos aportes que envolvem as políticas urbanas e as intervenções decorrentes do processo de requalificação para investigar as descontinuidades e continuidades do projeto urbano proposto para o espaço público. A pesquisa foi desenvolvida com base em uma abordagem qualitativa, utilizando os seguintes procedimentos metodológicos: levantamento teórico da literatura, pesquisa de campo, entrevistas semiestruturadas, observação direta, pesquisa documental em acervos públicos das Secretarias Municipais de Campina Grande, consultas em documentos oficiais, a exemplo de Semanários e Diários Oficiais, requerimentos da Câmara Municipal, planos de governos e matérias de jornais impressos e digitais, averiguados por meio da técnica da análise de conteúdo, além de registros fotográficos e capturas de imagens aéreas com drone. A análise da investigação demonstrou que o espaço público na cidade contemporânea se encontra conduzido por práticas de disputas políticas enraizadas que geram a desconfiguração do planejamento dos projetos urbanos, intensificam a degradação dos espaços, interrompem a função social do equipamento e promovem contra-usos. A ênfase atribuída ao estudo da Vila Olímpica Plínio Lemos permite intensificar as discussões dos processos de reprodução do espaço público, em virtude de revelar as contradições expressas pela ação política gerenciando o uso público do espaço.
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CICERA CELIANE JANUÁRIO DA SILVA
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Vulnerabilidade socioambiental e suscetibilidade a seca e a estiagem no estado do Ceará
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Data: 19/07/2023
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Hora: 14:00
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Para compreender as dinâmicas e transformações que ocorrem na sociedade e para um planejamento de tomada de decisões no âmbito social e ambiental, os estudos acerca da vulnerabilidade socioambiental são fundamentais. O recorte espacial da pesquisa é o estado do Ceará, considerando a vivência com a seca nessa região, além da frequente ocorrência de secas e estiagens que assolam os municípios cearenses, combinada ao fato de que seu território está inserido quase que por completo no semiárido brasileiro. Dentro dessa perspectiva, o objetivo da pesquisa é analisar os diferentes graus de vulnerabilidade socioambiental do estado do Ceará considerando o cenário de suscetibilidade a seca e a estiagem. Para alcançar os objetivos propostos, o trabalho foi dividido em três etapas: (I) Identificação da vulnerabilidade social; (II) Identificação dos municípios suscetíveis a seca e estiagem; (III) Mapeamento da vulnerabilidade socioambiental a seca e a estiagens. Para a etapa de identificação da vulnerabilidade social foram consideradas três dimensões que retratam as condições de infraestrutura, da renda e a situação social do Ceará. Essas dimensões são compostas por variáveis que foram extraídas do Sistema IBGE de Recuperação Automática SIDRA com base no censo do ano de 2010. Para a suscetibilidade foi feita análise dos Dias Secos Consecutivos (DSC) para um recorte temporal de 32 anos (1990 a 2021) e os dados de chuva diária utilizados são disponibilizados pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME). No cenário de vulnerabilidade social, o estado do Ceará encontra-se com 84% dos municípios inseridos em condições de vulnerabilidade social não desejáveis, ou seja, elevado grau de vulnerabilidade na classe alta e muito alta. A dimensão de renda foi o fator de maior peso comparando com as demais dimensões, pois no Ceará 98% dos municípios estão com condições de renda não desejáveis. Quanto à suscetibilidade, o Ceará apresenta um elevado número de municípios suscetíveis a seca e estiagens, com base nos DSC. Sobrepondo os cenários de vulnerabilidade social e suscetibilidade a seca e estiagem, foi possível identificar aqueles municípios que apresentam maior grau de vulnerabilidade socioambiental. Constatou-se que 44% do estado encontra-se em um grau de vulnerabilidade socioambiental alto, e ainda 14% em um grau muito alto. Dessa forma, com a realização da pesquisa foi possível reforçar e identificar aqueles municípios que mais precisam de atenção do Poder Público, evidenciando também a necessidade de transformações estruturais e ações que visem a redução dos danos e mais alternativas de convivência com a seca.
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GABRIELLA SARAIVA DE ALBUQUERQUE
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OS SABERES CARTOGRÁFICOS NO ENSINO BÁSICO: uma análise a partir das escolas municipais da cidade de Crato, Ceará.
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Data: 03/07/2023
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Hora: 10:00
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No contexto educacional o saber cartográfico, assim como os demais saberes, é amplo e bem difundido na sociedade, pode ser usado em diversas situações do nosso dia a dia. Diante disso, a pesquisa objetivou-se analisar como os saberes cartográficos são praticados nos anos finais do Ensino Fundamental em escolas municipais do Crato, Ceará. Assim, investigamos o seguinte questionamento: Quais os saberes necessários ao professor para ensinar e como esta questão tem sido trabalhada quando nos referimos a Cartografia nos anos finais do Ensino Fundamental? Em resposta a esse questionamento, foi realizado uma revisão bibliográfica, com teóricos renomados da Cartografia, Ensino de Geografia, Saberes Docentes e em documentos oficiais que norteiam o currículo de Geografia e a prática docente. Na atividade de campo, foi realizado entrevistas como com docentes atuantes em Geografia nos anos finais do Ensino Fundamental das escolas municipais do referido município e questionários com os discentes do curso de Licenciatura em Geografia da URCA, respectivamente. Como resultado, apresentamos discussões sobre o Saber Cartográfico no processo de formação acadêmica do professor de Geografia e como esse saber está sendo materializado na prática docente dos docentes do Ensino Básico.
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MARIA DA CONCEIÇÃO MESQUITA LEAL
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GRANDE PROJETO AGROFLORESTAL SUZANO E TRANSFORMAÇÕES NA FORÇA DE TRABALHO NA CIDADE DE IMPERATRIZ, MARANHÃO, BRASIL
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Data: 29/06/2023
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Hora: 14:30
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A presente pesquisa tem por objetivo compreender transformações na força de trabalho de nível médio/técnico na cidade de Imperatriz, desencadeadas pela implantação da unidade fabril da Suzano Papel e Celulose. Com os projetos agroflorestais vieram os investimentos em infraestrutura para a integração nacional da matéria-prima extraída e transformada. Assim estruturou-se um modelo de enclave centrado numa economia de fronteira e baseado na exploração dos recursos segundo uma lógica infinita. Isso não só aprofunda o papel de regiões periféricas como o Maranhão, no modelo de desenvolvimento desigual e combinado, mas também acentua o papel do Estado, a reorganização, especialização e orientação da mão de obra da região para atender a lógico e pleno funcionamento da cadeia produtiva do papel e celulose. A base industrial plantada ao longo do tempo na região soma-se às condições gerais de terras baratas, infraestrutura de transporte até o porto de Itaqui, recursos hídricos, além da presença de mão de obra abundante, o que permitiu a implantação da Suzano em Imperatriz a partir do ano de 2008. O município de Imperatriz faz parte do novo corredor de plantio de eucalipto, expandido nos últimos dez anos pela Suzano Papel e Celulose, e vêm passando por significativas mudanças em consequência da modernização e especialização do trabalho pelo agronegócio mecanizado advindo da fronteira agrícola. Pouco foi discutido sobre o processo adaptativo da mão de obra local e regional, as dinâmicas e especialização do trabalho da cadeia produtiva da indústria de papel e celulose vinculada à unidade fabril da Suzano no Maranhão. Dentro dessa lógica de reconfiguração, as indústrias, para produzirem modernamente, convocam outros atores a participarem de suas ações. O Estado, subordinado à atividade industrial em um novo modelo de guerras fiscais, oferece isenções à custa da exploração de recursos sociais e ambientais em nome do discurso de desenvolvimento e criação de empregos e renda. O espaço de atração fica, assim, subserviente à lógica de produção e passa a ser reorganizado a partir de uma dinâmica própria que atenda à empresa. Ao trabalhador, coisificado dentro de uma lógica dominante, cabe se reestruturar, se reorganizar, se modificar e atender as novas demandas para a partir daí, atender as exigências que se seguem no mercado. A presente pesquisa se caracteriza como exploratória, pois analisa especialmente a especialização da força de trabalho, na cidade de Imperatriz/ MA desencadeadas pela implantação da Suzano. Metodologicamente além de revisão da literatura pertinente, utilizaram-se, conjuntamente pesquisa de campo, dados secundários sobre transformações no emprego local e nas qualificações profissionais locais advindas da implantação da Suzano. A coleta de dados de fontes secundárias ocorreu junto aos sítios eletrônicos, os dados utilizados são originários da Relação Anual de Informação Social (RAIS), do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) do Programa de Disseminação das Estatísticas do Trabalho (PDET), da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), da Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (ABIPA) da Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Food and Agriculture Organization (FAO), Comércio Exterior e Serviços (MDIC), e da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF). Além desses, dados de fontes secundárias também foram obtidos dados dos relatórios da Suzano papel e celulose e das escolas técnicas locais e universidades. Os resultados obtidos da pesquisa têm apontado para uma especialização do trabalho existente, justificando a necessidade da intensificação das reflexões sobre os processos de especialização, (re) qualificação e restauração da força de trabalho local.
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AGRIANE CALDEIRA SOUZA
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AS VIVÊNCIAS ESPACIAIS DOS PESCADORES DA COMUNIDADE DE CARAPANATUBA-SANTARÉM/PA.
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Data: 29/06/2023
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Hora: 09:00
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Esta pesquisa tem como proposito contribuir com os estudos acerca da geografia da pesca artesanal. O desenvolvimento de pesquisas e trabalhos da área Pesqueira sempre estiveram presentes nos estudos, discussões e debates geográficos brasileiros e internacionais. Assim, verificamos que essa conexão essencial entre a Geografia e o campo de estudos pesqueiros vêm fortalecendo-se ao longo do tempo. Buscamos trazer o debate sobre o saber tradicional e as experiências dos pescadores de uma comunidade ribeirinha no interior da Amazônia, pois, acreditamos que estes sujeitos e suas relações espaciais dizem muito sobre as permanências e transformações sociais e temporais no lugar objeto deste estudo. O recorte espacial da área de pesquisa localiza-se no baixo Amazonas, em uma comunidade de várzea ribeirinha da Amazônia que se chama Carapanatuba. A comunidade de Carapanatuba fica localizada na margem esquerda do rio Amazonas, dentro da região da Aritapera, em área interiorana da cidade de Santarém no oeste do Pará. O objetivo principal da pesquisa é analisar o espaço de vida e de trabalho dos pescadores(a)s da comunidade de Carapanatuba, a partir de suas histórias orais, de seus saberes, das suas tradições e da relação que elas têm com a natureza. Para alcançar os resultados, contamos com o suporte da fenomenologia e utilizamos das categorias de analise geográfica o espaço e lugar baseados no conceito de Santos (2002), Yi- Fu Tuan (1979,2012). Para obter os dados foram utilizados instrumentos como a história oral na aquisição das narrativas dos pescadores de Carapanatuba, e fizemos uso da entrevista Semi estruturada na coleta das informações da pesquisa. Os resultados são parciais, no entanto percebe-se que aquisição do saber/fazer da pesca possui raízes nos saberes ancestral dos povos indígenas da Amazônia, que são evidenciadas em pequenas práticas cotidianas e também por meio da oralidade, em que são socializados os saberes sobre a dinâmica da natureza, e que eles tem e constroem relações simbólicas e afetivas com seus lugares de vida e trabalho.
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ALCIMÁRIA FERNANDES DA SILVA
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PERMANÊNCIAS E RECRIAÇÃO DA AGRICULTURA CAMPONESA NO POLO ASSU/MOSSORÓ (RN)
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Data: 26/06/2023
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Hora: 14:00
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Movido pelo que se convencionou chamar de Revolução Verde, o Brasil, principalmente a partir da década de 1970 e 1980, sob a ação do Estado, passa a sofrer a influência do processo de modernização do campo. Na região Nordeste, o impacto desse processo também se deu com a ação do Estado, por meio de políticas públicas que viabilizaram tanto a realização de projetos de caráter público, como projetos agropecuários da iniciativa privada. Nessa perspectiva, no espaço agrário do Rio Grande do Norte, o que se constituiu no Polo Assu-Mossoró, recorte espacial desse estudo, passa a refletir essas características, sendo sinônimo das contradições provenientes do desenvolvimento do capitalismo no campo, expressando, por um lado, processos de modernização, principalmente com o agronegócio da fruticultura irrigada e, por outro, apresentando-se como um espaço de subjugo, desigualdades sociais, violência, concentração de terras e expropriação de agricultores camponeses, fazendo com que estes se proletarizem ou busquem alternativas para se recriarem. A partir disso, buscamos analisar as permanências e recriação da agricultura camponesa frente à expansão do capital no Polo de Desenvolvimento Integrado Assu-Mossoró (RN). Partimos do pressuposto de que a agricultura camponesa no Polo coabita com dinâmicas de permanências e recriação frente ao capital, entendendo que este não tem gerado o desaparecimento dos agricultores camponeses como anunciaram Kautsky (1980) e Lênin (1982), mas processos de resistências e recriação. Com o suporte da dialética e buscando entender as dinâmicas dos processos que ali ocorrem, sem negligenciar os aspectos históricos que permeiam a construção desse território e o movimento da realidade, traçamos o caminho metodológico pautando-se no uso de pesquisa bibliográfica, documental e empírica, na busca pela apreensão da realidade concreta e da essência do objeto de estudo. Do ponto de vista teórico-conceitual, a tese de doutoramento ora apresentada esteve pautada nos conceitos de espaço, território, Territorialização do Capital, Monopolização do Território pelo Capital, camponês, permanência, recriação camponesa e renda da terra. Os resultados alcançados indicam que no referido Polo o processo de modernização do campo não tem impactado positivamente nos aspectos sociais, já que boa parte da população depende de programas sociais como o Bolsa Família e, embora os agricultores camponeses sejam maioria nesse espaço, predominam em suas mãos os estabelecimentos de pequenas dimensões, enquanto as maiores áreas têm sido apropriadas por agricultores não familiares, além da violência no campo. Por outro lado, registramos empiricamente, vários exemplos que retratam a recriação camponesa, como a luta pela terra, a adesão à agroecologia, as feiras agroecológicas, as sementes crioulas e as organizações camponesas através da formação de grupos de mulheres, o associativismo e o cooperativismo. Essas formas de organização, aliadas a práticas de parceria e arrendamento por parte dos agricultores sem-terra, sinalizam também para formas de resistência ao subjugo ao agronegócio da fruticultura irrigada que circundam os territórios camponeses.
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JOSE MARCOS DUARTE RODRIGUES
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PAISAGEM E GEOECOLOGIA: ENFOQUES GEOECOLÓGICOS EM APOIO AO ESTUDO DAS PAISAGENS NA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SUCURU, ALTO CURSO DO RIO PARAÍBA, PB
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Data: 05/05/2023
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Hora: 08:00
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Os estudos geoecológicos consistem em um sistema de métodos, procedimentos e técnicas de investigação que permitem a obtenção de conhecimentos sobre o meio natural e antroponatural. Com base nesta afirmação, a presente pesquisa objetiva analisar as paisagens utilizando os enfoques geoecológicos e determinar o estado funcional, na sub-bacia hidrográfica do rio Sucuru, alto curso do rio Paraíba, estado da Paraíba. A área em estudo possui 1.681 km², situa-se na mesorregião da Borborema, microrregião do Cariri Ocidental. Para tanto, inicialmente, procurou-se identificar as múltiplas definições e interpretações do conceito de paisagem na ciência geográfica, desde as concepções iniciais até a retomada dos estudos paisagísticos, no século XX. Posteriormente, buscou-se interpretar a geoecologia das paisagens como abordagem teórico-metodológica, analisando as suas origens e desenvolvimento, distinguindo a perspectiva geográfica da ecológica para, então, aprofundar-se na abordagem adotada na pesquisa. Após, analisou-se os componentes formadores das paisagens, geologia, geomorfologia, clima e recursos hídricos, classes de solos, uso e cobertura da terra, interpretando-os como totalidade e unidade pertencente ao todo. Em seguida, regionalizou-se e tipificou-se as unidades geoecológicas de paisagens, distinguindo as regiões de acordo com processos morfogenéticos preponderantes (denudacionais e agradacionais) e subdividindo-as segundo os seus traços análogos em diferentes unidades de paisagens. Posteriormente, utilizou-se os enfoques geoecológicos na análise das unidades das paisagens; analisou-se as suas composições e inter-relação vertical, a estrutura funcional, gênese e evolução, o processo histórico de uso e ocupação, a dinâmica populacional e as atividades degradadoras para, então, estabelecer o estado funcional em que se encontram. Assim, conclui-se que as paisagens que compõem a sub-bacia hidrográfica do rio Sucuru se comportam como um mosaico heterogêneo, compostas por componentes naturais e antrópicos que lhes atribuem particularidades próprias. As mesmas encontram-se em estados funcionais variados, apresentando modificações na sua organização estrutural e desequilíbrios na sua funcionalidade. Desta forma, o presente trabalho pretende contribuir tanto para pesquisas posteriores como para a sociedade em geral.
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JANAÍNA SILVA DE OLIVEIRA
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FLORESTAS TROPICAIS SAZONALMENTE SECAS NA PERSPECTIVA DA ECOLOGIA DE PAISAGENS: uma análise geoambiental dos fragmentos de Caatinga no Cariri Paraibano
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Data: 28/04/2023
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Hora: 14:00
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A Caatinga é a maior e mais isolada Floresta Tropical Sazonalmente Seca da América do Sul. Em meio a florestas úmidas, o endêmico bioma se destaca pela geodiversidade e biodiversidade adaptada ao clima semiárido. No entanto, pesquisas científicas e políticas públicas adequadas às especificidades da Caatinga são incipientes e ainda predomina o senso comum de uma região com extrema pobreza social e paisagística. Inserida na Caatinga, a região do Cariri Paraibano apresenta um histórico processo de uso e ocupação do solo composto pela agricultura, pecuária de subsistência e extrativismo vegetal de espécies nativas, que tem resultado em grandes extensões de áreas susceptíveis à desertificação e na fragmentação de hábitats. A tese se embasou nas hipóteses que os componentes geoambientais análogos viabilizam a manutenção de fragmentos com maior densidade de vegetação, onde estruturas geológicas se tornam elementos facilitadores para a conectividade estrutural da paisagem. A verificação das hipóteses ocorreu a partir dos preceitos geográficos da Ecologia de Paisagens, tendo como objetivo analisar o padrão estrutural da paisagem para propor modelos de conectividade entre fragmentos de Caatinga Densa na região do Cariri Paraibano. O mapeamento da área de estudo foi realizado pela classificação GEOBIA, com a definição de sete classes temáticas: Corpo Hídrico, Afloramento Rochoso, Ambiente Antrópico, Mata Exótica, Caatinga Antropizada, Caatinga Rarefeita e Caatinga Densa. Após validação estatística do mapa, a análise da paisagem se baseou na dinâmica de uso e ocupação do território e na aplicação de métricas da paisagem. Os resultados apresentaram um padrão de distribuição das áreas invadidas pela Mata Exótica, com destaque para as faixas nas margens de rios afluentes do Paraíba; e a alteração da Caatinga pelas atividades antropogênicas identificadas. Destacou-se também a forte pressão ao patrimônio cultural, geológico e geomorfológico ocasionada pela extração de bentonita no município de Boa Vista, onde há proposta de criação do Geoparque do Cariri. Apesar disso, as métricas revelaram a baixa fragmentação da Caatinga Rarefeita, analisada como unidade dominante da paisagem conforme modelo mancha-corredor-matriz. Já a Caatinga Densa demonstrou elevada fragmentação, com tamanho das manchas pouco expressivos no contexto da paisagem. A modelagem resultante do Índice Integral de Conectividade mostrou um cenário alarmante, onde o arranjo estrutural dos fragmentos destacados pela métrica não percorrem pela matriz e indica a baixa efetividade na formação de stepping stones entre as manchas dispersas na paisagem. As Unidades de Conservação demostraram ser muito importantes para a proteção dos remanescentes de Caatinga Densa, embora apresentem fragilidades na gestão. Com evidente processo de isolamento desses ambientes, os lineamentos de altos topográficos e as zonas de cisalhamento foram identificados como elementos facilitadores para a formação de corredores ecológicos, embasados na teoria dos fractais, onde feições geomorfológicas dos relevos residuais se repetem na escala regional. Desta forma, concluiu-se que os componentes geoambientais analisados podem ser incorporados como estratégia ao planejamento territorial para disciplinar o uso e ocupação da terra e conectar áreas relevantes para a proteção ambiental.
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VIRNA VIEIRA FRANCO
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DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO ALTO CURSO DO RIO PIANCÓ, ESTADO DA
PARAÍBA
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Data: 24/04/2023
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Hora: 09:00
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As interações sociedade-natureza e seu desenvolvimento ao longo do tempo histórico
transformam os caminhos teórico-conceituais e metodológicos da Ciência. Atualmente, é vital
para a sociedade propor diagnósticos ambientais que consideram a integralidade do ambiente.
Nesse contexto, esta investigação objetiva avaliar o processo histórico de desmatamento e
suas consequências ambientais no alto curso do Rio Piancó. A partir da correlação entre o
histórico do uso e ocupação das terras e a aplicação de Índice de Vegetação SAVI na
compreensão do processo de supressão da vegetação na área de estudo, foi constatada a
ocorrência de desmatamento, sobretudo, para fins de agricultura e pecuária, produção de
carvão e lenha, abertura de estradas e extração de areia. Essas práticas sociais ocasionaram
transformações na paisagem que indicam, portanto, alterações das dinâmicas naturais. Desta
maneira, com base na seleção de 9 trechos representativos na bacia do Alto Piancó, foi
identificada a ocorrência de processos erosivos, decorrentes do desmatamento, enquanto
indicadores da degradação ambiental, tais como: erosão linear superficial acelerada com
formação de sulcos e ravinas, erosão laminar e erosão linear subsuperficial por
voçorocamento com formação de túneis erosivos.
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ELAINE FARIAS TEIXEIRA
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ANÁLISES DA TEMPERATURA DO AR E DOS ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO HUMANO EM CAMPINA GRANDE, PB NO PERÍODO DE 1977 A 2021
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Data: 18/04/2023
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Hora: 14:30
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O objetivo desse estudo é analisar a tendência na temperatura (média, máxima, mínima, 9h, 15h e 21h) e seu impacto nos padrões de conforto térmico humano em Campina Grande, PB para o recorte temporal de 1977 a 2021. Para isso, utilizou-se os dados de temperatura e umidade relativa do ar da Estação Meteorológica Convencional e Automática pertencente ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e instalada na Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (EMBRAPA) Algodão. Com base nos dados dessa estação, analisou-se a variabilidade das temperaturas (mensal, sazonal, interanual e decenal) por meio de estatística descritiva, bem como, realizou-se os testes de Mann-Kendall, Sens Slope, Pettitt e Análise de Variância (ANOVA). O conforto térmico humano foi avaliado a partir dos índices de Temperatura Efetiva (TE) e Temperatura e Umidade (ITU) para os dois anos que registraram as temperaturas mais elevadas, além disso, calculou-se a Temperatura da Superfície para o perímetro urbano de Campina Grande. Os resultados obtidos apontaram que: (i) Houve um acréscimo de 0,6 °C na temperatura média do ar nas últimas quatro décadas. (ii) Os testes de Mann Kendall e Sens Slope indicaram uma tendência crescente e significativa para a temperatura média, máxima, mínima, 9h, 15h e 21h, em conformidade a isto, os maiores acréscimos ocorreram na máxima (0,035°C) e as 15h (0,031 °C). (iii) O (TE) e (ITU) calculados em 1998 e 2021, indicaram Estresse Térmico e Estado de Emergência de acordo com as faixas de classificação de Terjung (1966), Matzarakis; Mayer (1991) respectivamente. (iv) A banda termal dos satélites Landsat 5 e 8 identificaram uma elevação da (TS) mínima na cidade de Campina Grande em 1984 (20,8°C), 2007 (23,3°C) e 2018 (24,0°C). Pode-se concluir que o conjunto de 45 anos de dados obtidos no período em que a cidade protagonizou uma clara expansão urbana forneceram embasamento para compreender a tendência de temperatura e (des)conforto térmico encontrado através das faixas interpretativas do (TE) e (ITU) nas temperaturas a tarde.
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WELDON PEREIRA SILVA DE NOVAIS
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A FINANCEIRIZAÇÃO DO AGRONEGÓCIO DO CAFÉ NO BRASIL: a trama do capital fictício na produção capitalista do espaço
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Data: 24/03/2023
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Hora: 14:00
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O presente trabalho teve como objetivo central compreender como a financeirização se manifesta no agronegócio do café no Brasil contemporâneo, com ênfase nas etapas da comercialização e processamento desse grão. As respostas obtidas durante o processo de investigação embasam a tese de que a financeirização no agronegócio do café no Brasil é configurada pelas bolsas de valores e mercados futuros que são os centros financeiros dessa commodity e pela atuação marcante de investidores estrangeiros nas principais torrefadoras e exportadoras presentes no país. A financeirização das multinacionais de café fez com que os acionistas se tornassem os principais sujeitos dessa dinâmica financeira, tendo em vista que as exportadoras e torrefadoras com capital aberto em bolsa de valores passaram a atuar sob a pressão de maximizar o lucro desses investidores. Ascensão das finanças nessas empresas fortaleceu o processo de fusões/aquisições, tendo como resultado principal, a monopolização e centralização do mercado cafeeiro pelas torrefadoras e exportadoras globais. O método de interpretação assumido neste trabalho foi o materialismo - histórico - dialético. A pesquisa bibliográfica/documental e o estudo de campo foram utilizados como procedimentos metodológicos para a coleta de dados e informações sobre as dinâmicas comerciais do café nacional e internacional.
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MARTA OLIVEIRA BARROS
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GEOGRAFIAS DE QUILOMBOS: MEMÓRIAS E HISTÓRIAS ANCESTRAIS
DO MATÃO/PB NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA
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Data: 10/03/2023
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Hora: 14:00
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Historicamente, as comunidades remanescentes quilombolas no Brasil enfrentam diversos
obstáculos na garantia de direitos aos seus territórios ancestrais, bem como à manutenção
destes e à reafirmação da identidade territorial. Nesse contexto de lutas identitárias, torna-se
relevante discutir o ensino da Geografia em escolas quilombolas na perspectiva de
valorização e reconhecimento da identidade territorial a partir das memórias e autobiografias
das pessoas mais velhas do lugar. Para tanto a proposta de investigação para a elaboração de
tese de doutorado em Geografia, na linha de pesquisa Educação Geográfica, da Universidade
Federal da Paraíba, tem como objeto de estudo as memórias (auto) biográficas ancestrais da
comunidade do Matão, e suas repercussões para Educação Geográfica na perspectiva de
valorizar a identidade local. Procurando contribuir na construção de novas práticas
pedagógicas relativas a essa temática, estabeleci como objetivo desta pesquisa compreender
como as narrativas (auto) biográficas ancestrais quilombolas do Matão-PB podem contribuir
como base e referência para o fortalecimento da identidade local dos estudantes quilombolas,
no contexto da Educação Geográfica, a fim de (re)construir conhecimentos geográficos
significativos sobre o quilombo. A tese é desenvolvida sob a forma de pesquisa qualitativa
geográfica, ancorada nos princípios teórico-metodológicos da pesquisa (auto) biográfica,
inscrita e escrita a partir das memórias das pessoas mais velhas da comunidade remanescente
quilombola do Matão, localizada no município de Gurinhém, agreste paraibano. Os
colaboradores da pesquisa foram as (8) pessoas mais velhas da comunidade, e os professores
com maior tempo de serviço da Escola de Ensino Fundamental José Rufino, escola do Matão.
Foi utilizado como referenciais teóricos para discutir questões de quilombo, memória,
intergeração, identidade, currículo e Educação Geográfica os seguintes autores: Munanga
(1999); Souza (2008); Halbwachs (2006); Chauí (1994); Pollak (1989); Bosi (2012); Freire
(2000); Callai (2005), Pinheiro (2020), Portugal(2013) entre outros. Os resultados de tal
propositura podem implicar reflexões relevantes para o âmbito da Educação Geográfica em
escolas quilombolas, visto que a inclusão das memórias ancestrais quilombolas como fonte
e referência para o estudo da Geografia oportuniza aos alunos compreender os sabres
construídos no cotidiano, os quais são transmitidos (repassados) de geração a geração
através da oralidade, que, consequentemente, contribuirá com um ensino significativo da
Geografia de quilombo e com a valorização da identidade local dos estudantes. Portanto,
essa proposta de tese servirá como referência para o estudo da Geografia na comunidade em
estudo, bem como em outras comunidades quilombolas.
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RAMON SANTOS SOUZA
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ANÁLISE DAS PROPRIEDADES NUTRICIONAIS DO SOLO E DA ESTRUTURA FLORESTAL NO BIOMA CAATINGA
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Data: 28/02/2023
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Hora: 14:00
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Os nutrientes do solo e a estrutura das florestas desempenham papel fundamental nos ecossistemas terrestres e são primordiais para compreender os efeitos das mudanças globais. Na Caatinga ainda são escassos estudos que buscaram avaliar os controladores da variabilidade espacial dos C, N, P no solo e, menos ainda os que exploraram o uso da modelagem para estimar parâmetros estruturais da vegetação no espaço. Este trabalho tem como objetivo analisar teores de C, N, C:N e P em solos e parâmetros estruturais de altura e densidade da vegetação no bioma caatinga. Além de entender suas relações com os atributos da paisagem. Primeiramente, foi realizado uma análise descritiva dos dados. Após isso, utilizou-se de variáveis ambientais e distâncias das amostras como entradas no modelo Random Forest. A validação foi realizada com as métricas R¬2¬ e RMSE usando validação cruzada de 5 repetições para os nutrientes e para os dados GEDI (rh98, cover e pai) dividiu as amostras em conjuntos de treino e teste para 353 grids (0,5° × 0,5°) criados na área de estudo. O resultado descritivo apresenta os seguintes valores de mediana: 4,678 g/kg (±13,385) de teor de carbono, 0,606 g/kg (±0,797) para o teor de nitrogênio, 8,1 de relação C:N e 2,1 mg/kg para o fósforo. As variáveis mais importantes para estimar os nutrientes do solo foram as distâncias entre as amostras, elevação e as condições mesoclimáticas. No geral, a quantidade de variação explicada pelos modelos de previsão espacial foram razoáveis em todas as profundidades, com valores mais altos para relação C:N (R2 de 0,44 a 0,65) seguido de teor de nitrogênio (R2 de 0,41 a 0,58). O RMSE decresce com o aumento do intervalo de profundidade. A declividade (slope), elevação (elevation) e TWI foram os preditores mais importante para estimar os parâmetros estruturais da vegetação. A maior precisão do modelo foi alcançada, de acordo com R², para a altura do dossel (média: 37%, mediana: 38%) e RMSE equivalente a 2 m. A altura do dossel modelado varia de 2,8 a 17,7 m e valor médio de 5,6 m (±1,7). A cobertura de dossel total modelada foi de 0% (sem cobertura de dossel presente) a 87 % (cobertura de dossel densa a fechada) e média de 13% (±0,08), o que destaca os níveis bastante esparsos das condições de cobertura do dossel na Caatinga. Já para o índice de área total da planta apresenta valor médio de 0,36 m2/ m2 (±0,33). Portanto, esses resultados são essenciais para criação de políticas ambientais e desenvolvimento de novos estudos e, principalmente contribuir com entendimento de um dos biomas mais ameaços e menos estudado do Brasil.
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ELIANE SOUZA DA SILVA
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Ensino de Geografia e formação continuada de professores: possibilidades de mediação didática do conceito de lugar para a Geografia Escolar.
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Data: 27/02/2023
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Hora: 14:00
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O presente trabalho parte do entendimento de que a formação continuada de professores, por meio da pesquisa colaborativa, contribui para a aprendizagem significativa da Geografia Escolar, através da mediação didática, levando em consideração o lugar de vivência do aluno. O desenvolvimento dessa tese teve como principal objetivo analisar as contribuições da mediação didática para a formação continuada de professores, e o ensino-aprendizagem do conceito de lugar na Geografia Escolar em Cabedelo-PB. Buscamos também conhecer o perfil dos sujeitos colaboradores da pesquisa e suas relações com o lugar, a partir da cidade de Cabedelo. Dessa maneira, identificamos como os conteúdos geográficos foram abordados para verificar se os professores relacionam a realidade do lugar onde atuam, na sala de aula, e quais as dificuldades que encontram em contextualizar com os conhecimentos geográficos. Assim, desenvolvemos ações didáticas colaborativas para a formação continuada dos professores de Geografia, e para o ensino-aprendizagem dos alunos, e refletimos sobre a importância do conceito de lugar na mediação didática da Geografia Escolar. A compreensão do lugar de vivência do aluno ocorreu através de uma relação dialética de interação entre os sujeitos e o objeto de pesquisa. Levamos em consideração a experiência e o conhecimento dos professores e dos alunos. Em nossa tese damos evidência ao conceito de lugar, pois este atinge uma dimensão de destaque em sua reafirmação na produção teórica geográfica. Assim, temos como locais de pesquisa três escolas municipais da cidade de Cabedelo que possuem o 6º ano do Ensino Fundamental. Já os sujeitos colaboradores são três professores de Geografia, que atuam nas escolas selecionadas e os seus respectivos alunos. A seleção da turma do 6º ano se deu pelo fato dos conteúdos que são trabalhados nesse ano, que de forma geral buscam preparar os alunos para se localizarem no mundo, compreender o local onde vivem e as relações entre natureza e sociedade. Logo, a pesquisa tem caráter qualitativo com a utilização do estudo de caso, da pesquisa colaborativa, do uso de questionário, de entrevista semiestruturada, de observação participante e da execução de ações didáticas colaborativas. A partir dos resultados obtidos por meio dos instrumentos utilizados nessa pesquisa, verificamos que atingimos os objetivos propostos e conseguimos contribuir com a formação continuada dos professores de Geografia, sujeitos colaboradores da investigação, utilizando-se do conceito de lugar na mediação do ensino-aprendizagem. Percebemos a importância da formação continuada para a mediação didática do conceito de lugar na Geografia Escolar e observamos que as experiências vivenciadas pelos docentes no lugar Cabedelo necessitavam de um conhecimento mais aprofundado, para assim conseguirem contextualizar os conteúdos com a realidade dos alunos. Todavia, a pesquisa colaborativa contribuiu para essa formação. Por meio da Geografia do lugar, da confirmação dos professores e alunos, verificamos que Cabedelo se constitui como um espaço de aprendizagem para a Geografia Escolar no Ensino Fundamental. E que o conhecimento desse lugar, a partir da formação continuada com as ações didáticas colaborativas, contribuiu para a mediação da Geografia Escolar, e o conhecimento e a vivência do professor na cidade de Cabedelo, proporcionado pela pesquisa colaborativa, os possibilitou realizar aulas mais contextualizadas.
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